Angela Ro Ro será a “rainha” desta quinta-feira (22/9) à noite, no Grande Teatro Sesc Palladium. Em talk show comandado pela jornalista Camila de Ávila, a carioca vai falar sobre sua trajetória e relembrar alguns de seus sucessos, acompanhada do pianista Ricardo Mac Cord.
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“Vou pilotar um pouquinho o piano, mas estou trazendo o maestro Ricardo Mac Cord, que está comigo há mais de 30 anos. É um instrumentista maravilhoso, meu arranjador e parceiro predileto, sem desprezar os outros”, afirma Ro Ro. “Ele vai me acompanhar em algumas músicas que não sei tocar.”
Conversa boa e música
O bate-papo com Camila de Ávila e Pedrinho Alves Madeira, criador do Salve Rainhas, promete, porque a divertida Ro Ro sempre tem casos para contar, como costuma fazer durante seus shows.
“Será uma boa conversa regada a muita música. Agora, não sei o que eles estão preparando, quais serão as perguntas”, brinca. “As pessoas sabem que detesto polêmicas”, completa, aos risos.
O repertório será “de acordo com o freguês”, adianta Angela. “Ofereci algumas músicas que sei tocar ao piano e são do início da minha carreira, como ‘Meu mal é a birita’, engraçadíssima. É o rock bêbado mais engraçado que conheço.”
A romântica “Fogueira” não vai faltar. “Foi a primeira música que tive gravada pela pessoa que é meu ídolo, a Maria Bethânia, de quem sempre fui tiete.” A baiana incluiu a canção no álbum “Mel” (1979). “Foi um sucesso, vendeu muito bem e até me incentivou financeiramente no início da carreira. Bethânia também gravou ‘Gota de sangue’, somente minha. Toquei piano na gravação lá na Polygram, hoje Universal. Foi um momento maravilhoso.”
Já Cazuza (1958-1990) adorou “Cheirando a amor”, que Angela Ro Ro gravou em seu primeiro disco, lançado em 1979. “Sempre dizia que era a favorita dele. Depois do Cazuza partir daqui da Terra, ela entrou no filme ‘O tempo não para’, de Sandra Werneck e Walter Carvalho. O ator belo-horizontino Daniel Oliveira fez um Cazuza fantástico. Aliás, o filme e todos os atores são maravilhosos”, diz a compositora. E avisa: “Esta vou pilotando ao piano.”
O repertório desta quinta trará outro sucesso: “Amor, meu grande amor”, parceria dela com Ana Terra, gravada pela banda Barão Vermelho e por Frejat, já em carreira solo. “Esta canção já vinha bem desde 1979. Quando Frejat e Barão Vermelho a lançaram, foi uma levantada ainda maior. Aí, perpetuou para outras gerações. Um barato, maravilhoso”, diz.
Dois livros e polêmicas
Angela revela que tem feito canções e pensa em escrever sobre sua vida. “Tenho vontade de gravar, pois tenho coisas inéditas. Quero lançar um livro, talvez dois.” Porém, diz que sua biografia já está “lançada”, “pois falam o que querem de mim e não posso fazer nada”.
O título poderia ser “Os meus primeiros 70 anos”, ironiza. “Seria só para deboche mesmo. Na hora em que contar desde meu nascimento, do encontro do meu pai com a minha mãe aos dias de hoje, não sei se as pessoas acreditarão. Se eu falar a verdade, depois de tanta calúnia, não sei se o público ficará confuso, mas ele vai ter de se adaptar à realidade.”
A artista conta ter vontade de revelar as emoções que viveu, “o que a criança Angela sentiu, o que a adolescente Angela sentiu”. E explica: “É mais do que Angela Ro Ro, é Angela Maria. Até hoje, infelizmente, homofobia, racismo, difamação e mentira existem. Quando surgi no cenário musical, modéstia à parte, causei impacto muito grande. Mulher, autora, compositora, instrumentista cantando bacaninha, pois canto direitinho. Além do mais, me perdoem, mas tenho fotos para provar: fui muito bonita fisicamente, belíssima, especialmente naquela época, com 30 anos e cara de 20.”
Ao comentar as polêmicas em que se envolveu, Angela diz que “um preconceito puxou o outro” e pessoas de seu convívio se calaram diante disso.
“Omissão é o pior dos crimes. Quando a pessoa tem de falar ‘não, ela não fez isso comigo!’, ela não fala. Essa omissão é tão criminosa quanto a difamação”, desabafa. “Mas vamos de 'Escândalo', canção de Caetano Veloso, que é linda. Este, sim, é o meu escândalo preferido”, conclui.
Um dos versos desta canção do baiano diz assim: “Dou gargalhada, dou dentada na maça da luxúria/ Pra quê?/ Se ninguém tem dó, ninguém entende nada/ O grande escândalo sou eu aqui, só.”
“SALVE RAINHAS”
Com Angela Ro Ro. Nesta quinta-feira (22/9), às 20h. Grande Teatro Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Inteira: R$ 120 (plateia 1), R$ 100 (plateia 2) e R$ 80 (plateia 3), com meia-entrada na forma da lei. Ingressos à venda no site Sympla e na bilheteria da casa.