A São Paulo Companhia de Dança traz a Belo Horizonte “Do clássico ao contemporâneo”, com sessões nesta quinta (29/9) e sexta-feira (30/9), no Grande Teatro do Sesc Palladium.
“Vamos apresentar a essência da companhia, que é, literalmente, da dança clássica à contemporânea”, afirma a diretora artística Inês Bogéa, que já morou em BH e foi bailarina do Grupo Corpo entre 1989 e 2001.
É a sétima vez que a companhia se apresenta na capital mineira, cidade pela qual Inês tem afeto. “Adoro o tempo dos mineiros: mais calmo, perfeito para aproveitar cafezinho, comer pão de queijo e assistir a um espetáculo de dança”, diz.
O principal objetivo da companhia paulista é difundir as diversas perspectivas da dança. “Trabalhamos em três frentes principais: produção e circulação de espetáculos; educação e sensibilização de plateia; e também o registro e a memória da dança”, explica Inês.
De 'Lago dos cisnes' a Clayton Forsyth
Companhia de repertório, o grupo tem trabalhos dos séculos 19 a 21, abarcando peças clássicas, modernas e contemporâneas. “Dançamos não só clássicos tradicionais, como ‘Lago dos cisnes’ ou ‘Giselle’, mas os dos tempos atuais, como obras de Clayton Forsyth e de Édouard Lock”, aponta.
O espetáculo se divide em três partes, que bebem de fontes diversas. “São obras que falam de tempo, memória e presente, além do passado que vive em nós e do futuro que construímos a cada minuto de vida”, diz.
O espetáculo será aberto com a remontagem de “Divertissement de Paquita”, criada pelo bailarino Diego de Paula, que se inspirou na cena final da coreografia de 1847 assinada pelo russo Marius Petipa (1818-1910).
“O público verá a técnica clássica na potência dos tempos de hoje”, adianta Inês Bogea. Ambientada na Espanha invadida por Napoleão Bonaparte, “Paquita” narra a história da jovem criada por ciganos que salva a vida do filho de um general francês e se apaixona por ele. “O momento que conclui esta obra é de dança, comemoração e festa”, revela.
'O público verá a técnica clássica na potência dos tempos de hoje'
Inês Bogea, diretora da São Paulo Companhia de Dança
A segunda parte traz um clássico da MPB, “Só tinha de ser com você” (2020), releitura coreográfica da canção do álbum “Elis & Tom” (1974), de Elis Regina e Tom Jobim, desenvolvida por Henrique Rodovalho durante a pandemia, após estrear com o grupo goiano Quasar, em 2005.
“A remontagem levou em conta os bailarinos da nossa companhia, os intérpretes e o momento que estávamos vivendo”, afirma a diretora. “É impossível não se apaixonar pelo álbum, a cada vez que o escutamos, descobrimos novas emoções e sensações”, acrescenta.
Criação de Cassi Abranches
Para encerrar a programação, “Agora” (2019), de Cassi Abranches, ex-bailarina do Grupo Corpo, explora a pluralidade de sentidos da palavra tempo. “Essa obra fala sobre memória, sobre temperatura e sobre as diferentes dinâmicas da música e do movimento. Muito gostosa de assistir e dançar”, detalha Inês Bogéa.
Assinada por Sebastian Piracés, a trilha sonora utiliza bateria e elementos da percussão afro-brasileira, misturados ao rock contemporâneo e ao canto.
“DO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO”
Com São Paulo Companhia de Dança. Quinta (29/9) e sexta (30/9), às 20h30. Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. R$ 75 (inteira) e R$ 37,50 (meia). A sessão de sexta terá audiodescrição.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria