No cinema, a tecnologia está em constante e rápida evolução. “Avatar” ajudou a provar isso em 2009, quando inaugurou a era de ouro do 3D e popularizou o uso em larga escala da captura de movimentos. Treze anos depois, o filme reforça essa ideia, ao voltar às telas depois de passar por “upgrade”.
Nesta quinta-feira (22/9), o longa de James Cameron reestreia em versão remasterizada, em 4K, tecnologia que não existia nas salas de cinema na época de seu lançamento original. Por mais inovador que o visual tenha sido há não muito tempo, nem “Avatar” ficou imune à passagem do tempo.
Pandora ressurge mais colorido
A ideia agora, contou Cameron em conversa com jornalistas, é recuperar o deslumbre que o planeta fictício de Pandora causou com suas cores e seu brilho e, também, apresentar a trama para gerações que nunca a viram da forma para a qual foi concebida, na telona.
“Estamos falando de 13 anos, o que quer dizer que há toda uma geração que não nasceu a tempo de ver o filme no cinema, ou seja, da maneira como 'Avatar' deve ser visto”, afirmou o cineasta, dias depois de a Disney retirar o filme de suas plataformas de streaming.
“O longa nos tirou da nossa rotina e nos levou para outro lugar, pela lente da ficção científica e da fantasia. Enquanto espectadores tentavam entender a tecnologia envolvida nesse processo, eles eventualmente cederam à imersão que oferecemos”, disse.
VEJA trailer de 'Avatar', que volta às salas de cinema:
O relançamento antecipa a aguardada sequência “Avatar: O caminho da água”, prevista para dezembro, e ao menos outros três títulos que devem expandir o universo Cameron, que com um único longa faturou US$ 2,8 bilhões (R$ 14,4 bilhões) e se firmou como a maior bilheteria de todos os tempos.
Neste segundo capítulo da saga, voltamos a acompanhar os na'vi, raça alienígena que povoa Pandora e que no primeiro filme frisou a importância de preservar a natureza, diante do governo americano que queria minar os recursos naturais.
Computação recria belezas do fundo do mar
Enquanto o primeiro “Avatar” encantou com as cenas de voo em banshees, criaturas aladas que lembram pterodáctilos, o segundo capítulo deve apostar as fichas na ambientação submarina. A expectativa é de que a computação gráfica e os novos equipamentos necessários para levar os personagens para o fundo do mar impulsionem uma revolução tecnológica em Hollywood.
Imersão, portanto, não é a palavra-chave só para o relançamento do “Avatar” de 2009, mas também para “O caminho da água”. Quem já viu partes do novo filme nos Estados Unidos tem batido nessa tecla, dizendo que as tecnologias desenvolvidas nos últimos 13 anos oferecem experiência ainda mais sensorial, como se o espectador estivesse dentro de um aquário.
A atriz Sigourney Weaver disse que, ao ver pela primeira vez algumas das cenas do novo longa na sala de cinema, começou a se mover como se estivesse na piscina – lentamente, como se os braços lutassem contra a resistência da água.
“O filme propõe uma nova experiência, mas os temas do primeiro continuam lá. Ainda falamos da importância da família, de proteger nossas comunidades e de combater países e corporações que querem explorar os recursos do nosso belo planeta. E há muita aventura também”, contou a atriz.
Estamos falando de 13 anos, o que quer dizer que há toda uma geração que não nasceu a tempo de ver o filme no cinema, ou seja, da maneira como 'Avatar' deve ser visto
James Cameron, cineasta
Sigourney está de volta, agora adolescente
O retorno de Sigourney Weaver à franquia deve causar estranhamento em quem se lembra bem de “Avatar”. A personagem Grace Augustine, afinal, morreu em meio ao clímax da trama. Cameron, no entanto, convidou a atriz para fazer outra personagem: Kiri, na'vi adolescente que é filha dos protagonistas, interpretados pelos atores Zoe Saldana e Sam Worthington.
Como só aparece em cena em formato azulado e extraterrestre, Kiri não terá qualquer semelhança física com a cientista do filme original. Todo o trabalho de Weaver em “O caminho da água” se deu por meio de captura de movimentos. Diversos sensores foram presos ao corpo e ao rosto da atriz, transmitindo os movimentos e expressões para um computador, que os simulava na personagem digital.
CONFIRA o visual de 'Avatar: O caminho da água', que estreia em dezembro:
Kiri será fundamental para a trama, pois Cameron espera que ela se conecte justamente com a nova geração que nunca viu “Avatar” nos cinemas. Ele acredita que quando se é jovem, há a tendência de automaticamente gostar da natureza e dos animais, características perdidas com o amadurecimento.
“'Avatar' nos devolveu a capacidade de nos sentirmos maravilhados. Vamos ver o impacto cultural que isso de fato terá se as pessoas aparecerem ou não nos cinemas para ver 'O caminho da água'”, comentou James Cameron.
"AVATAR" 4K
EUA, 2009, 162min. Direção: James Cameron. Com Sam Worthington, Zoe Saldana e Sigourney Weaver. Nesta quinta-feira (22/9), no BH 2 (14h30, 18h, 21h30), BH 9 (17h05, 20h35), Diamond 6 (17h, 20h30), Pátio 5 (17h, 20h30), Boulevard Imax (14h10, 17h20, 20h30), Cidade 5 (13h50, 17h, 20h10), Contagem 1 (14h, 17h10, 20h20), Del Rey 2 (14h10, 17h20), ItauPower 5 (14h, 17h10, 20h20), Minas 1 (14h10, 17h20, 20h30), Monte Carmo 4 (13h50,17h05, 20h10), Ponteio 3 (14h10, 20h15), Via Shopping 4 (13h50, 17h, 20h10).