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Estado de Minas DANÇA

Primeiro Ato faz performances em espaços públicos de BH, a partir de hoje

Ação que começa nesta terça-feira (16/8) na Estação Central do Metrô é comemorativa aos 40 anos da companhia de dança


16/08/2022 04:00 - atualizado 15/08/2022 22:08

Bailarino e bailarina fazem performance do espetáculo 'Primeiro Ato 40 anos - Tecidos na pele'
Bailarino e bailarina fazem performance do espetáculo 'Primeiro Ato 40 anos - Tecidos na pele' (foto: Guto Muniz/Divulgação)

''Estamos levando para a rua um trabalho extremamente poético. A ideia é fazer as pessoas refletirem; afinal, nos dias de hoje, tudo é muito rápido, muito efêmero. Nossa proposta, portanto, é justamente apresentar o espetáculo, de maneira gratuita, em lugares onde as pessoas costumam passar apressadamente, para que elas parem por um momento''

Suely Machado, diretora do 1º Ato

Em comemoração ao seu aniversário de 40 anos, completados em março deste ano, o grupo de dança Primeiro Ato pretende levar um momento de respiro ao público apressado que passar pelas estações Central, Gameleira, Vilarinho e Espaço Cênico Yoshifumi Yagi, a partir desta terça-feira (16/8), até a próxima sexta (19/8). 

Sob direção de Suely Machado, o corpo de bailarinos do grupo desenvolveu o espetáculo “Primeiro Ato 40 anos – Tecidos na pele”, composto por oito performances que revivem a trajetória da companhia de dança por meio de figurinos marcantes de montagens realizadas nessas quatro décadas de atividade.

Os locais que receberão as apresentações foram escolhidos com o objetivo de democratizar o acesso da população ao trabalho do grupo, levando a arte e a dança contemporânea a um público que nem sempre está familiarizado com ela.

“Nós estamos levando para a rua um trabalho extremamente poético. A ideia é fazer as pessoas refletirem; afinal, nos dias de hoje, tudo é muito rápido, muito efêmero. Nossa proposta, portanto, é justamente apresentar o espetáculo, de maneira gratuita, em lugares onde as pessoas costumam passar apressadamente, para que elas parem por um momento e reflitam sobre a mensagem que estamos passando por meio da dança”, afirma a bailarina e coreógrafa Suely Machado.

Ela comenta que a arte, de modo geral, usa do corpo para dar vazão aos sentimentos e expressões artísticas, e a dança é o segmento que mais se vale do corpo do artista, desafiando-o a se comunicar com o público, sem a necessidade de usar palavras.

Para isso, no entanto, cada gesto, cada passo e cada movimento devem ser carregados de significado. “O Primeiro Ato tem essa característica de desenvolver, em suas performances, movimentos cujos gestos têm uma identidade própria. Além disso, buscamos estabelecer um diálogo entre a dança e outros segmentos artísticos para facilitar essa nossa comunicação com o público”, diz.

Três bailarinos do 1º Ato fazem performance
O conjunto de oito performances ''Primeiro Ato 40 anos - Tecidos na pele'' foi criado pelos bailarinos da companhia, sob direção de Suely Machado, a partir das montagens ''Carne viva'' (1990), ''Desiderium'' (1996), ''Geraldas e avencas'' (2007), ''Adorno'' (2010), ''InstHabilidade'' (2014) e ''Terreiro'' (2016) (foto: Guto Muniz/Divulgação)

Diálogo de linguagens enfatiza a dança

O diálogo entre a dança e demais segmentos artísticos, contudo, não se limita a ampliar as possibilidades de interpretação de quem assiste às apresentações do Primeiro Ato. Ela faz  com que o grupo resgate a origem da dança como espetáculo. 

“As apresentações formais de dança surgiram como atrações dos entreatos das óperas, que, por sinal, agregam todas as artes em uma única. Ali você encontra, música, poesia e interpretação”, comenta a diretora do Primeiro Ato. 

O espetáculo em comemoração ao aniversário do grupo, entretanto, foi além das formas tradicionais de arte e focou no figurino. “Primeiro Ato 40 anos – Tecidos na pele” foi concebido a partir de trabalhos de Marco Paulo Rolla, Pablo Ramon, Ronaldo Fraga e Silma Dornas em montagens anteriores da companhia.

“Nossos figurinos sempre foram significativos. Assim, propusemos aos bailarinos que se inspirassem naquelas roupas que fossem mais importantes para eles no intuito de desenvolver uma performance que expressasse os sentimentos deles ao relembrar aquele figurino”, explica Suely.

Bailarino faz performance do espetáculo ''Primeiro Ato 40 anos - Tecidos na pele''
Criatividade de cada bailarino foi valorizada nas coreografias (foto: Guto Muniz/Divulgação)

Antigas montagens ganham releituras

Encarregados de desenvolver coreografias que transparecessem os sentimentos que tinham ao rever figurinos que usaram no passado, os bailarinos Alex Dias, Camila Felix, Dalton Correia, Elton de Souza, Marcela Rosa, Marcella Gozzi e Robert Henrique conceberam o espetáculo. 

"Inicialmente, havíamos pensado em fazer quatro apresentações, compostas por quatro performances. Contudo, quando damos total liberdade para os bailarinos criarem, você sabe como é, né?”, brinca Suely.  “Aparece muita coisa boa que não pode ser desperdiçada.” 

As quatro performances que estavam previstas para ser apresentadas viraram oito, que transitam por montagens de sucesso do grupo, como “Carne viva” (1990), “Desiderium” (1996), “Geraldas e avencas” (2007), “Adorno” (2010), “InstHabilidade” (2014) e “Terreiro” (2016).

Pela primeira vez, haverá um intérprete de libras. O bailarino Uziel Ferreira estará em todas as apresentações do grupo em comemoração ao aniversário e tende a continuar fazendo as interpretações na língua de sinais em futuros espetáculos do Primeiro Ato, a fim de tornar as performances da companhia mais inclusivas.

''PRIMEIRO ATO 40 ANOS - TECIDOS NA PELE''

 » Nesta terça (16/8)
Às 15h, na Estação Central do Metrô (Praça da Estação – Centro/BH)

» Quarta (17/8)
Às 15h, na Estação de Metrô Gameleira (Rua Conde Pereira Carneiro, 495 – Gameleira/BH)

» Quinta (18/8)
Às 15h, na Estação de Metrô Vilarinho (Av. Vilarinho, 36 – Vila Cloris/BH)

» Sexta (19/8)
Às 15h, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado (R. Jauá, 80 – Alípio de Melo/BH) - Entrada gratuita, mediante retirada de ingresso no local, por ordem de chegada, limitado à capacidade de assentos.


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