Recém-saído do polêmico julgamento por difamação contra sua ex-mulher Amber Heard, o ator norte-americano Johnny Depp lançou na última sexta-feira (15/7) o álbum "18", que tem 13 faixas e foi feito em parceria com o guitarrista inglês de rock e blues Jeff Beck.
Depp canta e toca no disco, que inclui sobretudo versões de músicas de outros artistas, como "Isolation", de John Lennon, "What's going on", de Marvin Gaye, e "Venus in furs", da banda Velvet Underground. Também há espaço no álbum para canções originais, como "This is a song for miss Hedy Lamarr", em que o ator presta homenagem à estrela de Hollywood.
Apesar de ter vencido o processo contra sua ex-mulher, Depp parece continuar ruminando amargamente a condição humana, ao cantar que não acredita em seus semelhantes e descrever Lamarr como uma mulher "apagada pelo mesmo mundo que fez dela uma estrela".
Hedy Lamarr (1914-2000) foi uma atriz de origem austríaca que triunfou em Hollywood com filmes como “Sansão e Dalila” (1949), mas também foi um destaque como inventora quando colaborou com o Exército americano durante a Segunda Guerra Mundial.
A inclusão de uma música centrada no sadomasoquismo pode parecer estranha para alguns, uma vez que o julgamento altamente noticiado que Depp enfrentou se concentrou em supostos abusos domésticos entre ele e a ex-mulher Amber Heard, atriz mais conhecida por seu papel em "Aquaman".
Depp e Amber lavaram roupa suja durante as seis semanas de duração do processo, que desde o primeiro dia se converteu em um espetáculo na mídia. O júri votou favoravelmente a Depp, afirmando que Amber Heard o difamou e que deveria indenizá-lo com a quantia de US$ 10 milhões. Heard também foi considerada vítima de difamação por parte do time de advogados de Depp durante o julgamento e ganhou o direito a uma indenização de US$ 2 milhões.
A atriz, que se apresentou como vítima de violência doméstica durante o julgamento, prometeu seguir batalhando, embora seu primeiro recurso para anular o resultado tenha sido rejeitado recentemente.
Álbum
O rock não é uma novidade na vida de Johnny Depp, muito pelo contrário. Agora ator bilionário, ele já contou em mais de uma ocasião ter começado sua carreira na indústria do entretenimento com a ideia de se tornar guitarrista.
Fez parte de um grupo, os Bad Boys (mais tarde convertidos em The Kids), e até chegou a ser banda de abertura para Iggy Pop, mas logo confessou que se deixou ser convencido pelo ator Nicolas Cage para também virar ator.
Ao longo dos anos, Johnny Depp tem entrado e saído da cena musical. Seu grupo Hollywood Vampires, ao lado de Alice Cooper e Joe Perry, guitarrista do Aerosmith, tocou em diversas ocasiões.
Jeff Beck, de 78 anos, e Johnny Depp, de 59, se conheceram em 2016, ganhando confiança ao discutirem "sobre carros e guitarras", antes de o último dizer que começou a apreciar "as sérias habilidades de composição de Depp e seu ouvido para a música". Para este álbum, começaram a trabalhar em 2019, antes do início da pandemia nos Estados Unidos.
"Quando Johnny e eu começamos a tocar juntos, tivemos a sensação de ter 18 anos novamente. Então esse foi o título do álbum", explicou recentemente Beck, que está em turnê pela Europa com Depp como convidado especial.
Além da turnê, Depp voltará aos sets neste verão. Sob a direção da atriz francesa Maïwenn (“O profissional”), ele interpretará o rei francês Luis XV. O filme conta a relação do monarca com sua amante, a condessa Jeanne Du Barry, que será interpretada pela diretora. A princípio, as filmagens durarão três meses e terão Versalhes como locação.