O projeto Mistura Minas chega ao fim de sua quarta edição nesta semana e pretende encerrá-la com chave de ouro: Laura Catarina, filha do cantor e compositor Vander Lee (1966-2016), apresenta nesta quarta-feira (22/6) seu novo disco, uma homenagem ao pai. Na quinta, o artista, engenheiro de áudio e produtor musical Kiko Klaus convida Raquel Coutinho, Egler Bruno e Marcelo Veronez para dividir o palco.
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“No final daquele ano, meu pai iria participar de um show em homenagem ao Cartola. Mas, quando ele faleceu, resolveram transformar uma parte do show em sua homenagem. Foi a primeira vez que cantei uma música do meu pai, como intérprete, sem ser convidada por ele”, rememora a cantora.
“No final daquele ano, meu pai iria participar de um show em homenagem ao Cartola. Mas, quando ele faleceu, resolveram transformar uma parte do show em sua homenagem. Foi a primeira vez que cantei uma música do meu pai, como intérprete, sem ser convidada por ele”, rememora a cantora.
“Amor em si”, seu álbum de estreia, foi lançado em agosto de 2018. De lá para cá, Laura vem trabalhando em sua segunda produção autoral: “Estrela”, disco em homenagem ao pai, com grandes e importantes hits da carreira de Vander Lee repaginados com arranjos modernos.
“Durante o processo de produção, eu já imaginava que sairia algo lindo, mas o que aconteceu foi maravilhoso. Ficou muito lindo, à altura do Vander Lee, com o acréscimo de um brilho próprio e da minha identidade, sem desonrar toda a grandeza dele”, afirma a cantora, que também elogia a produção estética do disco. “Hoje em dia, não se lança nada de qualquer jeito. Não dá para simplesmente colocar as músicas nas plataformas e esquecê-las.”
Sobre sua apresentação no Mistura Minas, ela diz que irá “contar para o público que já me acompanha como cheguei até aqui, para onde estou indo e dar uma prévia do disco”.
CONVIDADOS
Para o último show do projeto Mistura Minas, o recifense Kiko Klaus convida a cantora, compositora, percussionista e criadora de paisagens sonoras Raquel Coutinho, o guitarrista Egler Bruno e Marcelo Veronez, cantor, ator, diretor de teatro e de shows e gestor da Gruta!
Radicado em Belo Horizonte desde 2002, Kiko é, além de cantor e compositor, engenheiro de áudio e produtor musical e já trabalhou com grandes nomes da música brasileira, como Naná Vasconcelos (1944-2016), Lenine, Skank, Nação Zumbi e Orquestra Ouro Preto.
“Quando me entendi como artista e produtor, percebi que para viver disso no Brasil eu precisaria atuar em várias frentes, o que seria algo que também acrescentaria ao meu próprio trabalho”, diz ele.
Formado nos Estados Unidos, o artista classifica sua música como uma amálgama de gêneros nacionais e internacionais, misturando raízes afro-brasileiras, como maracatu, ciranda e samba, com flamenco, rock e soul.
Formado nos Estados Unidos, o artista classifica sua música como uma amálgama de gêneros nacionais e internacionais, misturando raízes afro-brasileiras, como maracatu, ciranda e samba, com flamenco, rock e soul.
“Pernambuco tem muito mantra em sua música, enquanto a de Minas é muito sinuosa, com melodias e harmonias complexas. Minha música é todo esse caldeirão de influências brasileiras e internacionais”, afirma Kiko, que elogia os grandes nomes da música mineira e conta que “Maria, Maria”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, foi a primeira música que aprendeu a tocar no violão.
Laura também comenta sobre como a formação cultural e o acesso a cursos, shows e festivais gratuitos (ainda que, hoje em dia, mais escassos) contribuem para o desenvolvimento artístico do estado.
“Sinto que a música mineira sempre foi muito autêntica e diversa. Não por ser mineira em si, mas pelo nosso jeito de olhar para a arte. Vejo muito amor e delicadeza. A única coisa que falta na música mineira é uma união dos artistas para que sejamos mais reconhecidos nacionalmente.”
Kiko ressalta a importância de eventos culturais gratuitos para o desenvolvimento da cena autoral e para a democratização do acesso à arte. “Essa é uma oportunidade para as pessoas se encontrarem e transformarem as energias em novas produções e novas ideias.”
Para Laura, “shows gratuitos são muito importantes porque costumam ser mais espontâneos. As pessoas não têm tanta expectativa quanto têm quando estão pagando e se abrem mais para receber o que os artistas têm a oferecer”.
MISTURA MINAS
Show de Laura Catarina, nesta quarta (22/6), e de Kiko Klaus, nesta quinta (23/6), sempre às 19h30, no Museu das Minas e do Metal Gerdau (Praça da Liberdade, Funcionários). Mais informações: (31) 3516-7200. Entrada franca.
*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes