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Estado de Minas MÚSICA

Banda de neto de Astor Piazzolla toca hoje em Belo Horizonte

A argentina Escalandrum é atração do Clube de Jazz do Café com Letras nesta terça (26/7) e quarta, com repertório que mistura o tango ao jazz


26/07/2022 04:00 - atualizado 26/07/2022 17:42

os integrantes da banda argentina escalandrum posam para a foto em escada
A Escalandrum foi criada em 1999 e mantém até hoje a mesma formação; sua sonoridade é classificada como novo tango na Argentina (foto: Gabriel Barrera/Divulgação)

"Não nos cansamos de ficar surpreendidos com a acolhida calorosa que sempre temos aqui (no Brasil). Acabamos de nos apresentar em Garanhuns, em uma igreja, e foi uma coisa bem quente. A resposta do público é invariavelmente muito positiva, sensível e sincera, especialmente quando executamos a música de Piazzolla'

Martín Pantyrer, clarinetista da banda Escalandrum



Comandada pelo neto de Astor Piazzolla (1921-1992), o baterista Daniel “Pipi” Piazzolla, a banda argentina Escalandrum aporta em Belo Horizonte para duas apresentações, nesta terça (26/7) e quarta-feira (27/7), no recém-inaugurado Clube de Jazz do Café com Letras. Criado em 1999, o grupo tem seis integrantes e desenvolveu, ao longo dos anos, uma sonoridade própria, que transita entre o jazz e o tango.

Desde o primeiro álbum, “Bar Los Amigos”, lançado em 2000, a banda vem acumulando diversas láureas, como o Grammy Latino e o Prêmio Gardel. De lá para cá, foram mais 12 títulos, sendo dois deles – “Piazzolla plays Piazzolla”, lançado em 2011, e “100”, que veio à luz este ano – inteiramente dedicados à obra do icônico compositor e bandoneonista argentino.

O clarinetista do Escalandrum, Martín Pantyrer, adianta que o repertório que será apresentado hoje e amanhã na capital mineira faz um grande apanhado da trajetória de mais de 20 anos do grupo. “Vamos fazer uma mistura das composições próprias com algumas coisas de Astor Piazzolla. Já lançamos 13 discos juntos, então temos bastante material para trabalhar”, diz. 

Ele acrescenta que o show também comporta temas novíssimos, que serão registrados em um novo álbum que ainda será gravado este ano. Pantyrer destaca que “100”, gravado entre Buenos Aires e Londres, no mítico estúdio Abbey Road, e lançado em 11 de março deste ano, em celebração ao centenário de nascimento de Piazzolla, merece uma atenção especial no roteiro do show, por se tratar do trabalho mais recente do grupo.

Mistura de ritmos

Pantyrer entende a música que o Escalandrum faz como uma grande mistura de ritmos argentinos, o que resulta em algo novo, mas fundamentalmente calcado no jazz. “É uma sonoridade que tem muito a ver com Buenos Aires e que muita gente classifica como novo tango. Mas nossas referências são muitas. Já participamos de festivais de música erudita, barroca, e também já executamos compositores russos clássicos”, comenta.

Em 2017, aliás, o grupo lançou um disco, batizado “Sessões ION”, dedicado às obras de Mozart e Alberto Ginastera. “É um disco que eu, particularmente, gosto muito. Foi gravado em um estúdio famoso em Buenos Aires, com um só microfone, como se fazia nos anos 1950, e o resultado ficou incrível”, diz o clarinetista.

Ele chama a atenção para o fato de que a formação do Escalandrum – que se completa com Mariano Sívori (contrabaixo), Nícolas Guerschberg (piano), Damián Fogiel (sax tenor) e Gustavo Musso (sax soprano e alto), além de Daniel “Pipi” Piazzolla – é a mesma desde a fundação do grupo, o que, naturalmente, garante entrosamento e fluidez tanto nos shows quanto nas gravações.

“A gente se conhece há 30 anos e, em 1999, ‘Pipi’ propôs criarmos a banda. Estamos todos na faixa dos 50 anos e há 23 estamos juntos no Escalandrum. Já vínhamos de carreiras musicais muito intensas e resolvemos somar forças”, conta.

Público acolhedor

Ele diz que nesta atual passagem pelo Brasil, o grupo está circulando há 20 dias e já se apresentou no Rio de Janeiro, em Recife, Campinas e Garanhuns, entre outras cidades, e, depois de Belo Horizonte, encerra a turnê pelo país no Sesc Vila Maria, em São Paulo. 

Pantyrer considera o público brasileiro muito acolhedor e acredita que essa característica será particularmente marcante em um espaço mais intimista, como é o Clube de Jazz do Café com Letras.

“São diferentes linguagens de música instrumental, a argentina e a brasileira, mas não nos cansamos de ficar surpreendidos com a acolhida calorosa que sempre temos aqui. Acabamos de nos apresentar em Garanhuns, em uma igreja, e foi uma coisa bem quente. A resposta do público é invariavelmente muito positiva, sensível e sincera, especialmente quando executamos a música de Piazzolla”, diz.

Sobre o novo álbum, que o grupo vai gravar este ano, ele diz que ainda não tem um nome, mas que as músicas, autorais, já estão todas prontas. “Só precisamos de dois dias livres para entrar em estúdio e gravar. Temos conversado muito sobre a sonoridade, pensando em fazer algo mais elétrico, saindo um pouco da ambiência acústica que sempre praticamos.”

ESCALANDRUM

Show da banda argentina, executando temas autorais e composições de Piazzolla, nesta terça (26/7) e quarta, às 19h30, no Clube de Jazz do Café com Letras (Rua Antônio de Albuquerque, 47, Funcionários). Ingressos a partir de R$ 40.


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