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Estado de Minas LUTO

Mundo dá adeus a Jean-Louis Trintignant, lenda do cinema francês

Ator de 'Amor', 'Z' e 'Um homem, uma mulher', entre outros filmes, fez 160 papéis ao longo da carreira iniciada na década de 1950


18/06/2022 08:55 - atualizado 18/06/2022 09:02

Jean-Louis no Festival de Cannes com óculos nas mãos
Jean-Louis Trintignant no Festival de Cannes, em 2017, no lançamento do filme "Happy end" (foto: Valerie Hache/AFP/22/5/17)

O ator Jean-Louis Trintignant morreu nesta sexta-feira (17/6), aos 91 anos, anunciou sua mulher, Mariane Hoepfner Trintignant, em comunicado transmitido pelo agente do artista.
 
O protagonista de 'E Deus criou a mulher' e 'Z' "faleceu serenamente, de velhice, esta manhã em casa, cercado por seus entes queridos", informou Mariane. Ele sofria de câncer há vários anos.

CANNES

Tímido e discreto, Trintignant construiu longa carreira com mais de 160 papéis. Sua entrada no cinema se deu com “Um homem, uma mulher” de Claude Lelouch, que ganhou Palma de Ouro em 1966, no Festival de Cannes.
 
Três anos depois, o francês levou o prêmio de melhor atuação masculina em “Z”, longa de Costa Gavras. Denúncia contra a ditadura imposta por coronéis gregos, o filme causou grande impacto na América Latina.
 
Trintignant perdeu duas filhas – Pauline, ainda bebê, e Marie, em 2003. A jovem, com quem ele dividiu os palcos, foi espancada até a morte por seu companheiro, o cantor de rock francês Bertrand Cantat. A tragédia acompanhou o pai durante toda a velhice.

Jean-Louis Trintignant no filme Amor
O ator como Georges, o comovente personagem do filme "Amor" (foto: Camera Film/divulgação)

ÚLTIMO DRAMA

O veterano ator arrebatou público e crítica em seu último grande papel nas telas. Em “Amor” (2012), sob direção de Michael Haneke, ele interpreta o idoso Georges, cuja mulher, Anne (Emmanuelle Riva), enfrenta cruel doença degenerativa.
 
“Amor” ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Na trama, Anne tem parte do corpo paralisada e o marido passa, dedicadamente, a cuidar dela. O quadro se torna cada vez pior, e Georges sofre ao acompanhar a mulher rumo à morte.
 
Com sutileza potencializada pela interpretação de Trintignant, o roteiro de Michael Haneke mostra um homem destruído aos poucos, enquanto a  doença de Anne se agrava.




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