Jornal Estado de Minas

CINEMA

Fábio Porchat finge ser um guru motivacional em "O palestrante"


Mesmo que de rabo de olho, não há quem nunca tenha passado o olhar curioso sob as plaquinhas com nomes nas áreas de desembarque dos aeroportos. Quem são, para onde vão, o que fazem da vida? 

Os mais criativos ainda pensam o que aconteceria se, do nada, se identificassem como o fulano. Na vida real, claro, a brincadeira acabaria mal, mas, na cabeça do humorista Fábio Porchat, o resultado é a comédia "O palestrante", que estreia nesta quinta-feira (4/8) nos cinemas.





Na telona, Guilherme (Porchat), um contador frustado, está no pior momento de sua vida. A mulher, dentista, que exigia tanto dele, o trocou por um protético. Na empresa, as coisas também não estavam nada bem. 



Depois de criar um plano de reformulação dos setores da firma, o chefe resolveu acabar primeiro com o posto ocupado por Guilherme. Na primeira chance que tem viajar para o Rio de Janeiro, ele não pensa duas vezes em assumir o posto de um palestrante que era esperado no aeroporto.

Dani Calabresa

O longa-metragem, como tantos outros filmes de produção recente, teve seu lançamento adiado devido à pandemia. Mas, cá para nós, isso não é problema. Talvez pelo tempo de espera, o longa dirigido por Marcelo Antunez ("Qualquer gato vira-lata 2”, “Até que a sorte nos separe 3”) chega ao público em um melhor momento, quando há mais disposição para se divertir com alguém atolado em problemas, advindos ou não dos tempos pandêmicos.





"O palestrante" não é um filme que somente ri ou critica o "maravilhoso" mundo motivacional. Tem também um quê de comédia romântica, com a história da paixão entre Denise e Guilherme. A personagem é interpretada por Dani Calabresa, numa performance mais contida, sem a expansão que a tornou uma das boas comediantes brasileiras.

Ao assumir a identidade de um palestrante motivacional, Guilherme percebe também que ele precisa aproveitar a própria vida. E é no avião, a caminho da Cidade Maravilhosa, que a ficha do nosso herói cai,quando um passageiro, Manoel (Evandro Mesquita) pergunta a ele a maior loucura que fez na vida. Nem Guilherme acredita na falta de graça de sua resposta, ao apontar uma viagem de carro com amigos para o Nordeste.

A escalação do elenco assegura bons momentos. Miá Mello tem uma cena rápida e divertida, em que é comparada com Luiz Caldas. É bobeira, mas diverte. Antônio Tabet e Maria Clara Gueiros e Rodrigo Pandolfo também garantem algumas das melhores cenas do longa.   

Não espere que “O palestrante” vá inovar alguma coisa no humorismo. O filme é bem feito, bem cuidado e oferece o riso que nos mostra que a vida também pode ser divertida. Com ou sem lição motivacional.

“O PALESTRANTE”
(Brasil, 2020) De Marcelo Antunez. Com Fábio Porchat, Dani Calabresa, Antonio Tabet. Estreia nesta quinta-feira (4/8) nas salas Cineart Boulevard, Cidade, Del Rei, Minas Shopping, Ponteio, Via Shopping, Cinemark BH Shopping, Diamond Mall, Partage, Pátio Savassi, Cinépolis Estação BH e Cinesercla Norte.