Nos embalos de releituras de ícones da música como Tim Maia e Jorge Ben Jor, o cantor, rapper e compositor Flávio Renegado bateu ponto em Belo Horizonte, na Praça da Estação, na noite deste domingo (4/9), como parte das mais de 300 atrações da Virada Cultural. O evento teve início nesse sábado (3/9).



Para além do canto, o artista se dirigiu ao público propondo reflexões a respeito da ampla inclusão de corpos pretos e indígenas na sociedade. A execução brutal da vereadora carioca Marielle Franco, há mais de quatro anos, também pautou o discurso.

Ele ainda relembrou a pandemia de COVID-19 e dividiu com o público as inseguranças em relação ao futuro. Dando continuidade ao show, Renegado interpretou sucessos da banda brasileira de reggae Natiruts e cantou “Talismã”, da cantora Iza.

Leia tambémVirada Cultural de BH: Fernanda Takai protesta pela Serra do Curral em show

Na sequência, o rapper dedicou um momento do show para homenagear Elza Soares. Em ato simbólico, pediu à equipe para apagar as luzes do palco e que o público acendesse isqueiros e lanternas. Ícone da MPB, a cantora morreu aos 91 anos de causas naturais em sua casa, no Rio, em janeiro deste ano. 




 

“Por Ágatha, Marielle e Anderson! Parem de nos matar”

 
Dando voz a outros protestos, Renegado relembrou a morte da menina Ágatha Felix, no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2019; e as execuções da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em uma emboscada em março de 2018, também na capital fluminense.

“Por Ágatha, Marielle e Anderson! Parem de nos matar”, exclamou o artista, que, após encerrar sua apresentação, anunciou a entrada de Sandra de Sá, ovacionada pelo público. “Eu me lembro da minha infância em Contagem e fico com saudade de BH”, declarou a artista para os fãs na plateia.

No início do show, ela cantou “Eu quero é botar meu bloco na rua”, de Sérgio Sampaio. Posteriormente, Renegado voltou ao palco pedindo barulho para aquela que ele qualificou como rainha da black e soul music. Juntos, eles cantaram “Olhos coloridos” – uma das canções mais famosas da artista, que recebeu coro massivo do público com a letra na ponta da língua. Ambos encerraram o show com “Réu confesso”, de Tim Maia.

* Matheus Hermógenes (estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Arruda)

compartilhe