A história do político corrupto decidido a acabar com uma cidadezinha usando como arma o xerife negro foi o ponto chave da comédia "Banzé no Oeste”, sucesso no final da década de 1970.
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Vozes famosas nos EUA e no Brasil
A versão original tem as vozes de Michael Cera (Hank), Mel Brooks (Shogun), Ricky Gervais (Ika Chu), Samuel L. Jackson (Jimbo) e Michelle Yeoh (Yuki). No Brasil, os personagens ganham vida, respectivamente, com Paulo Vieira, Ary Fontoura, César Marchetti, Márcio Simões e Deborah Secco.Em entrevista on-line, Paulo e Ary revelaram os desafios de dublar personagens animados. Paulo Vieira citou sua experiência no gênero stand-up comedy como ponto positivo para dar vida a Hank.
"Uso muito o corpo, mas a base do stand up é o texto, a voz, a entonação, o ritmo. Quando você vai fazer comédia na dublagem, isso acaba sendo vantagem. O ritmo da piada é uma preocupação de quem faz stand up”, observou o humorista e ator.
Ary Fontoura buscou ajuda em sua experiência como radioator em Curitiba, sua cidade natal, no início dos anos 1960.
“Utilizo certos recursos de interpretação e, na dublagem, me vi fazendo rádio-teatro de novo. Ali era preciso fazer com que o público imaginasse a personagem somente por meio da voz, da interpretação”, afirmou.
Ele destacou também a importância do diretor de dublagem, que lhe ofereceu coordenadas para realizar um trabalho melhor.
“Cada um tem suas muletinhas. Sempre busco personagens para transformá-los em outros. Um gato pode ser parecido com alguém. O cachorro pode ter características humanas. Quanto mais eu colocava um ser humano no meu gato, mais o sentia engrandecido.”
Paulo sempre adorou dublagem. “Cresci vendo filme dublado na 'Sessão da tarde'", brincou. “No Tocantins, faço a Mostra Internacional de Comédia e a primeira pessoa que homenageei foi Selma Lopes, a voz de Margie Simpson (de "Os Simpsons"). “Quando ela fez a voz, o restaurante parou”, diverte-se.
Para dublar Hank, Paulo levou dois dias em estúdio. Ary, cujo personagem tem tempo menor no longa, fez todo o trabalho em quatro horas.
Para eles, ver o filme pela primeira vez com as próprias suas vozes é uma novidade. “Sou mais lento que Ary. Experiência conta, estou começando agora”, dissel Paulo Vieira.
Os dois atores têm opiniões semelhantes sobre os pets da vida real. Ary reconhece ter chegado ao exagero de morar em um apartamento com mais cachorros do que gente.
“Éramos eu, minha empregada mais cinco beagles. Eles tinham muita sensibilidade. Detestavam ouvir rock, mas adoravam Roberto Carlos”, contou.
Hoje, a vida cigana de Ary Fontoura não lhe permite oferecer a atenção que os pets merecem. “Sabemos o tanto que eles nos amam e o quanto precisam ser amados”, diz.
Muito antes de resgate de animais de rua virar atitude, Paulo Vieira pegava cachorros de rua e sempre os ajudava. “Sempre fui muito cachorreiro”, revelou.