Jornal Estado de Minas

SÉRIE

''Pistol'' reconta a história dos punks que infernizaram a rainha Elizabeth


Ninguém filmou tão bem a juventude britânica perdida e sem a menor perspectiva quanto Danny Boyle em “Trainspotting”, no clássico dos anos 1990. O inglês fez muitos filmes desde então, venceu o Oscar de diretor por “Quem quer ser um milionário?” (2008). Mas a urgência com que mostrou um grupo de desocupados e drogados na Escócia no final dos anos 1980 ainda é a principal referência quando se fala em sua obra.





Não é de estranhar, então, que Boyle seja o diretor da minissérie “Pistol”, que estreia na próxima quarta-feira (31/8) no Star+. O nome já diz tudo: a produção acompanha em seis episódios a fugaz trajetória dos Sex Pistols (1975-1978), uma das formações precursoras do punk.

Banda mutante

A série mostra a trajetória do grupo como antídoto para os ideais conservadores do Reino Unido da época. Uma banda mutante que se tornou cada vez mais imagem do que propriamente música. E que, efetivamente, teve um único álbum de estúdio: “Never mind the bollocks, here's The Sex Pistols” (1977).



A série é baseada nas memórias do guitarrista Steve Jones (interpretado por Toby Wallace). No início da história ele é o vocalista de um quarteto nada original, The Swankers. Acredita piamente que será a próxima grande novidade do rock britânico. Para tentar chegar lá, inclusive rouba equipamentos de som. O que o faz parar na prisão.





E é lá que é salvo do xadrez e da vida no anonimato. No tribunal, acaba sendo resgatado pelo chamativo produtor Malcolm McLaren (Thomas Brodie-Sangster), que pretende criar sua própria revolução no rock. “Pistol” mostra que a banda era, acima de tudo, uma produção bem gerenciada por McLaren, que desde o início queria perturbar o sistema.

A série apresenta as histórias dos demais integrantes, que chegam depois de várias tentativas frustradas. O baterista Paul Cook (Jacob Slater) aprendeu a tocar em seu próprio quarto. O Johnny Rotten de Anson Boon capricha nos olhos arregalados que fizeram do vocalista a estrela.

Sid Vicious: fama e tragédia

Mas muito do culto em torno dos Sex Pistols veio em decorrência da tragédia em torno do baixista Sid Vicious (Louis Partridge). Tanto que a trajetória do músico que morreu de overdose de heroína aos 21 anos acaba dominando a segunda parte da minissérie.

O elenco ainda destaca Maisie Williams, a Arya Stark de “Game of thrones”. Aqui ela é Jordan, uma figura real. Modelo e atriz, ficou conhecida por seu trabalho com a estilista Vivienne Westwood, tornando-se ícone do punk britânico.


“PISTOL”
• A minissérie, com seis episódios, estreia na quarta-feira (31/8) no Star