A importância do violão como expoente da música brasileira é o tema do evento “Sons da cidade – Mostra Internacional de Violão de Belo Horizonte”, que será realizado no Conservatório UFMG até sábado (27/8).
A programação, inteiramente gratuita, terá recitais, rodas de conversa, lançamento de livro e disco e exibição de documentário.
Fernando Chagas, violonista e coordenador do evento, diz que a proposta "é aproximar o público de grandes violonistas brasileiros e estrangeiros, cada um com suas influências e estilos."
A mostra contemplará a música em sua amplitude – popular, erudita, contemporânea e regionalista. "Fazemos do violão um elemento de elo entre as pessoas”, explica o coordenador.
O festival partiu da vontade de Fernando Chagas de criar um evento que tratasse da música tendo o violão como grande catalisador. Ele se juntou a Carlos Walter para realizar, em 2019, a primeira edição da mostra.
Nos dois anos seguintes, “Sons da cidade” ganhou formato virtual devido às medidas de isolamento para combater a COVID-19. Em 2021, uma novidade: o 1º Concurso Sons da Cidade, voltado para jovens violonistas residentes em BH e na região metropolitana.
“Quisemos propiciar um espaço de participação a jovens músicos para que pudessem mostrar seu trabalho e conviver com violonistas já consagrados com trajetórias na música instrumental”, conta Fernando.
A edição deste ano dá continuidade ao concurso, que terá como jurados Thaís Nascimento (RS) e Maria Haro (Uruguai).
“Sons da cidade” promete novidades. “Chegamos com fôlego novo e a possibilidade de realizar a quarta edição em formato presencial. Adoramos retornar ao Conservatório UFMG, onde tudo começou”, afirma Fernando Chagas.
Clube da Esquina e Cuba
Entre os principais convidados está Gulherme Vincens, que abre a programação nesta quinta-feira (25/8), com composições próprias que homenageiam os 50 anos do Clube da Esquina, os 100 anos da Semana de Arte Moderna e a memória de Ian Guest.
Em seguida, a violonista cubana Ariadna Cuellar, pela primeira vez ao Brasil, interpreta peças autorais e de compositores de várias gerações de seu país, como Leo Brouwe, Nico Rojas, Eduardo Martín e Francisco Rodríguez.
"Vir ao Brasil é um sonho se tornando realidade. É um país que nós, cubanos, amamos muito e que eu, em particular, admiro. Quero absorver e aprender tudo o que puder, porque, em primeiro lugar, vim para aprender”, diz ela.
Na sexta-feira (26/08), haverá duas apresentações. A violonista Andrea Perrone, de Porto Alegre (RS), apresenta “For fun”, repertório autoral que explora a criatividade e o uso de afinações alternativas.
O Duo Marcilio Lopes e Lucas Porto, com repertório de choro brasileiro e arranjos originais, vai abordar a obra de Ernesto Nazareth e Pixinguinha, entre outros "chorões".
No sábado (27/8), Ulisses Rocha (SP) apresenta seu mais recente álbum, “Véu”, com 11 composições originais para violão solo.
No mesmo dia, o duo de guitarra e piano Barceló-Mikhaylisheva, composto pelo violonista português Ricardo Barceló e pela pianista alemã Svetlana Mikhaylishcheva, interpretará peças de Boccherini, Barceló, Diabelli e Brouwer.
Livro relembra os desafios da mostra
O livro “Sons da cidade – Mostra Internacional de Violão” será lançado nesta quinta-feira (25/8), durante o evento. De autoria de Fernando Chagas e Carlos Walter, discorre sobre os desafios da produção e gestão da mostra em suas três primeiras edições.
"Neste livro de bolso, eu e Carlos falamos como se deu a produção da mostra, seus desafios e seus encantos. Também abordamos a questão da produção cultural em tempos de pandemia”, informa Fernando Chagas.
Como parte da programação educativa, a mostra traz as rodas de conversa “A linguagem do choro” (25/8), com o Duo Marcilio Lopes e Lucas Porto; “O violão na universidade” (26/8), com Ricardo Barceló, Ulisses Rocha e Gulherme Vincens; e “Violonista-intérprete e violonista-compositora: diversidade e expressão”, com Andrea Perrone e Ariadna Cuellar.
Em clima de descontração, na sexta-feira, às 15h, será realizado o “Café com violão” no Pátio do Conservatório UFMG, para quem quiser tomar cafezinho, comer pão de queijo e ouvir violonistas tocando.
No sábado, às 10h, haverá a exibição do documentário “O último chorão”, seguido de bate-papo com o diretor Ricardo do Carmo.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria
SONS DA CIDADE
Desta quinta-feira (25/8) a sábado (27/8), a partir das 17h, no Conservatório UFMG. Avenida Afonso Pena, 1.534, Centro. Entrada franca mediante retirada de ingresso. Informações: (31) 3409-8300.