Esqueça o conceito de reality show com aquelas provas intermináveis de tirar o fôlego. Se depender de “A ponte: The bridge Brasil”, que estreia nesta quinta-feira (9/6), na platafoma HBO Max, nada será como antes.
O formato é inédito, pelo menos por aqui. Isolados em uma área de mata atlântica, os participantes receberam a missão de construir, a partir de bambus, a ponte de 300m que os levaria a uma torre, no meio de um lago.
PACIÊNCIA
Voltar para casa com R$ 500 mil no bolso exigiu mais do que paciência e talento para trabalhos manuais. Com o passar dos dias, os mais espertos entenderam a importância de fazer alianças para chegar bem ao episódio final, quando um dos 14 participantes fica com o prêmio. A disputa reuniu a cantora Pepita, o cantor Badauí, o ator Fábio Beltrão, a modelo Suyane Moreira, a atriz e cantora Polly Marinho, a atriz Danielle Winits, Paola Santerini, Boaventura Carneiro, Diego Del Rio, Priscila Sena, Jordana Louise, Henrique Fares, Claudinha Gadelha e Artur Carvalhaes, mineiro que mora no Rio de Janeiro .
O ator Murilo Rosa, apresentador dos oito episódios, define o programa como um reality especial. “Quando falamos da construção da ponte, estamos falando da construção de laços entre integrantes que precisam se unir. O jogo é de união, não de competição”, enfatizou o ator em entrevista coletiva on-line.
Às vésperas de completar 30 anos de carreira, Murilo conta que jamais fez algo parecido. Além de narrar o jogo, ele é personagem importante para a evolução da história.
Eduardo Gaspar, produtor da Endemol Shine Brasil, diz que a seleção de participantes levou em conta a diversidade e a representatividade, reunindo, além de celebridades, pessoas não conhecidas que façam sentido para o público da emissora.
O meio ambiente é outro diferencial. A casa dos participantes foi construída com madeira de reflorestamento. Ambientalistas acompanharam de perto os possíveis impactos causados pela obra. Terminadas as gravações, foram plantadas 3 mil mudas de árvores nativas. Não havia luz elétrica, lampiões e luz a gás iluminavam as noites na mata.
“Em 'A ponte' nos despimos de elementos de outros formatos para observar a construção dessas relações. Nos despimos de qualquer outra artimanha que não fosse a observação”, afirma Eduardo Gaspar.
Ao comentar as dificuldades de produção, o produtor apontou as condições climáticas, especialmente a chuva, companheira constante das gravações, e os deslocamentos, sempre em veículos com tração 4 x 4. Havia também o risco da “visita” de animais como onças e cobras.
Sair do estúdio e encarar a natureza foi “gostoso demais”, garante Eduardo Gaspar. “Foi o nosso maior desafio e o maior acerto.”
Os números revelam a dimensão do projeto, que envolveu 260 profissionais, incluindo pós-produção, direção, casting, e segurança. A montagem levou 31 dias. Outros 21 foram dedicados à captação de imagens – 16 horas diárias por equipes de cinegrafistas e 24 horas por robótica.
PACTO
Quando chegou ao set, Murilo ficou impressionado. “Era muita gente, muita coisa acontecendo”, recorda. Segundo ele, houve um “pacto inconsciente” dos envolvidos para fazer o melhor.“Todos estavam eufóricos. Não tinha tempo ruim, exceto o clima”, conta o ator, aos risos. “Estávamos dispostos e isso gerou uma dinâmica muito interessante.” Gravado em meio à pandemia, “A ponte” seguiu os protocolos sanitários. Não se registraram casos de COVID-19.
Murilo Rosa reconhece o desafio que o programa representa para sua carreira, mas destaca que desafios sempre fizeram parte de sua trajetória, citando o espetáculo “Barnum – O rei do show”.
“Nesse musical, que terminei há algumas semanas, canto, danço, faço malabarismo, ando em corda bamba. Há grandes dificuldades”, afirma, dizendo que “A ponte” é parte desse contexto.
Ao avaliar sua trajetória como ator, Murilo diz que trabalhou muito. Para ele, é preciso estar sempre apaixonado, “sempre acreditando naquilo que você está fazendo.”
O convite para apresentar “A ponte” veio durante as gravações da novela “Salve-se quem puder”, na Globo. E o ator não pensou duas vezes para aceitar o desafio.
“Na minha profissão, é fundamental sair da zona de conforto, você se jogar, às vezes sem rede de proteção, como eu fazia cruzando a corda bamba de 10m de comprimento a 3m de altura, sem rede de segurança. Esta profissão é, literalmente, andar na corda bamba. Tenho consciência total dos riscos e dos desafios”, garante.
METÁFORA
O reality tem um simbolismo especial, acredita o ator. “Construir aquela ponte é uma metáfora para as pontes que você leva para a vida, que você levou, não levou, deixou de fazer. É entender as diferenças. Ali estão pessoas diferentes para viver uma experiência. Elas entendem que é vendo o diferente e dando as mãos que se consegue construir essa ponte. Na verdade, o grande lance do reality é caminharmos por essa ponte juntos”, conclui.
“A PONTE: THE BRIDGE BRASIL”
• Reality show
• Oito episódios
• Estreia nesta quinta-feira (9/6), na plataforma HBO Max