O festival “É Pop BH”, que será realizado na próxima sexta-feira (24/6), busca abrir espaço para a música autoral criada na capital mineira. A iniciativa é do produtor e arte-educador Rick Alves. O DJ Fred Abuhid e a cantora Bia Lima serão os apresentadores da edição de estreia.
Um dos destaques é o cantor e compositor Gustavo Fraga, parceiro de Rick na realização do evento. Ele vai apresentar a canção “Não me negue amor”, cinco músicas autorais e três inéditas. Também preparou releituras de clássicos do repertório de Rita Lee, Lulu Santos, Cássia Eller e Roupa Nova.
TEATRO
A programação contará também com intervenções de artes cênicas. “A gente realizou quatro shows no decorrer da pandemia e agora temos a proposta bem autoral de um espetáculo não só de música, mas também de performance teatral. Estudo teatro, então tentamos trazer a união das duas linguagens. O feedback que tenho recebido das pessoas vem sendo bem legal”, afirma Gustavo Fraga.
Inicialmente, o festival estava programado para o espaço do grupo de teatro Pierrot Lunar, mas foi transferido para a Escola de Artes Espaço Cênico, na Savassi.
Rick Alves diz que há dupla demanda tanto por parte dos artistas interessados em participar de eventos dessa natureza quanto do público, interessado em assistir.
“Quando você lança essa ideia, começa a conversar e as pessoas começam a te procurar. Você vê que existem figuras interessantíssimas artisticamente falando, tanto na composição quanto na interpretação, que não conseguem ter acesso a alguns espaços”, afirma Rick.
Músicos reclamam que grandes festivais realizados na capital, cuja agenda aumentou fortemente após a liberação de espetáculos por autoridades da área de saúde, não contemplam de forma expressiva a produção autoral de BH.
''É possível realizar, se você tiver criatividade e fizer uso do repertório de arte que você tem. Estou aí há 23 anos, como jogo fora tudo isso? Vou ficar refém deste governo terrível? Não vou. Vou criar, vou pegar o repertório que tenho e usar como combustível para mostrar que a arte não vai ser morta assim tão facilmente''
Rick Alves, produtorl
Produzido com recursos próprios, o É Pop BH já tem a segunda edição marcada para setembro, no espaço Odara, no bairro Cidade Nova, com três dias de programação, em vez de apenas um dia, como agora. “O primeiro já era para ter três dias, pela demanda de gente querendo participar”, afirma Rick.
Gustavo Fraga diz que a edição de estreia é oportunidade de atrair parceiros para os próximos festivais, interessados em divulgar as respectivas marcas e apoiar a música autoral mineira, apostando também na interação com o público.
FORMAÇÃO
Mesmo sem recursos das leis de incentivo à cultura, Alves não se permitiu ficar inerte. Foi à luta para viabilizar o projeto. Ele já trabalhou na área de formação cênica com Pedro Calais, da banda Lagum, a banda Manitu e a dupla Alan e Alex.
“É possível realizar, se você tiver criatividade e fizer uso do repertório de arte que você tem. Estou aí há 23 anos, como jogo fora tudo isso? Vou ficar refém deste governo terrível? Não vou. Vou criar, vou pegar o repertório que tenho e usar como combustível para mostrar que a arte não vai ser morta assim tão facilmente”, desabafa Rick Alves, ao comentar a atual política cultural do país.
'É POP BH'
Nesta sexta-feira (24/6), às 19h. Escola de Artes Espaço Cênico. Rua Paraíba, 297, Funcionários. Ingressos: R$ 30, à venda na plataforma Sympla. Informações: (31) 98330-1536.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria