Jornal Estado de Minas

CINEMA

Cineasta Paulo Henrique Souto morre aos 75 anos, em Montes Claros

O cineasta Paulo Henrique Veloso Souto morreu nesse domingo (17/7), aos de 75 anos, em Montes Claros, no Norte de Minas. Ele estava internado há mais de um mês, por causa de complicações cardíacas.

Orgulhoso da terra natal, Paulo Henrique levou a cultura de Montes Claros para todo o Brasil. Na década de 1980, dirigiu o "Aníbal, um carroceiro e seus marujos", com abordagem das centenárias "Festas de Agosto" da cidade norte-mineira, que representam importante tradição do folclore do estado, realizadas ha mais de 180 anos.



O cineasta morou no Rio de Janeiro, onde se aproximou de profissionais renomados da sétima arte.

Para os amigos de Montes Claros, Paulo Souto era uma referência. Assim o definiu o poeta e produto cultural Aroldo Pereira. "Paulo era um ativista, ele trazia esse pessoal do Rio de Janeiro para conhecer o Norte de Minas e lutava pela preservação do nosso Cerrado."

"Como bom montes-clarense ele carregou sua terra na alma. Fez pontes, inspirou muitos no caminho e foi agregador quando se tratava de cinema. Montes Claros tinha um lugar na sua casa. Recebia a todos, abria portas e os incentivava a buscar realizações na arte e na cultura", afirmou Júnia Rebello Velloso, diretora de Projetos e Eventos da Secretaria Municipal de Cultura de Montes Claros.

"Paulo se destacou por sua habilidade de desempenhar várias funções no cinema. Ele sabia o olhar do diretor quando estava atuando e vice-versa. A habilidade com as palavras e a sensibilidade para se dividir em muitos garantiu a ele o título de profissional completo", afirma a amiga e jornalista Silvana Mameluque.




'O rei das pontas'


Paulo Henrique Veloso Souto formou-se em comunicação social pela  Faculdade de Ciências e Letras, de Belo Horizonte, e como a ator pela Escola Teatro Tablado de Maria Clara Machado, no Jardim Botânico, no Rio.

Atuou como ator, produtor e diretor de cinema, fazendo carreira na capital fluminense nas décadas de 1970, 1980 e 1990. 

Foi produtor executivo dos filmes "Cabaré Mineiro" e "Escolhido de Iemanjá".  

Paulo Henrique ganhou fama como "o rei das pontas", com participação em mais de de 70 filmes, além de aparições em cenas de produções para a televisão. 

Há alguns anos retornou à terra natal. Aposentado, não deixou o trabalho de valorização da história, da cultura, das artes e do foclore,  ajudando a criar a Associação dos Amigos do Museu Regional do Norte de Minas, vinculado à Universidade Estadual de Montes claros (Unimontes). 

O corpo de Paulo foi sepultado no final da tarde de domingo, no Cemitério do Bonfim, em Montes Claros.