Idealizado por Maria do Carmo Guimarães Pereira, o Memorial do Bordado conta com um acervo de mais de 9 mil peças (incluindo bordados antigos, riscos, livros, documentos, ferramentas e instrumentos) e, segundo sua fundadora, é o único do gênero no país.
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Bordado é arteDiversidade de cores e bordadosFranjas e bordadosGrupo de teatro celebra 15 anos com peça em que une atores e plateiaUFMG expõe história da Independência do Brasil em Caminhão MuseuMostra gratuita exibe clássicos e blockbusters que têm a água na narrativaEla conta que o acervo vem passando por um processo de catalogação peça por peça, no modelo de museus europeus. A ficha de avaliação das peças explica cada característica técnica, desde o tecido aos pontos e pregas. Essas informações ficam à disposição do público em um banco de dados para estudos e pesquisas.
Instalado no bairro Cruzeiro, o espaço é destinado a jornalistas e estudantes de moda, estilistas, bordadeiras e confecções, mas também a leigos interessados no tema. A criadora e diretora do museu explica que muitas das peças do acervo foram obtidas por meio de doação ou em leilões.
O espaço é aberto à visitação somente às sextas-feiras, das 9h às 11h, mediante agendamento e pagamento de valor sugerido para uma visita guiada. Ao longo da semana ocorrem as dinâmicas de catalogação por meio de serviço voluntário.
Os 28 lotes de peças do acervo foram setorizados em enxovais de bebê, enxovais de casa, camisolas e lingeries, toalhas de banho, de mesa e jantar. "Não é nem de perto o que o bordado merece, ou seja, um espaço maior, para que as peças sejam melhor exibidas, com uma disposição e um planejamento museológico maior”, comenta Do Carmo.
“Mas é o que a gente tem hoje, com muito orgulho, porque são peças muito preciosas. São peças e documentos de bordado do século 19 e que merecem um tratamento especial”, diz.
“Mas é o que a gente tem hoje, com muito orgulho, porque são peças muito preciosas. São peças e documentos de bordado do século 19 e que merecem um tratamento especial”, diz.
Doações
Dentre as peças do acervo, a mais recente foi uma doação da professora aposentada Elza Moreira Pontes. A peça de 1920 é uma toalha de banho bordada por sua avó para seu tio, às vésperas de sua ida para o Seminário do Caraça, em uma época em que não existiam toalhas felpudas e as próprias famílias tinham que fazer suas toalhas de algodão.
A toalha passará por um tratamento para amenizar os efeitos do tempo, para então poder ficar armazenada junto a outras toalhas, todas com histórias familiares por trás de sua doação ao Memorial.
"Quando faz a doação, a pessoa precisa fazer uma descrição, contando a história daquela peça. Esse relato é documentado no livro de Tombo, com uma numeração correta que vai contar a história daquela peça. Por isso a gente fala que o Memorial do Bordado é memória de família. São várias memórias, de várias famílias aqui depositadas. Isso é muito bonito, muito precioso", avalia Do Carmo.
Além das visitas e do serviço voluntário, outra maneira de contribuir com o Memorial é por meio da associação, mediante pagamento de anuidade. A associação concede ao membro vantagens de acesso aos bordados e aos eventos promovidos pelo Memorial, como cursos e encontros.
MEMORIAL DE BORDADO MARIA ARTE E OFÍCIO
Visitação às sextas-feiras, das 9h às 11h, mediante agendamento prévio. Rua Ouro Fino, 395, sala 306, Bairro Cruzeiro. Entrada: R$ 30 (para associados) e R$ 50 (para não associados). Mais informações: (31) 3223-7648.
*Estagiário sob a supervisão da editora Silvana Arantes