Jornal Estado de Minas

ESPECIAL INHOTIM

Suspenso em 2021, MECAInhotim volta em agosto com foco na música brasileira

A experiência de participar de um festival dentro de um dos maiores museus a céu aberto do mundo está de volta. Após uma pausa de dois anos devido à pandemia de COVID-19, o MECAInhotim se prepara para receber o público novamente, no Instituto de Arte Contemporânea, em Brumadinho, nos próximos dias 12, 13 e 14 de agosto.





A sexta edição do festival será dedicada à música brasileira e conta com grandes nomes na programação. Caetano Veloso e Alceu Valença são os primeiros headliners confirmados até agora. 

Em anos anteriores, vários nomes do indie de destaque internacional, como a britânica Charli XCX, os irlandeses Two Door Cinema Club e até mesmo os norte-americanos Vampire Weekend fizeram sua estreia no Brasil nesse festival.

A primeira edição no MECAInhotim foi realizada em 2015. O evento não se limita à música e também oferece oficinas e bate-papos voltados para empreendedorismo, cidadania e universo digital, durante o dia.





O Museu de Arte Contemporânea e Jardim Botânico estará disponível para visitação daqueles que querem aproveitar para passar pelas obras de renomados artistas brasileiros e estrangeiros, num conjunto que integra arte, botânica, paisagismo, arquitetura e educação. 

São 23 galerias distribuídas em 140 hectares de visitação para conhecer no Instituto Inhotim. No campo botânico, o público tem a oportunidade de conhecer espécies de todos os continentes, que integram uma coleção de cerca de 4,3 mil plantas - algumas delas raras e ameaçadas de extinção.

O duo Clara x Sofia estreará no MECA o show de seu primeiro disco, a ser lançado pouco antes do evento (foto: Alexadre Guzanshe/EM/D.A Press)

Atrações principais

Com o foco voltado para a música brasileira, a proposta do festival é ressaltar a diversidade de ritmos que a caracteriza. Ícone da MPB, Caetano Veloso fará seu bis no MECAInhotim, já que esteve presente na edição de 2016. 





Desta vez, no entanto, sua presença se torna mais especial. O cantor e compositor baiano comemora sua chegada aos 80 anos em 7 de agosto, portanto poucos dias antes de subir ao palco em Brumadinho. 

O público deverá ver um show que mescla o repertório mais recente de Caetano, com canções do álbum “Meu coco”, lançado em outubro do ano passado, com clássicos imprescindíveis nos shows do autor de “Terra”, “O quereres”, "Sampa", "Baby" e "Menino do rio".

O festival terá também um expoente do forró pernambucano. Alceu Valença promete uma apresentação que percorre seus sucessos da folia ao pop, com músicas como “Belle de jour”, “Anunciação”, “Cavalo de pau”, “Pelas ruas que andei”, “Como dois animais” e “Tropicana”. 

Aos 75 anos, o cantor e compositor tem conquistado uma nova geração de fãs entre o público jovem, graças às plataformas digitais. “Estou notando essa coisa da jovialidade no meu público. Sempre teve, mas agora é absurdo. O que foi que aconteceu? Eis que a internet começou a expandir tudo isso”, afirmou ao Estado de Minas, em maio passado.





Alceu Valença, cujo público tem rejuvenescido, cantará para novos e antigos fãs no palco do festival  (foto: Íris Zanetti/Divulgação)

Nova geração 

Enquanto Caetano e Alceu serão as grandes atrações do evento, uma nova geração da música brasileira testará sua conexão com o público no festival, a exemplo do duo mineiro Clara x Sofia, que pretende apresentar seu “pop chiclete chic” e entregar conceito no palco do MECAInhotim. 

Elas não somente farão uma apresentação dançante, coreografada, com guitarra, synth, baixo, bateria forte e vocais marcantes, como trarão um elemento inédito. Pela primeira vez, cantarão ao vivo as músicas de seu álbum de estreia, que está prestes a ser lançado.

