O diretor Fábio Carvalho participa da sessão de seu filme “O general”, neste sábado (2/7), às 20h, no Cine Humberto Mauro, durante a mostra “Cinema mineiro em cartaz”.
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Ficção científica filmada em Caruaru, "Carro Rei" estreia hoje nos cinemasSelton Mello está entre os 397 novos membros do OscarWoody Allen diz em live com Alec Baldwin não sentir mais vontade de filmarSepare 3h55 para assistir aos dois últimos episódios de "Stranger things"Mundo Livre S/A traz o som do manguebeat para BH“'O general' foi o meu primeiro longa-metragem. As exibições originais, sempre únicas ou duplas em festivais, vão fazer 20 anos. Já estou no sexto longa, todos filmados nesta mesma condição”, revela o diretor. Carvalho diz que as dificuldades de produção no Brasil fazem com que ele fique à margem do circuito comercial.
Fábio Carvalho filmou o 'diálogo impossível'
Filmado no final de 1999 e completado em 2003, “O general” é fruto de um prêmio de roteiro concedido pelo Ministério da Cultura, que viabilizou o início das gravações.
O longa experimental aborda “três facetas de um personagem que se desencontram em um apartamento, tentando formular o diálogo impossível”, de acordo com a sinopse.
Fábio Carvalho lançou mão da artificialidade propiciada pelo cinema para explorar encontros e desencontros. “O general”, aliás, dialoga com os tempos atuais, marcados pela falta de diálogo e de conexão entre as pessoas.
“Havia 10 anos que não assistia a esse filme, fiquei espantado ao revê-lo agora. Fiquei com certa reserva de vê-lo durante anos, pois vários parceiros e companheiros que trabalharam comigo na produção morreram. Achei que pudesse ficar triste, mas foi o contrário: senti o filme vivo e mais atual do que nunca”, diz Fábio.
De acordo com o diretor, trata-se de uma ode ao cinema e ao que a sétima arte poderia ter sido “se não fosse corrompida pelo mercado”.
“Cinema virou novela. Antigamente, as novelas de TV tentavam copiar o cinema, mas agora é o contrário”, lamenta, enfatizando que seu ofício é arte, e não mero produto para o mercado.
Glauber Rocha, Joaquim Pedro de Andrade, Luis Buñuel, Nicholas Ray, John Ford, Jean-Luc Godard e Roman Polanski influenciaram Fábio.
“Inspirações-pirações” acompanham Fábio Carvalho
Sou um cinéfilo. Cinema é arte totalizante, que reúne todas as artes”, comenta. “Minhas inspirações-pirações artísticas foram me formando para desaguar neste filme”, observa. “Não pretendo passar mensagem nenhuma com 'O general'. Gostaria apenas que as pessoas assistissem e soltassem a imaginação. É um longa para abrir, não para fechar. Já fiz a minha parte, que é produzir o filme. Agora está nas mãos do público”, diz Carvalho, que estreou na direção em 1984, aos 19 anos, com o curta “Imaginação”
O elenco de “O general” reúne nomes de destaque da cena artística de BH, como Ronaldo Brandão, Kimura Schetino, Soraya de Borba, Hélio Zolini e Guará, além dos cineastas Neville de Almeida, que nasceu na capital mineira, e Paulo César Saraceni, que era carioca.
Também fazem parte do elenco as atrizes Ana Maria Nascimento e Silva e Ingra Lyberato, esta última a Madeleine da versão original da novela “Pantanal”, exibida nos anos 1990 pela extinta Rede Manchete.
“O GENERAL”
Brasil, 2003, 72 min. De Fábio Carvalho. Com Ronaldo Brandão, Ana Maria Nascimento e Silva, Guará, Ingra Lyberato, Isabel Lacerda, Neville de Almeida, Paulo Cesar Saraceni e Éder Santos. Sessão neste sábado (2/7), às 20h, no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Entrada franca. Informações: (31) 3236-7400.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria