Música, dança, literatura, liberdade e amor se misturam no novo espetáculo da Orquestra Ouro Preto, que traz os membros do programa Vale Música em uma adaptação do best-seller “Fernão Capelo Gaivota” (1970), de Richard Bach. A apresentação acontece nesta quinta-feira (14/7), às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium.
A obra original – cujo título em inglês é “Jonathan Livingston Seagull” – conta a história de uma gaivota que percebe o potencial artístico de seu voo para além de uma simples forma de locomoção, o que suscita diversas questões existencialistas. “É um livro muito inspirador e importante, que marcou uma geração e foi bastante lido no Brasil”, conta Rodrigo Toffolo, maestro e cofundador da Orquestra Ouro Preto.
A apresentação é uma cantata cênica, que reúne coro infantil, balé e orquestra, conduzidos pela narração da fábula moderna. “É incrível porque cada um consegue absorver aquilo que pode. Quanto mais maduro, mais profundo você vai. Não é um livro infantil, mas sim um clássico da literatura mundial”, aponta Toffolo.
O maestro assina a adaptação do texto e o humorista, compositor, produtor musical e pianista Tim Rescala é autor da música original. A atriz Nina Vogel fica por conta da narração. O espetáculo foi originalmente lançado pela Orquestra Ouro Preto como disco nas plataformas digitais e em formato audiovisual em seu canal do YouTube, em dezembro do ano passado.
Para atingir o objetivo de promover interações artísticas e intercâmbio de ideias e experiências entre a Orquestra e os demais participantes do espetáculo, Toffolo convidou os integrantes do Programa Vale Música para agregarem coro infantil e balé à montagem.
Perseverança
“Nossa meta é levar para jovens músicos a reflexão que o livro traz sobre o Fernão, que é uma gaivota diferente das demais no bando, bem como a importância da paciência e da perseverança. É um texto que dialogava e ainda dialoga com a esperança e a expectativa dos jovens”, reflete Toffolo.
O maestro conta que, com o potencial de misturar formas de expressões culturais de várias partes do país, foi possível explorar a confluência de sentimentos universais e diferentes tipos de brasilidades. “Um dos temas foi feito a partir de uma canção de ninar indígena, de uma mãe carajá. É um momento lindo, no qual o Fernão descansa e adormece. E o coro, nessa hora, canta essa canção indígena”, detalha Toffolo.
Márcia Rolon, coordenadora do Instituto Moinho Cultural Sul- Americano (MS), projeto que originou a Cia. de Dança do Pantanal e o Programa Vale Música, afirma que esse é o primeiro trabalho encomendado ao projeto. “Geralmente, somos nós que criamos nossos espetáculos, mas dessa vez o maestro Rodrigo Toffolo e o Tim Rescala trouxeram esse desafio: nos passaram o áudio e a contação da história prontos para a gente e nós coreografamos em cima da música e do texto”.
Coro infantil
Os jovens artistas do Programa Vale Música participaram das gravações do álbum e do espetáculo audiovisual em Serra (ES), Belém (PA) e Corumbá (MS) e agora se reúnem no palco pela primeira vez. “Já tínhamos uma proximidade com a Cia. de Dança do Pantanal e eu os conheci lá em Corumbá. De certa forma, foi um espetáculo pensado para eles e foi muito bem coreografado”, diz Toffolo.
Além da participação da Vale Música, a Orquestra Ouro Preto também recebe o Couro Infantil de Brumadinho. “Serão 30 crianças que vão cantar pela primeira no palco. Vai ser muito bonito e emocionante assisti-las”, finaliza o maestro.
“FERNÃO CAPELO GAIVOTA”
Orquestra Ouro Preto e Vale Música apresentam o concerto nesta quinta-feira (14/7), às 20h, no Grande Teatro do Sesc Palladium (Rua Rio de Janeiro, 1.046 – Centro). Ingressos: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia-entrada). Informações: (31) 3270-8100
* Estagiário sob a supervisão da subeditora Tetê Monteiro