“Estamos finalizando todos os materiais do álbum para criar nossa estratégia de lançamento e, de acordo com os nossos planejamentos, até o festival ele já terá sido lançado”, conta Clara ao Estado de Minas. “Esse show do MECA vai ser a primeira vez em que vamos cantar o álbum todo para as pessoas e vai ter todo um enredo desta história”, diz Sofia.





As cantoras já estão ansiosas pela apresentação e dedicadas aos preparativos do show. “O álbum é muito pop, só que ele tem várias nuances do pop. Então vai ser um show com vários momentos diferentes, muito intenso e com emoções diversas e complementares. Vai ter muito pop, dancinha, performance e looks que já estamos olhando”, conta Clara.

Sobre o fato de estar no mesmo festival que Caetano Veloso e Alceu Valença, o duo comenta que esse é um sonho se tornando realidade. “Foi um êxtase quando recebemos essa notícia de que existia a possibilidade de cantar no MECA. É exatamente o que a gente busca, estar nesses festivais e com esses artistas que representam tanto a cultura do país. É um pouco surreal. O que a gente quer é fazer um show muito bonito, ter uma entrega muito genuína e bem trabalhada. É uma responsabilidade muito grande”, afirma Sofia.

Clube da Esquina

Ainda da seara do pop da nova geração, os goianos do Boogarins, que se identificam como uma banda de rock psicodélico fiel à estética setentista, vão apresentar no MECAInhotim 2022 o show especial em que cantam releituras do álbum “Clube da Esquina”. Eles darão a sua roupagem para as músicas do disco clássico de 1972 e incluirão no repertório outras pérolas da produção posterior do movimento musical mineiro.





VHOOR, a usina de beats, mescla funk mineiro e ritmos afro-latinos (foto: Wanderley Vieira/divulgação)
VHOOR, hoje considerado um dos beatmakers mais originais do Brasil, que mistura música eletrônica com elementos do funk e percussão afro-latina, é outra presença no festival. O mineiro tem produzido instrumentais para os principais artistas do hip hop brasileiro e vem num ritmo intenso de lançamentos. 

Neste ano, o DJ lançou dois álbuns “Baile”, em parceria com o rapper mineiro FBC. No mês passado, divulgou outro disco, o “Baile & bass”, instrumental que propõe experimentações que aproximam estilos como techno, freestyle e electro do Miami Bass e do baile funk.

Matrizes africanas

Como representante dos novos artistas do Nordeste, a cantora e compositora baiana Majur comparece com a sua música de toques alternativos, misturando soul, manipulação tecnológica e claves de matrizes africanas. 





Os cariocas da banda Bala Desejo, que reúne Dora Morelenbaum, Julia Mestre, Lucas Nunes e Zé Ibarra, trarão ao MECAInhotim sua proposta de valorização do processo artístico coletivo, o que inclui mesclar ao seu repertório autoral releituras de obras de terceiros.

Outras atrações e a programação diurna (talks, workshops, feira, visitas guiadas, experiências, performances, etc) do MECAInhotim 2022 devem ser anunciadas em breve via Instagram do evento (@mecalovemeca).

Os ingressos estão à venda na plataforma Ingresse. Os três primeiros lotes estão esgotados. No quarto lote, o valor do passaporte para os três dias da meia-entrada social (mediante doação de um livro) e da meia-entrada estudantil é R$ 790 mais a taxa do site. A inteira custa R$ 1.580. No quinto lote, os preços subirão para R$ 990 (meia-entrada social e estudantil) e R$ 1.980 (inteira), com o acréscimo da taxa.

O ingresso para os três dias de evento dá direito à visitação completa em Inhotim, a partir das 12h30 de sexta-feira (12/8) e ao longo do sábado e domingo.

Para o público que adquiriu o ingresso antes da mudança de data, originalmente prevista para junho de 2021, a entrada continua válida. 


MECAINHOTIM

Dias 12/8 (sexta), a partir das 12h30; 13/8 e 14/8, a partir das 10h. No Instituto Inhotim (Rua B, 20, 35460-000 Brumadinho). Ingressos à venda on-line na plataforma Ingresse