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Estado de Minas CULTURA

Virada Cultural de BH: diversão e protesto marcam campeonato de gaymada

O campeonato é promovido pela Cia. Toda Deseo e começou pouco depois do meio-dia, sob forte calor


04/09/2022 14:34 - atualizado 04/09/2022 15:34

Gaymada
O Campeonato Interdrag de Gaymada acontece em vários estados e está na programação da Virada há três anos (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )

Uma competição animada divertiu as pessoas que estavam na Praça da Estação, Região Central de BH, na tarde deste domingo (4/9). O Campeonato Interdrag de Gaymada, promovido pela Cia. Toda Deseo começou pouco depois do meio-dia, sob forte calor. O evento é uma das atrações da 7ª edição da Virada Cultural de BH

Os membros da companhia - formada por atores, atrizes e drag queens - começou o evento fazendo um aquecimento com as equipes que se inscreveram para participar do campeonato. Após o aquecimento, o mestre de cerimônias da Toda Deseo, David Maurity, convocou a equipe para o desfile das bandeiras e fez um discurso de protesto, lembrando as dificuldades por que passa o setor cultural no país.  
 

"Como criar em um país com milhões passando fome e celebrar a vida de jovens negros, travestis e pessoas trans são mortas todos os dias?", perguntou. 

"Estamos aqui porque toda arte é política e para rir na cara de quem quer nos calar", completou. Ele foi aplaudido pelos presentes. 
 
Homem lançando água nos participantes da Virada
Para refrescar, os organizadores usaram um 'mangueirão' nos participantes (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press )

Quatro times se inscreveram para a disputa: Time Imperial, Tropa da Faladeza, As bonitas e Lulalá. Elas se enfrentaram entre si e a vencedora disputa a final contra a equipe da Cia. Toda Deseo. 

Momento de celebrar 


A atriz e drag queen, Nickary Aycker, de 37 anos, participa da companhia há quatro anos e destaca a importância do evento na Virada Cultural de BH. "Estar hoje neste lugar é muito importante. A virada proporciona a possibilidade de mostrar nossa arte e nossa cultura."

O Campeonato Interdrag de Gaymada acontece em vários estados e está na programação da Virada há três anos, segundo Aycker. Ela diz que a sensação de poder voltar a participar do evento após a pandemia de COVID-19 é surreal. 

"Vivemos muito tempo enclausurados, sem poder sair, sem poder trocar, sem poder estar presente. Hoje nós estamos aqui, celebrando as nossas vidas e a das pessoas que nós amamos. Isso é muito importante."

Ela ressalta ainda a importância da arte neste momento do país. "É bem complicado saber que nós estamos fazendo arte e ainda somos censurados."

O ator e dançarino Ronny Stevens, de 36 anos, é um dos organizadores do campeonato e destaca a importância de ocupar os espaços da cidade. "Deixar nossos corpos na rua para todo mundo ver que a gente existe e estamos aqui, nos divertindo. A Virada tem uma proporção gigantesca, é um movimento que une as pessoas, todo tipo de gente. Tá todo mundo aqui para se divertir."

Ele afirma ainda que a volta do evento depois da pandemia dá uma sensação de liberdade. 

Água para refrescar 


Enquanto o campeonato acontecia próximo ao palco montado no centro da praça, nas margens da Avenida dos Andradas um caminhão pipa jogava água nas pessoas que queriam se refrescar do forte calor que fazia na tarde deste domingo.


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