O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Belo Horizonte recebe nesta semana shows gratuitos de Tavinho Moura. As apresentações, que serão realizadas amanhã (3/8) e quinta-feira (4/8), às 20h, acontecem em diálogo com a mostra “Coleção brasileira - De Alberto e Priscila Freire”, em cartaz no centro cultural até o final de agosto. Os ingressos para os shows estão disponíveis e podem ser retirados na bilheteria do CCBB ou pela internet.
Acompanhado do violonista Beto Lopes, Tavinho apresentará sucessos da carreira, como “Calix bento”, gravada por Milton Nascimento no álbum “Geraes” (1976), até “Como vai minha aldeia”, de 1978. Também não ficarão de fora canções como “Tesouros da juventude”, “Cruzada”, “O trem tá feio” e “Paixão e fé”, esta última escolhida para batizar a apresentação.
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No palco do Teatro I do CCBB, Tavinho pretende fazer uma apresentação bastante intimista nas duas sessões. Empostado com um violão e ao lado de Beto Lopes, que estará com o mesmo instrumento, ele apresentará novos arranjos para canções antigas e espera que o público se emocione.
“Em um show como esse, em teatro, o diálogo com o público é melhor. O artista consegue olhar nos olhos e falar as coisas. É uma oportunidade de chamar as pessoas para a intimidade da arte. E, além disso, tem o frio na barriga, que é maior. Mas sem ele não acontece nada”, afirma.
“Paixão e fé” dá nome ao show porque é uma das músicas mais conhecidas de Tavinho Moura, também escrita em parceria com Brant e registrada por Milton em “Clube da esquina 2” (1978), mas a escolha também guarda relação com a mostra “Coleção brasileira” e, principalmente, com Alberto e Priscila Freire.
“A Priscila e o Alberto não poderiam ter construído uma coleção como essa sem paixão e fé. Então eu acredito que esse título tem tudo a ver com a exposição e com a maneira como ela foi pensada”, avalia Tavinho.
A exposição, que segue em cartaz no CCBB-BH até o dia 29 de agosto, é constituída por 108 peças que fazem parte da coleção do casal. Divida em três núcleos – arte brasileira, arte mineira e arte popular –, ela conta com obras de Guignard, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Yara Tupinambá, entre outros artistas brasileiros.
Bituca
Tavinho explica que a relação entre o show e a mostra está na arte em si. “A relação está na mineiridade e no amor pela arte. Assim como Priscila, que conheço há muitos anos, já visitei o Vale do Jequitinhonha diversas vezes e fui tocado pela cultura local, além de outras coincidências do nosso caminho. Então, é uma honra fazer parte desse momento”, afirma.
“Eu me sinto muito dentro do universo da exposição, até porque ela também fala de cultura popular brasileira e a minha música está inserida nesse contexto. Eu acredito que, de alguma forma, esses dois universos, das artes plásticas e da música, acabam se alimentando”, acrescenta.
Ele também está ansioso para assistir à apresentação final da turnê de despedida de Milton Nascimento, em Belo Horizonte, no dia 13 de novembro, no Mineirão. Questionado sobre o que acha da decisão que Bituca tomou de se aposentar dos palcos, Tavinho Moura afirma que não vê o amigo de longa data longe da música.
“A idade vai chegando e as pessoas vão se cansando. Em todas as profissões as pessoas se aposentam, por que um artista não pode fazer o mesmo? Ele fez uma opção, mas não acho que deve se afastar da música”, ele comenta.
Além disso, ele também afirma estar bastante orgulhoso e feliz com o sucesso da turnê de Milton. “O Bituca é o máximo e vê-lo com essa consagração toda nos traz um conforto muito grande porque é muito merecido. Nós todos estamos sempre atentos aos próximos passos dele, aprendendo. Nós temos uma amizade muito bacana.”
TAVINHO MOURA NO CCBB BH
• Amanhã (3/8) e quinta-feira (4/8), às 20h. CCBB BH, Praça da Liberdade, 450, Funcionários. Ingressos gratuitos mediante retirada na bilheteria do CCBB ou por meio do site www.bb.com.br/cultura. Mais informações: (31) 3431-9401