“Raulzito Beleza – Raul Seixas para crianças” transporta o lendário roqueiro para o universo infantil. A peça será apresentada neste domingo (14/8), às 17h, no Grande Teatro do Palácio das Artes.
O ator carioca Rodrigo Salvadoretti, protagonista do musical, conta que a criançada vai conhecer a infância do artista e seus sucessos por meio de um garoto criativo, agitado e pouco atento ao mundo real.
O excesso de energia atrapalha o menino Raulzito na escola, servindo de mote para a peça abordar a rotina e o tratamento de crianças que apresentam traços de hiperatividade e déficit de atenção (TDAH).
Mêlo, o amigo imaginário de Raul
“Trabalhamos o imaginário da criança de uma forma muito bonita”, garante Rodrigo. “Esse imaginário tem alcance muito maior do que podemos imaginar.” O roqueirinho tem um amigo imaginário chamado Mêlo. “Ele escrevia a HQ chamada 'As aventuras psicodélicas de Mêlo'”, conta Salvadoretti.
O poder do lúdico e da imaginação ganham destaque no palco. “Raul Seixas era criança imaginativa e com muita energia, que só queria cantar e ser Elvis Presley. A mãe implicava com aquela história, falando para ele: 'Você tem que estudar, se tornar médico, advogado'”, comenta o ator.
O menino Raul amava Elvis Presley e iniciou a carreira imitando o americano, mas depois se encantou com o Brasil de Gonzagão. A peça também mostra isso, observa Salvadoretti.
“Ele passou a flertar com coisas mais regionais, como Luiz Gonzaga, e misturou rock com baião. Chega uma hora em que o personagem fala para a mãe: ‘Quero ser Elvis Presley ou então igual a Luiz Gonzaga’.”
Além de Rodrigo Salvadoretti, fazem parte do elenco os atores Pedro Henrique Lopes, Elisa Pinheiro e Pablo Áscoli. Raul Seixas morreu em agosto de 1989, em São Paulo, após sofrer parada cardíaca. Tinha 44 anos e sua obra é cultuada por várias gerações de brasileiros.
Roqueiro carismático, o baiano sempre foi um homem anticonvencional. “Raul era figura fascinante, uma luz mesmo”, diz Rodrigo.
“O nosso Maluco Beleza tinha um jeito muito diferente de ver a vida, de pensar as coisas e de pensar a arte. Na peça, Raulzito quer ser artista e cantar, mas também construir um mundo melhor, estar em contato com a luz, com as plantas, pois todos nós estamos integrados a algo maior. O menino já tinha uma cabeça lá na frente”, comenta.
“O nosso Maluco Beleza tinha um jeito muito diferente de ver a vida, de pensar as coisas e de pensar a arte. Na peça, Raulzito quer ser artista e cantar, mas também construir um mundo melhor, estar em contato com a luz, com as plantas, pois todos nós estamos integrados a algo maior. O menino já tinha uma cabeça lá na frente”, comenta.
Salvadoretti canta vários hits do baiano, que ganharam arranjos da maestrina Claudia Elizeu, diretora musical do espetáculo. “A gente não tem acompanhamento de banda. Canto em cima de playbacks”, ele explica.
A trilha sonora traz “Maluco Beleza”, “Gita”, “Mosca na sopa”, “Como vovó já dizia (Óculos escuros)” e “O carimbador maluco”, entre outras canções de Raul. Escrita por Pedro Henrique Lopes, a peça é dirigida por Diego Morais.