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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

Cia da Farsa e Cia Marginal apresentam 'Advinhe quem vem para rezar'

Grupos de teatro selam parceria para encenar texto de Dib Carneiro Neto sobre impasses da relação entre pais e filhos


10/09/2022 04:00 - atualizado 10/09/2022 01:47

Alexandre Toledo e Luiz Drumond
Alexandre Toledo e Luiz Drumond em "Advinhe quem vem para rezar" (foto: Igor Cerqueira/divulgação)


A Cia. da Farsa apresenta sua nova peça, “Adivinhe quem vem para rezar”, em parceria com a Cia. Marginal, cumprindo temporada no Teatro de Bolso do Sesc Palladium até 18 de setembro.

O texto do jornalista, dramaturgo e crítico teatral Dib Carneiro Neto foi encenado em Belo Horizonte nos anos 2000, com Paulo Autran e Cláudio Fontana. O ator Alexandre Toledo, da Cia. da Farsa, ficou impactado pela força da trama sobre o difícil diálogo entre pai e filho.

Toledo vinha trabalhando com Luiz Drumond, da Cia. Marginal, para a construção de um monólogo e propôs a ele a montagem de “Adivinhe quem vem para rezar”. A peça sela a parceria entre a Cia. da Farsa, que está completando 22 anos, e a Cia. Marginal, fundada há cinco.

“Temos um trabalho de colaboração mútua. A gente divide o espaço de ensaio. Nos tornamos companhias irmãs”, destaca. A discussão sobre a função paterna é o que mais chama a sua atenção em “Adivinhe quem vem para rezar”.

Missa de sétimo dia

O personagem chega à igreja, ainda vazia, para o que supostamente seria a missa de sétimo dia do pai. “O que se discute é: quem é o pai? Qual a função do pai? O personagem se sente profundamente abandonado, e isso perpassa a vida dele, que ficou travada do ponto de vista sentimental”, diz Toledo.

O ator convidou Yuri Simon, com quem já havia trabalhado em “Senhora dos afogados” e “Sortilégio da mariposa”, para participar do projeto.

“Eu, o Luiz e o Yuri compartilhamos a ideia de trabalhar o teatro baseado no texto, então buscamos sempre textos fortes, que tragam questionamentos sobre o homem contemporâneo. O papel do pai tem mudado bastante ao longo dos últimos anos, mas, para a minha geração e do Yuri, isso é uma coisa corriqueira, o pai distante, desobrigado de cuidar dos filhos”, diz.

Yuri Simon observa que a peça fala da relação entre pai e filho quase como acerto de contas por tudo o que não foi dito. “O texto trata não só do relacionamento entre pai e filho, mas da falta de comunicação entre os homens, especialmente dentro de casa, onde se tem a ideia de que tudo é naturalmente entendido”, sublinha.

ADIVINHE QUEM VEM PARA REZAR

Montagem da Cia. da Farsa e da Cia. Marginal. Em cartaz até 18 de setembro. Teatro de Bolso Júlio Mackenzie do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Sexta e sábado, às 20h, e domingo, às 19h. R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)


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