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Estado de Minas MEMÓRIA

Debate sobre biografia de Cintura Fina traz olhar sobre a BH dos anos 1950

Escritor Luiz Morando participa de bate-papo nesta terça (13/9) sobre o livro 'Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte'


13/09/2022 04:00 - atualizado 12/09/2022 21:42

O escritor Luiz Morando olha para a câmera. Atrás dele há estante cheia de livros
Escritor Luiz Morando participa do Sempre um Papo e relembra a trajetória da célebre travesti de BH (foto: Lucas Ávila/divulgação)

O escritor Luiz Morando, pesquisador sobre memória e performatividades LGBTQIA+, participa do Sempre um Papo nesta terça-feira (13/9), às 19h, para falar sobre seu mais recente livro, “Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte” (Editora O Sexo da Palavra).

 

Trata-se da biografia da travesti que marcou época na capital mineira na década de 1950. A conversa será mediada pela jornalista Jozane Faleiro e transmitida pelo YouTube e Facebook do projeto.

 

Nascida em 1933, no Ceará, Cintura Fina não passava despercebida em Belo Horizonte, especialmente nos arredores boêmios dos bairros Bonfim e Lagoinha, onde se envolveu em brigas e acabou sendo detida diversas vezes. Sua identidade, que transitava entre o que era considerado masculino e feminino, causava incômodo na sociedade e, entre conflitos e afetos, a tarvesti entrou para a memória da cidade.

 

Alvo de constantes agressões da polícia, Cintura Fina era presença contínua em delegacias devido ao hábito de não aceitar abusos, numa época em que o preconceito era ainda mais preponderante na sociedade. Ousada, não aceitava que alguém questionasse sua identidade sexual. Para se defender, usava uma navalha, o que lhe rendeu 11 inquéritos policiais por furto e lesão corporal.

 

Por outro lado, são vários os relatos dando conta da solidariedade e generosidade da travesti, sempre dedicada a resolver problemas sociais e que afetavam as pessoas mais vulneráveis. Assim como ainda acontece com a maioria da população travesti, Cintura Fina não encontrou outra possibilidade de renda senão a prostituição. Anos depois, aprendeu o ofício de alfaiate.

 

“Marilyn Monroe dos detentos”, “anormal”, “refinado malandro”, “pederasta”, “larápio”, “gatuno”, “invertido sexual” eram alguns dos termos que a imprensa usava para se referir a Cintura Fina. O preconceito se estendia a toda a comunidade LGBT. As travestis eram “as anormais da cidade”, as lésbicas eram chamadas de “trogloditas”, enquanto “invertidos” era o termo direcionado aos gays.

 

Em “Enverga, mas não quebra: Cintura Fina em Belo Horizonte”, Luiz Morando se dedica a registrar, ao longo de 340 páginas, estes e outros aspectos da trajetória desta personalidade da história da capital, bem como as características da sociedade da época. Informações: www.sempreumpapo.com.br.


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