"Uma pitada de sorte”, comédia romântica dirigida por Pedro Antônio (“Tô Ryca”, “Um tio quase perfeito”) e que tem a atriz Fabiana Karla como protagonista, chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15/9). O título se refere à profissão de Pérola (Fabiana Karla), uma chef de cozinha um tanto atrapalhada, que sonha em abrir seu próprio restaurante.
A produtora Gláucia Camargos conta que o longa-metragem é a realização de uma velha vontade de trabalhar com a atriz. “A ideia do projeto partiu de um desejo meu de fazer um filme com a Fabiana Karla. Eu me inspirei nela como atriz; gosto muito de atores, sempre fico pesquisando atores”, afirma.
Embora somente neste 2022 o filme esteja sendo lançado, as filmagens datam de 2017. Portanto, o longa foi rodado antes de “Lucicreide vai pra Marte”, outro título protagonizado por Fabiana Karla, que estreou em março de 2021.
“Estou muito grata e honrada como artista de ter sido percebida a ponto de o processo ter sido inverso. Uma coisa é quando há o roteiro e se escolhe o protagonista de acordo com a necessidade, mas é muito mais valioso o fato de a Gláucia ter me visto e querer trabalhar comigo. Foi uma responsabilidade muito grande”, afirma a atriz.
Ela conta que teve uma intensa preparação para interpretar uma jovem cozinheira carismática que, a despeito de sua pouca experiência profissional, é ambiciosa, esforçada e inventiva. “Falei para o (diretor) Pedro (Antônio) que, se fôssemos tratar de comida, deveríamos ir para Recife, minha terra, para eu lhe mostrar minha culinária”, conta. “Tive muito suporte para aprender a fazer tratamento dos pratos, aulas com um chef profissional e acesso a vários filmes sobre o assunto”, acrescenta.
No roteiro assinado por Regiana Antonini, Alvaro Campos e Pedro Antônio, Pérola trabalha à noite em um restaurante que não valoriza seus esforços. Ao tentar ser inventiva e inovadora com seus pratos, ela acaba sendo demitida e vê seu sonho de abrir seu próprio restaurante cada vez mais distante.
Programa de TV
Contando com a ajuda de Fred (JP Rufino), seu irmão mais novo, e de seu amigo taxista Lugão (Mouhamed Harfouch), a cozinheira é selecionada para ser a nova assistente no programa de televisão de Diego (Ivan Espeche), um renomado (e sedutor) chef de cuisine.
“O elenco é primoroso. Os atores estão tão bem dentro de seus personagens e foram extremamente bem escalados. Não à toa, tive Ciça Castello e Marcela Altberg trabalhando comigo como diretoras de elenco, então temos o crème de la crème”, diz Gláucia Camargos.
Embora ocupe o posto de amigo, Lugão acalenta uma nada secreta paixão por Pérola. Segundo o diretor, “a parceria entre os dois (atores) veio do set, onde houve muito improviso”. “Eu virava para o JP e falava: exponha ele ao constrangimento e ao ridículo, assim vai ficar mais engraçado o caráter do Lugão”, conta Pedro Antônio.
Lugão, descrito por Mouhamed como um personagem que “tinha tudo para ser um estereótipo”, é um “troglodita com bom coração” e, além de taxista, acabou de abrir sua própria academia. JP Rufino teve o desafio de fazer parecer verossímil a relação entre Fred e sua irmã mais velha.
O diretor comenta que os atores tiveram muitos momentos de inspiração, que surgiam espontaneamente de suas interações no set de filmagens. “Esse filme trabalha com humor de situação: uma pessoa que está desempregada e pede desesperada emprego para alguém é uma situação delicada, mas que pode ser vista com olhar divertido. Há maneiras de se abordarem temas sérios e sensíveis ao ser humano, como superação, família e amor”, afirma.
Outro tarimbado nome do elenco é Jandira Martini, que interpreta Dona Gina, mãe de Pérola. Dona de uma empresa de festas infantis, ela deposita na filha a responsabilidade de auxiliá-la a tocar seu negócio. Gina é fanática pela cultura nacional, utiliza apenas folclore brasileiro em suas apresentações e acredita que “Star wars” foi inspirado em Machado de Assis.
O argentino Ivan Espeche, uma escolha pessoal da produtora, que havia trabalhado com o ator em “Doidas e santas”, comenta que não tinha muita habilidade com o português e teve que aprender a falar a língua às pressas.
Ele define as aulas do idioma que fez durante a preparação para as filmagens como “uma batalha”. “Gláucia me falou que eu precisaria falar português, não poderia ser ‘portunhol’. Eu sabia que a língua seria a ferramenta-chave para encontrar o charme desse personagem, um argentino morando no Rio após muito tempo”, diz ele.
*Estagiário sob supervisão da editora Silvana Arantes
“UMA PITADA DE SORTE”
(Brasil, 2022. 93min) Direção: Pedro Antônio. Com Fabiana Karla, Mouhamed Harfouch, JP Rufino, Jandira Martini e Ivan Espeche. Estreia nesta quinta-feira (13/9), nas salas das redes Cinemark, Cineart e Cinesercla