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Estado de Minas DANÇA

Letícia Carneiro volta ao teatro, neste fim de semana, com 'Prima-veras'

Diretora da Quik Cia. de Dança usa a técnica da improvisação estruturada para expressar seu sentimento em relação à vida, à morte e ao envelhecimento


27/08/2022 09:30 - atualizado 27/08/2022 09:35

Bailarina Letícia Carneiro está deitada no chão e segura um vaso de cerâmica
"Prima-veras", solo de Letícia Carneiro, fica em cartaz até domingo (28/8) no Teatro Marília (foto: Rodrigo Quik/divulgação)

"Na dança ou na vida, você tem de estar consciente do seu corpo"

Letícia Carneiro, bailarina


Dez anos depois, a Quik Cia. de Dança volta ao teatro. Foi uma década dedicada a apresentações, pesquisa e experimentação da dança contemporânea de rua. O encerramento de um ciclo e o início de outro coincidem com o espetáculo solo de Letícia Carneiro, cofundadora da companhia, diretora artística e bailarina.

Prima-veras, início desta nova etapa, chega às vésperas da entrada de setembro, mês em que começa a estação das flores. O espetáculo será apresentado neste sábado (27/8), às 20h, e domingo (28/8), às 19h, no Teatro Marília, em BH.

A coreografia está fortemente ligada ao conceito somático trabalhado pela diretora Lu Favoreto. Ao articular corpo, som e movimento, ela conecta diferentes linguagens - dança, música, literatura, videoarte, artes visuais e teatro - para abordar sentimentos pessoais e universais.

Consciência do corpo

A direção de Lu Favoreto traz a marca da consciência do corpo e seus movimentos, fazendo com que Letícia Carneiro busque descobrir seus próprios sentidos no palc
 
A bailarina explica que o trabalho se dá sob a perspectiva da improvisação estruturada. “Não é aquela improvisação em que você entra e improvisa com o que te oferecem no momento. Não. É um trabalho não propriamente coreografado, mas trabalhamos com algumas estruturas. A gente carrega a experiência, pois na rua também é assim”, explica Letícia Carneiro.

A artista celebra não apenas a volta ao teatro, mas as duas décadas de trabalho da companhia e seus quase 60 anos de vida, a maior parte deles dedicada à dança.

Ex-integrante do Grupo Corpo, Letícia credita à “companhia-mãe” a responsabilidade pela formação de público exigente e de qualidade, mas também de toda uma ambiência de outros grupos de dança de BH.

O trabalho que ela apresenta neste fim de semana é de 2018. “Fiz uma pré-estreia, tem a ver com o estúdio que construí onde eu moro (Jardim Canadá, em Nova Lima). É um novo chão para mim. Um novo ciclo também. Falo na peça: 'Sou uma mulher de mais ou menos 60 anos, sou forte, bruta e, ao mesmo tempo, sonhadora'. A respeito desta mulher, são prima-veras - veras são muitas mulheres em mim”, comenta.

Luto e ancestralidade

O trabalho passa por memórias da artista em relação à mãe, falecida este ano, representada no figurino por meio de um vestido, passa pela ancestralidade da dança e do tambor. Também remete a medos e aventuras do processo de envelhecimento, pois ela se depara com a chegada dos 60 anos a partir da conexão entre corpo e mente trabalhada pelas técnicas somáticas de Lu Favoreto.

“Essas técnicas ajudam a ampliar as percepções de escutar, ver, perceber no toque ou por meio das sensações. Isso tem uma inteligência, você acessa camadas mais profundas que se refletem no movimento ou na fala. Professores de dança trabalham muito nessa perspectiva, porque na dança ou na vida, você tem de estar consciente do seu corpo”, afirma.

Além de escritos autorais, o espetáculo conta com texto da autora portuguesa Maria Gabriela Llansol, trechos de poema de Amilcar de Castro e letras de Miguel Wisnik recitadas por Letícia. Eles percorrem a trilha sonora assinada por Rodrigo Salvador.

O figurino é de Ana Virginia Guimarães e Silma Dornas, a edição de vídeo e iluminação ficaram por conta de Deise Oliveira e Leonardo Pavanello. O cenário e a produção são de Rodrigo Quik, bailarino e cofundador da companhia.

“Foi uma equipe muito envolvida e muito amorosa. É um trabalho feito no peito e na raça”, conclui Letícia Carneiro.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

PRIMA-VERAS

Espetáculo da Quik Cia de Dança. Neste sábado (27/8), às 20h, e domingo (28/8), às 19h. Teatro Marília. Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). Venda on-line no site Disk Ingressos.


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