Jornal Estado de Minas

Três mil pessoas assistem à Orquestra Filarmônica em concerto em Lisboa

Lisboa – Depois da estreia em uma sala de concerto portuguesa, na Casa da Música, no Porto, o batismo ao ar livre – e em uma data emblemática. A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais apresentou-se neste 7 de setembro nos jardins da Torre de Belém, um dos maiores símbolos de Portugal, para uma plateia de três mil pessoas.





 

O programa celebrou a música brasileira com peças de alguns de nossos maiores compositores: Alberto Nepomuceno (“O Garatuja”), Francisco Mignone (“Congada”), Lorenzo Fernandez (“Batuque”), Guerra-Peixe (“Mourão”) e Carlos Gomes (“O escravo: Prelúdio e Alvorada” e “O Guarani: Protofonia”).

 

Portugal também fez parte da cena, com a “Abertura sinfônica no.3”, do compositor lisboeta Joly Braga Santos. Assim como no Porto na terça-feira (6/9), a noite teve início com os hinos dos dois países, acompanhados de pé pela plateia.

 

Como de praxe em concertos abertos, o maestro Fabio Mechetti apresentou cada uma das peças. A plateia, que logo ocupou as duas mil cadeiras disponíveis, também se estendeu para o gramado. E reagiu a cada uma das peças, num crescendo. “Batuque” foi muito aplaudida, assim como “Mourão”, assim que o maestro anunciou que Guerra-Peixe havia se inspirado no folclore do Nordeste.





 

Plateia ocupou o jardim ao lado da Torre de Belém (foto: Mariana Peixoto/EM/D.APress)
Manifestações eram esperadas. Na plateia havia pessoas de verde e amarelo – e os gritos de “Fora Bolsonaro” do início da apresentação arrefeceram ao longo do concerto. Transmitido pela RTP, a emissora pública portuguesa, a apresentação também era acompanhada por meio de dois telões nas laterais do palco. A partir das 21h30 o concerto será exibido no canal do YouTube da Filarmônica – meia hora depois, entra no ar na Rede Minas.

 

As imagens vão mostrar o impacto que o bis trouxe à plateia de brasileiros e portugueses: “Aquarela do Brasil”, de Ary Barroso, e "Tico-tico no fubá", o choro de Zequinha de Abreu que ganhou o mundo com Carmen Miranda. O concerto foi encerrado com a abertura da ópera “Fosca”, de Carlos Gomes. E tinha gente na plateia gritando por “Ó Minas Gerais”.

 

A Filarmônica continua amanhã em Lisboa com a intensa agenda portuguesa – apresenta-se no Centro Cultural de Belém. Na sexta (9/9) encerra a temporada no Convento São Francisco, em Coimbra.

 

A repórter viaja a convite da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais