Especializada em gypsy jazz, a banda Outro Gato lançou nas plataformas digitais o álbum autoral independente “Cantando a pedra” (Tratore). Matheus Félix (violino), Marcelo Luiz Barbosa (contrabaixo acústico), Mauro Dell'Isola (violão manouche) e João Gabriel (voz e violão manouche) compõem o grupo, fundado em 2017.
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"Violão violão" abrange um século da música brasileira para o instrumentoRodrigo Santos, ex-Barão Vermelho, é atração da 'Festa anos 80', em BH'Fossora' é jornada ao centro da alma de BjörkEvandro Mesquita canta o Rio de outros tempos no single 'Agora é a hora'Orquestra Mineira de Rock faz jornada dupla no Palácio das ArtesO violinista explica que o gypsy jazz, especialidade da Outro Gato, também é conhecido como jazz manouche. “É a ligação do jazz da década de 1920, dos Estados Unidos, que foi recebido na Europa, na década de 1930. E junto com essa influência norte-americana, a música folclórica cigana vem incorporada. Então essa mescla acabou originando o que eles chamam de gypsy jazz.”
Sobre as três músicas de outros autores incluídas no trabalho, ele comenta: “Gravamos ‘Savassi’, que é de Geovane Santos e Rodolfo Padilha, e não havia sido gravada antes. Rodolfo foi professor de violino no Palácio das Artes e integrante da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG) por muitos anos. Depois, ele começou a lecionar história e estética do jazz e, a partir disso, criou uma turma de alunos que acabou enveredando pelo gypsy jazz. Geovane Santos era um dos alunos dele, o que originou a parceria dos dois nessa música.”
O Outro Gato resolveu colocar no álbum duas versões, sendo uma delas “Nuvem cigana”, de Lô Borges e Ronaldo Bastos. “Não só pelo termo cigano, que é o jazz que a gente faz, mas também pelo tipo da música e a proposta que ela tem, achamos que tinha a ver fazer uma gravação dela”, diz o violonista.
A outra versão é de “Só sei dançar com você”, de Tulipa Ruiz. “Resolvemos colocá-la no álbum para representar a mulher, de uma maneira que acho que tem sempre que ser representada, ou seja, uma cantora e compositora de renome nacional, E a gente achou que isso era muito importante”, afirma Matheus.
Embora a formação original da banda tenha sofrido mudanças, o músico observa que “ao longo desses quase cinco anos, tocamos muito gypsy jazz, com canções do belga Jean ‘Django’ Reinhardt (1910-1953) e do francês Stephane Grappelli (1908-1997), que são nossas referências”.
“E nesse tempo todo viemos fazendo pesquisas, tocando repertórios e experimentando muita coisa. E isso acabou gerando na gente essa vontade criativa, natural do jazz, de trabalhar tanto o improviso, que é essencial para o estilo, quanto a questão da composição. Acabou que a gente colocou no álbum duas músicas de cada integrante, além das três releituras.”
“CANTANDO A PEDRA”
• Outro Gato
• Tratore (11 faixas)
• Disponível nas plataformas digitais