Sob olhares atentos, o documentário "Serra nossa, sempre viva: protocolos de consulta das apanhadoras de flores" acaba de ser lançado no 2º Festival das Comunidades Apanhadoras de Flores Sempre-Vivas, em Diamantina. Realizado pela Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (Codecex) e pela Terra de Direitos, o filme de 37 minutos relata a luta das apanhadoras de flores pela defesa dos territórios e denuncia o avanço de monoculturas e impedimento da panha das flores, além de mostrar a relação das comunidades com a Serra do Espinhaço. As apanhadoras são reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), desde 2020, como sistema importante do patrimônio agrícola mundial, título concedido pela primeira vez ao Brasil.
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Com a presença de cerca de 250 pessoas, o Mercado Velho do Centro Histórico de Diamantina se transformou em sala de cinema, com memórias, resistência e autoidentificação. “Nossas comunidades sempre viveram na invisibilidade. Produzir um documentário que conta um pouco da história e da luta de um povo é dar visibilidade a ele, e visibilidade é a garantia da continuação do seu modo de vida tradicional", relata Tatinha Alves, apanhadora de flores sempre-vivas e coordenadora técnica da Codecex.
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Já para a apanhadora de flores da comunidade quilombola Mata dos Crioulos, Jovita Correia, que é retratada no documentário, é um momento de "muita alegria”. “Quando vi esse documentário, eu lembrei de toda nossa história de força e labuta para garantir nossos direitos. Foi um trabalho muito emocionante". O documentário pode ser assistido na íntegra no canal da Terra de Direitos no YouTube.