Acionistas, gestores e representantes das principais emissoras que compõem a rede do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) participam nesta semana do Encontro Rede SBT 2022, no Guarujá, no litoral de São Paulo. O evento, que chega ao final nesta quarta-feira (14/9), foi palco para discussão de estratégias, troca de experiências e definições acerca dos próximos projetos da rede.
De acordo com José Roberto Maciel, CEO do Grupo Sílvio Santos e do SBT, não seria possível a emissora estar presente "em praticamente todos os lares brasileiros", como está, se não possuísse "uma rede tão bem estruturada, tão forte e tão presente em todos os estados, em todos os municípios, levando conteúdo de muita qualidade, sempre respeitando a questão da cultura local, da regionalidade, e passando uma mensagem sobre aquilo que o Brasil tem de melhor".
Na visão de Maciel, o brasileiro quer que o conteúdo da televisão tenha relação com as suas necessidades e prioridades. Ele acredita que o Encontro Rede SBT 2022 cumpre a missão de melhorar a convergência em entendimento das emissoras sobre quais são os desejos do espectador. "Quanto mais (as emissoras) convergirem, mais forte será a rede, tendo em vista que os recursos financeiros para produzir conteúdo são finitos", disse.
'Nosso jornalismo sempre primou pela questão da imparcialidade, da pluralidade, de ouvir os dois lados. A gente leva, através do nosso jornalismo, em todas as regiões do Brasil, uma informação relevante, necessária e, acima de tudo, isenta. E não uma emissora que tenta forçar opinião em cima do espectador'
José Roberto Maciel, CEO do SBT
Ao todo, o SBT conta com 114 emissoras na rede, sendo 106 afiliadas e oito regionais. Ele está presente em 4.889 municípios brasileiros, chegando a 97,5% dos domicílios com TV. Um dos pilares do Sistema Brasileiro de Televisão, reforçou Maciel, é a informação e, em sua visão, ele não teria a força atual se a preocupação editorial variasse entre os integrantes da rede.
"Nosso jornalismo sempre primou pela questão da imparcialidade, da pluralidade, de ouvir os dois lados. A gente leva, através do nosso jornalismo, em todas as regiões do Brasil, uma informação relevante, necessária e, acima de tudo, isenta. E não uma emissora que tenta forçar opinião em cima do espectador", pontuou.
No discurso na abertura do evento, Maciel instigou os acionistas, representantes e gestores a manterem uma reflexão constante sobre como otimizar o conteúdo da TV para outras plataformas de distribuição, visto que o mundo passa por um processo no qual a distribuição vem cada vez mais se tornando não linear, ou seja, o conteúdo fica disponível onde as pessoas querem e quando elas desejam.
Ele explicou que hoje há mais pessoas consumindo conteúdo nos dispositivos portáteis do que na televisão, mas é preciso ver como manter a relevância na TV e, ao mesmo tempo, conversar com o espectador fora dela. O SBT terá, em suas palavras, "que conseguir estar presente em qualquer tela, de qualquer forma, em qualquer momento, e para qualquer uma delas o desafio de se conseguir fazer chegar o conteúdo com qualidade muda".
Renata Abravanel, presidente do conselho do Grupo Silvio Santos, foi a segunda pessoa a discursar na abertura do Encontro. Ela ressaltou que todos os componentes da rede estão receptivos para novas tecnologias, novas linguagens e novos negócios.
"Alguns mais, outros menos, isso é normal, toda mudança, toda disrupção gera uma certa ansiedade, mas eu acho que isso virou parte da nossa vida, ainda mais no pós-pandemia, a gente teve que aprender a se adaptar, a se reinventar, a inovar, a fazer também novas parcerias, pensar outros modelos de negócios, outros formatos de conteúdo, outras formas de produzir, então eu acho que constantes mudanças viraram parte do cotidiano", acrescentou.
Fernando Pelégio, diretor artístico do SBT, pontuou que o evento com os integrantes da rede é válido porque os gestores do Sistema Brasileiro de Televisão querem aprender com eles e mostrar a eles quais as diretrizes da empresa, para qual cenário ela está seguindo, o que está fazendo e o que esperar do futuro. "Estamos construindo esse relacionamento com mais de 100 emissoras que formam o SBT há 40 anos. Queremos não só manter, mas melhorar esse relacionamento, e isso passa por encontro como esses", declarou.
Ele disse, ainda, que os acionistas e representantes "sabem o que está acontecendo em cada estado, cada cidade que eles representam", e que transmitem isso para os gestores do SBT. "Então a gente veio mais aprender do que falar. A gente quer saber quais são as aspirações do povo brasileiro", complementou.