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Estado de Minas ARTES CÊNICAS

São Paulo Companhia de Dança chega a BH para embaralhar fronteiras do tempo

Comandado por Inês Bogéa, grupo paulista apresenta coreografias clássicas e contemporâneas no Sesc Palladium, nesta quinta (29/9) e sexta-feira (30/9)


29/09/2022 04:00 - atualizado 28/09/2022 22:27

Bailarinos estão no escuro, sob luz azul, e bailarina de roupa rosa se destaca à direita na coreografia Só tinha de ser com você, apresentada pela São Paulo Companhia de Dança
''Só tinha de ser com você'', coreografia de Henrique Rodovalho, tem a canção interpretada por Elis Regina e Tom Jobim como trilha sonora (foto: Fernanda Kirmayr/divulgação)


A São Paulo Companhia de Dança traz a Belo Horizonte “Do clássico ao contemporâneo”, com sessões nesta quinta (29/9) e sexta-feira (30/9), no Grande Teatro do Sesc Palladium.

“Vamos apresentar a essência da companhia, que é, literalmente, da dança clássica à contemporânea”, afirma a diretora artística Inês Bogéa, que já morou em BH e foi bailarina do Grupo Corpo entre 1989 e 2001.

É a sétima vez que a companhia se apresenta na capital mineira, cidade pela qual Inês tem afeto. “Adoro o tempo dos mineiros: mais calmo, perfeito para aproveitar cafezinho, comer pão de queijo e assistir a um espetáculo de dança”, diz.
 
O principal objetivo da companhia paulista é difundir as diversas perspectivas da dança. “Trabalhamos em três frentes principais: produção e circulação de espetáculos; educação e sensibilização de plateia; e também o registro e a memória da dança”, explica Inês.
 
Seis bailarinos com figurinos do balé clássico apresentam coreografia criada no século 19
"Divertissement de Paquita", peça que estreou no século 19, foi recriada pelo coreógrafo e bailarino Diego de Paula (foto: SPCD/divulgação)
 

De 'Lago dos cisnes' a Clayton Forsyth

Companhia de repertório, o grupo tem trabalhos dos séculos 19 a 21, abarcando peças clássicas, modernas e contemporâneas. “Dançamos não só clássicos tradicionais, como ‘Lago dos cisnes’ ou ‘Giselle’, mas os dos tempos atuais, como obras de Clayton Forsyth e de Édouard Lock”, aponta.

O espetáculo se divide em três partes, que bebem de fontes diversas. “São obras que falam de tempo, memória e presente, além do passado que vive em nós e do futuro que construímos a cada minuto de vida”, diz.

O espetáculo será aberto com a remontagem de “Divertissement de Paquita”, criada pelo bailarino Diego de Paula, que se inspirou na cena final da coreografia de 1847 assinada pelo russo Marius Petipa (1818-1910).

“O público verá a técnica clássica na potência dos tempos de hoje”, adianta Inês Bogea. Ambientada na Espanha invadida por Napoleão Bonaparte, “Paquita” narra a história da jovem criada por ciganos que salva a vida do filho de um general francês e se apaixona por ele. “O momento que conclui esta obra é de dança, comemoração e festa”, revela.
 

'O público verá a técnica clássica na potência dos tempos de hoje'

Inês Bogea, diretora da São Paulo Companhia de Dança

 

A segunda parte traz um clássico da MPB, “Só tinha de ser com você” (2020), releitura coreográfica da canção do álbum “Elis & Tom” (1974), de Elis Regina e Tom Jobim, desenvolvida por Henrique Rodovalho durante a pandemia, após estrear com o grupo goiano Quasar, em 2005.

“A remontagem levou em conta os bailarinos da nossa companhia, os intérpretes e o momento que estávamos vivendo”, afirma a diretora. “É impossível não se apaixonar pelo álbum, a cada vez que o escutamos, descobrimos novas emoções e sensações”, acrescenta.

Criação de Cassi Abranches

Para encerrar a programação, “Agora” (2019), de Cassi Abranches, ex-bailarina do Grupo Corpo, explora a pluralidade de sentidos da palavra tempo. “Essa obra fala sobre memória, sobre temperatura e sobre as diferentes dinâmicas da música e do movimento. Muito gostosa de assistir e dançar”, detalha Inês Bogéa.

Assinada por Sebastian Piracés, a trilha sonora utiliza bateria e elementos da percussão afro-brasileira, misturados ao rock contemporâneo e ao canto.

“DO CLÁSSICO AO CONTEMPORÂNEO”

Com São Paulo Companhia de Dança. Quinta (29/9) e sexta (30/9), às 20h30. Grande Teatro do Sesc Palladium. Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. R$ 75 (inteira) e R$ 37,50 (meia). A sessão de sexta terá audiodescrição.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria




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