Belo-horizontinos que transitavam pelo Quarteirão Todas as Tribos, na rua Rio de Janeiro, na Praça Sete, Região Central de Belo Horizonte, se impressionaram com o espetáculo circense “Rádio Variéte”, no início da tarde desta quinta-feira (4/8). A apresentação faz parte da abertura do 21º Festival Mundial de Circo, que segue até 11 de agosto.
O projeto internacional, idealizado em 2001, é feito na capital mineira e em outras cidades do interior de Minas Gerais. Por conta da pandemia de COVID-19, o festival foi cancelado em 2020 e, no ano passado, foi retomado no formato on-line. A proposta dos próximos dias, é fazer toda a programação em praças, ruas e palcos da cidade.
Fernanda Vidigal, idealizadora do evento, afirma que a expectativa de retorno é grande e a decisão de fazer o evento na rua está ligada à pandemia e à característica do circo. “A rua era a melhor opção, pois ainda estamos enfrentando uma pandemia. Além disso, ocupar espaços públicos é próprio do festival, mesmo que tenhamos espetáculos em lona ou teatro, sempre levamos para rua. O circo é popular, estar na rua é muito confortável”, contou.
Quem passava pela rua ficou admirado
Segundo ela, o intuito é mostrar um pouco da linguagem circense. “É fazer esse encontro mais próximo com as pessoas, com aquelas que estão transitando na rua e não esperavam ver um espetáculo. Então, essa ligação com o público é muito importante. Por isso, o festival sempre, de alguma forma, tem alguma coisa acontecendo na rua”, completou.
Francisco Sanches, 10 anos, foi uma das crianças da plateia que se divertiram ao assistir ao espetáculo de abertura. O garotinho garante que deu boas risadas e contou ao Estado de Minas, a sua parte favorita. “Eu achei muito legal quando eles começaram a tocar música com as canecas e garrafas”, disse.
Já o paulista Ricardo Rodrigues afirma que a inciativa do apresentação de rua é um “respiro”. “Eu já conhecia o festival. Acredito que é muito importante trazer a diversão em momentos estratégicos. Precisamos de um alento, refresco e estar numa praça, às 12h, para encontrar o público, é de uma magia fenomenal. Vemos as pessoas saindo dos lugares e param para saborear o festival. O projeto está de parabéns”, explicou.
Além do “Rádio Varieté, do Grupo Lamínima, outros três espetáculos de rua da companhia (Luna Parke, Circo Charanga e Reprise), que está comemorando 25 anos, serão apresentados. “Queríamos presentear a cidade, trazer cultura para praças e parques de Belo Horizonte e propor atividades acessíveis para a população. Todas as apresentações serão gratuitas”, afirmou Fernanda.
Espetáculo criado para festival deste ano
Além das apresentações circenses, o Festival Mundial de Circo conta com a exposição de fotos de edição anteriores, na programação. A ação estará disponível durante os espetáculos de rua do Lamínima e retoma a trajetória do evento.
“Essa exposição é como um varal, pois imprimimos as fotos em grandes lençóis, com dois metros. Isso irá trazer a história da participação de diversos grupos que passaram pelo festival”, afirmou a idealizadora da ação.
Outra atividade pensada para o festival foi o espetáculo “Mostra de Cena Circense”, que reúne os trabalhos autorais de artistas circenses e o diretor convidado, Ronaldo Aguiar. Este ocorrerá no Cine Horto, localizado na Rua Pitangui, 3613, neste fim de semana (6 e 7 de agosto, às 21h e 19h, respectivamente).
“Ano passado, na nossa edição on-line, recebemos mais de 700 inscrições de artistas do mundo inteiro. Mas, muitos espetáculos não eram peças que dialogavam com audiovisual, sendo somente a filmagem de um número. Então, muitos números bons ficaram de fora por causa disso e, na edição presencial, resolvemos retomar algumas inscrições de apresentações, que têm recorte do circo contemporâneo. A partir disso, montamos um espetáculo inédito”, afirmou Fernanda.
Para a idealizadora do festival, a ação é importante, pois, muitas vezes, o artista circense não consegue participar de um espetáculo, mas tem um número. “Seja ele trapezista ou malabarista, nós selecionamos uma diversidade de técnicas circenses e estética. Há artistas mais tradicionais, outros que trabalham com o audiovisual ou tocam algum instrumento, por exemplo. Enfim, é muito legal para eles que, além de serem vistos, podem assistir o trabalho de outro colega”, contou.
Confira a programação
- Mostra de Cenas Circenses
Local: Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3613, Horto)
Dias e Horários: 6 e 7 de agosto (sábado e domingo). Dia 6 de agosto às 21h e dia 7 de agosto, às 19h.
Ingressos: R$ 20 (Inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Retiradas no Sympla ou na bilheteria do teatro a partir de 1 hora antes do início do espetáculo (sujeito a lotação do espaço).
- Circulação Grupo Lamínima
Luna Parke
Local: Praça Duque de Caxias/Santa Tereza.
Classificação etária: Livre
Dia e horário: 5 de agosto, sexta-feira, às 19h30
Gratuito
Circo Charanga
Dia e horário: 7 de agosto, domingo, às 11h
Local: Praça Carlos Chagas (Praça da Assembléia) Santo Agostinho
Classificação etária: Livre
Gratuito
Reprise
Dia e Horário: 11 de agosto, quinta-feira, às 9h
Local: Parque Municipal
Classificação etária: Livre
Gratuito com retirada de ingressos no Sympla.
- Lançamento de Livro: “Domingos Montagner: o Espetáculo Não Para”
Local: Galpão Cine Horto
Dia e Horário: 6 de agosto, sábado às 19h.