O cantor, compositor e pianista Zé Manoel é o convidado do projeto Uma voz, um instrumento desta sexta-feira (19/8), no Centro Cultural Unimed-BH Minas. O pernambucano apresenta show de voz e piano, recebe a cantora e compositora Luiza Brina e o cantor Moisés Navarro como convidados e terá a participação do pernambucano Alexandre Rodrigues, o Copinha, nos sopros.
O repertório reúne canções de seus quatro discos, com destaque para “Canção e silêncio” (2015) e “Do meu coração nu” (2020); este último foi indicado ao Grammy Latino, na categoria de melhor álbum de Música Popular Brasileira.
Natural de Petrolina, Zé Manoel morou por 10 anos no Recife, onde estudou música na Universidade Federal de Pernambuco. “Copinha é fruto das minhas conexões com a música na capital pernambucana. Ele tocou todos os sopros desse meu disco, gravou todos os arranjos. É um músico incrível e toca muitos instrumentos”, comenta.
O primeiro encontro
Quanto a Moisés Navarro, Zé Manoel conta que participou do EP recentemente lançado pelo cantor mineiro nas plataformas digitais, “Aquele abraço, Gilberto Gil”. “Vamos nos encontrar presencialmente pela primeira vez e cantaremos juntos no palco. Na verdade, a gente ainda não se conheceu pessoalmente.”
O músico afirma que já tem “mentalmente outro projeto pronto, só falta conseguir recursos para poder fazê-lo. O problema é que voltei para Recife durante a pandemia, onde passei dois anos. Portanto, não tinha endereço fixo na capital paulista e por isso não podia me inscrever nos editais. Agora que estou de volta a Sampa, já posso participar”, diz
Zé Manoel começou tocando violão e depois passou para o piano. “Isso, aos 9 anos, quando ainda morava em Petrolina. Estudei piano com a professora Lúcia Costa, que ainda dá aulas lá. Na verdade, não estudei em conservatório, mas sim com ela, que tinha um repertório de música brasileira muito bom. Parte da minha formação é resultado dessa convivência com Lúcia, porque ela tinha muita coisa de Ernesto Nazareth, Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga, entre outros.”
Formação brasileira
Esse período inicial de estudos, aponta o músico, foi decisivo em sua formação. “Ao invés de estudar o que em um programa normal em um conservatório seria, geralmente, compositores europeus, comecei já estudando os brasileiros. Isso foi muito importante e me formou também como compositor, com todas essas referências.”Ele conta ainda que a partir do momento em que conheceu a obra de Caymmi, o baiano passou a ser a sua maior referência. “Mas posso citar também Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Houve uma fase em que saí ouvindo toda a discografia de Luiz Gonzaga e fiquei muito encantado com a obra. Com certeza, os dois participaram muito da minha formação.”
Embora tenha frequentado a faculdade de música no Recife, Zé Manoel não chegou a se formar. “Na verdade, fui para fazer a faculdade de música, mas não cheguei a concluir o curso, porque já estava viajando muito, fazendo shows. Passei seis anos na universidade e perdi por faltas. Isso porque sempre havia alguma viagem, um show, porque já estava tocando, na época. Quando vi que não estava conseguindo dar conta, desisti do curso.”
O pianista está animado com a volta a Belo Horizonte, onde já se apresentou outras vezes. “Amo de coração, acho que todo o Brasil também. Estava com muitas saudades de voltar a BH, porque tenho uma relação com vários amigos e músicos daqui. Estou muito feliz em voltar à cidade e também em reencontrar Luiza Brina, porque já faz um bom tempo que não a vejo, além de conhecer pessoalmente o Moisés Navarro.”
“UMA VOZ, UM INSTRUMENTO”
Show do pernambucano Zé Manoel, nesta sexta-feira (19/8), às 21h, no Centro Cultural Unimed-BH Minas ( Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia), à venda na bilheteria do teatro e no site Eventim. Mais informações: 31.3516-1360