O Projeto Palco Giratório, conduzido pelo Departamento Nacional do Sesc em parceria com os departamentos regionais, chega à sua 24ª edição após um período em formato virtual, devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19. A segunda fase do circuito de eventos ocorrerá em formato híbrido, incluindo apresentações on-line e presenciais gratuitas.
Até o próximo 26 de setembro, o projeto terá programação ao vivo em Montes Claros, Poços de Caldas e Uberlândia. Nesse período, também serão realizados diversos debates on-line, com artistas de diversas regiões brasileiras e temas de interesse de profissionais, especialistas e estudantes das artes cênicas.
A edição atual do Palco Giratório pretende mostrar como o setor de artes cênicas pode utilizar as mídias digitais como suporte criativo para a manutenção da produção artística nacional. Nesta semana, a programação inclui, na terça-feira (16/8), o diálogo entre Xisto Siman, do Circo Volante de Mariana (MG) e participantes do Coletivo Instrumento de Ver, de Brasília.
Eles discutirão sobre o distanciamento imposto pela pandemia, os desafios e adaptações demandadas pelo processo artístico a essa realidade e como as artes se adaptaram ao mundo virtual.
Xisto aborda as ações desenvolvidas para serem utilizadas por professores das redes pública e privada de 13 cidades em suas aulas on-line. O Circo Volante é um grupo de palhaçaria e comicidade de Mariana.
Beatrice Martins, do Instrumento de Ver, comenta que o coletivo já tinha um trabalho anterior com audiovisual, o que facilitou sua adaptação às circunstâncias da pandemia.
Gyl Giffony, da Cia. Inquieta, de Pernambuco, destaca a importância do Palco Giratório para a integração entre artistas de diferentes regiões do país. Ele é parceiro do ator Silvero Pereira em apresentações ao vivo do espetáculo "Metrópole online" e está na programação do projeto agendada para o dia 9/9, em diálogo com os integrantes do Horizontes da Cena, de Minas Gerais
"A gente fala de muitas diferenças no Brasil, mas as diferenças regionais, entre capitais e interior, entre centro e periferias, o Palco Giratório é um evento que trabalha contra essas diferenças. A circulação artística, em geral, é muito difícil no Brasil, pelas nossas distâncias. A gente conseguiria, por exemplo, montar uma peça de teatro sem patrocínio numa capital, mas conseguir circular com essa produção seria muito difícil”, aponta.
Ele comenta que “o que o Palco Giratório está fazendo este ano é um recorte curatorial de produções de artistas da cena realizadas durante esse período pandêmico. O público tem que ficar atento. São trabalhos virtuais muito díspares entre si. Você tem desde obras gravadas a apresentações ao vivo, e o público tem a oportunidade de assistir a peças feitas por artistas brasileiras e brasileiros referenciais de como a gente atravessou e tem atravessado esse período".
PALCO GIRATÓRIO - ONLINE
Conversa entre o Coletivo Instrumento de Ver (DF) e Xisto Siman, do Circo Volante, de Mariana (MG). Nesta terça (16/8), às 19h, no canal Sesc MG no YouTube.
*Estagiário sob a supervisão da editora Silvana Arantes