A comédia romântica “Ingresso para o paraíso”, que estreia nesta quinta-feira (8/9) nas salas de cinema em Belo Horizonte, aposta todas as fichas no carisma e na química entre George Clooney e Julia Roberts. Há também cenários exuberantes filmados na Austrália – que, na trama, faz as vezes de Bali. De resto, o longa é puro clichê e escapismo, sem nenhum pudor.
Logo no início, o público fica sabendo que David (Clooney) e Georgia (Julia) são divorciados e, aparentemente, se odeiam. Ricos e bem-sucedidos, eles se reencontram para a formatura da filha, que seguirá com uma amiga para Bali. Nesse reencontro, já fica claro que a paixão perdida em algum momento dos anos de casamento segue latente.
Sim, “Ingresso para o paraíso” é o tipo de filme que, com 15 minutos de projeção, você já sabe como vai acabar – e ele não decepciona, segue e termina exatamente como previsto. Trata-se de uma obra claramente realizada para trazer conforto a quem a assiste, com eventuais sorrisos e suspiros.
Veja trailer de 'Ingresso para o paraíso':
Lily (Kaitlyn Dever), a filha de David e Georgia, se apaixona por um jovem de Bali, Gede (Maxime Bouttier). Pouco tempo depois, comunica aos pais que vai se casar. O ex-casal estabelece uma trégua e viaja para tentar impedir que Lily aja de forma impulsiva, como eles próprios consideram ter agido quando jovens.
Alianças surrupiadas
Entre uma tirada irônica e outra, comentários jocosos e provocações espirituosas – das quais o filme tenta tirar alguma graça –, David e Georgia bolam planos, como roubar as alianças, sem as quais, pelas tradições locais, a cerimônia não pode acontecer.
Em alguns momentos, “Ingresso para o paraíso” parece novela das sete da Globo condensada em 100 minutos, com orçamento milionário. O enredo não tem muito compromisso com a coerência e a lógica. Mas isso parece não ter importância para o diretor Ol Parker, de “Mamma mia: lá vamos nós de novo!”.
As reviravoltas são previsíveis e não há dramas ou traumas que durem mais de dois minutos. É nos diálogos ácidos e hiperbólicos dos personagens de Clooney e Julia que “Ingresso para o paraíso” se ancora.
Os dois atores, amigos há décadas, contaram ao The New York Times que precisaram de 80 tomadas para fazer uma cena de beijo.
“Foram 79 tomadas de nós rindo e depois uma tomada de nós nos beijando”, explicou Julia Roberts. “Temos uma amizade que as pessoas conhecem e vamos entrar nela como um casal divorciado. Metade da América provavelmente pensa que estamos divorciados, então temos isso a nosso favor”, brincou a atriz.
“Foram 79 tomadas de nós rindo e depois uma tomada de nós nos beijando”, explicou Julia Roberts. “Temos uma amizade que as pessoas conhecem e vamos entrar nela como um casal divorciado. Metade da América provavelmente pensa que estamos divorciados, então temos isso a nosso favor”, brincou a atriz.
O astro e a estrela já contracenaram em “Jogo do dinheiro”, “Onze homens e um segredo”, “Doze homens e outro segredo” e “Confissões de uma mente perigosa”.
“Julia e eu não estávamos ativamente procurando um projeto para fazermos juntos, mas, claro, foi fácil dizer sim para a chance de trabalhar em outro projeto com ela”, afirmou Clooney.