A produção conta a história de Jeffrey Dahmer, um dos maiores serial killers da história americana. Entre 1978 e 1991, ele matou 17 homens e garotos, além de praticar canibalismo e necrofilia com suas vítimas. Conhecido como “o canibal de Milwaukee”, Dahmer conheceu suas vítimas em boates e as levava para sua casa, onde as drogava e mantinha relações sexuais com o cadáver. Ele também esquartejava os restos mortais e usava a carne humana como ingrediente em pratos elaborados.
Com a popularidade da série, jovens de todo o mundo descobriram que o assassino aparece em diversas músicas da cultura pop. Confira algumas.
‘Dark horse’ - Katy Perry e Juice J
Um dos maiores hits da carreira de Katy Perry, “Dark Horse'', lançada em 2013, é uma colaboração com o rapper Juice J. No início da rima do seu convidado, ele canta “she’s a beast / I call her Karma / She eats your heart out like Jeffrey Dahmer” (“ela é uma fera / Eu a chamo de carma / Ela come o seu coração como Jeffrey Dahmer).
A descoberta fez com que parte dos internautas cancelassem a diva pop e outra parte defendesse, já que a música foi lançada há quase uma década.
E a Katy Perry que fez o Rock in Rio todo gritar o nome do Jeffrey Dahmer. Parece até uma homenagem, uma música que falar sobre magia citar ele. Que mexia com magia, satanismo e por isso fez o que fez. Mas... Entendam como quiser. @katyperry pic.twitter.com/wYAJ5xGlLh
%u2014 Luanderson Camilo (@UmLuan) September 24, 2022
a katy perry correndo pra apagar essa line da música agora q o caso do dahmer voltou à tona https://t.co/qarI3eEiVi pic.twitter.com/AuPcQyjEup
%u2014 %uD83C%uDF97 (@frwncy) September 22, 2022
2022 e os gæs tentando cancelar a katy perry só agora por ter citado o jeffrey dahmer na letra de dark horse gente vão lavar uma louça arrumar um emprego que aí vocês ocupam a mente de vocês em vez de tentar ganhar likes no twitter
%u2014 caio peixoto (@poxsitions) September 25, 2022
‘Cannibal’ - Ke$ha
Outra cantora que teve um hit resgatado foi Ke$ha. Lançada em 2010, a letra de “Cannibal” fala de uma mulher que “come corações de homens no café da manhã”. Mas não é só essa referência ao serial killer canibal: “Be too sweet, and you’ll be a goner/ I’ll pull a Jeffrey Dahmer” (seja muito doce e você será um caso perdido/ Eu vou me transformar em Jeffery Dahmer), diz outra parte da letra.
Em vídeos que circulam nas redes sociais, Ke$ha aparece fazendo uma performance da música em um show. Um dançarino segura um coração, ela pega a imitação do órgão e bebe um líquido vermelho de dentro dele, simulando sangue. A apresentação está sendo criticada por internautas.
kesha além de citar o assassino jeffrey dahmer em cannibal, performava durante a turnê arrancando o coração e bebendo o sangue de um cara, na época ela foi bastante criticada pic.twitter.com/1gUeWFL7ux
%u2014 Diego Gomes (@putsdiego) September 25, 2022
a kesha acordando pela manhã e vendo uma caralhada de viado desenterrando cannibal onde ela cita o jeffrey dahmer pic.twitter.com/cy4x2FElyh
%u2014 Diego Gomes (@putsdiego) September 25, 2022
A Kesha tendo que excluir essa das plataformas depois da série do Jeffrey Dahmer pic.twitter.com/hSQ9k2zyKv
%u2014 aiTunes (@aiTunesOF) September 23, 2022
depois de assistir dahmer toda vez que toca cannibal da kesha no aleatório eu canto essa pic.twitter.com/1EUTaKYBbM
%u2014 %u02B7 (@bezerraweber) September 28, 2022
‘213’ - Slayer
Se Dahmer é citado por Ke$ha e Katy Perry, ele é personagem principal da música “213”, da banda Slayer. Lançada em 1994, a canção tem referência ao número do apartamento em que o serial killer cometeu a maior parte dos crimes.
Em uma letra polêmica, a canção fala de necrofilia e canibalismo. “Primitive instinct a passion for flesh/ Primal feeding on the multitudes of death/ Sadistic acts a love so true/ Absorbingly masticating a part of you” (Instinto primitivo, uma paixão por carne/ Alimento primordial nas multidões da morte/ Atos sádicos, um amor tão verdadeiro/ Impressionantemente mascando uma parte sua), diz um trecho da canção.
Vocês tão cancelando a coitada da Katy Perry por ter uma linha na música dela sobre o Jeff Dahmer. Mas vocês já ouviram uma música INTEIRA do Slayer que é sobre o Dahmer também? Ah tá...
%u2014 Jane (@lrsfrx) September 30, 2022
Aí gente, vamos arrumar PROBLEMAS REAIS CARALHO
Quando descobrirem que o Slayer e Soulfly têm músicas sobre ele...
%u2014 Guii. (@verdakulto) September 25, 2022
Só pra ajudar: "Jeffrey Dahmer" do Soulfly e "213" do Slayer. https://t.co/x7QC2tCLcl
Outras músicas
Outras bandas e cantores também se inspiraram na história do canibal americano, mas com menos menções nas redes sociais. É o caso do grupo Soulfly, que tem uma música entitulada “Jeffrey Dahmer”. “Stalking victims through the night/ Dismember every body part/ Stalking killing in the night/ Consuming every body part” (perseguindo vítimas durante a noite/ Desmembrando cada parte do corpo/ perseguindo, matança na noite/ Consumindo cada parte do corpo), canta a banda em um trecho.
O Pearl Jam também cita o assassino em “Dirty Frank”. A canção foi inspirada no motorista do ônibus de turnê da banda. Em uma entrevista, os integrantes do grupo disseram que Frank era um pouco esquisito e, em uma brincadeira, sugeriram que ele provavelmente era um serial killer que comia gente.
“Dirty Frank Dahmer, he's a gourmet cook/ Got a recipe for famous ankle soup/ Wanted a pass, so she relaxed/ Now the little groupie's getting chopped up in the back” (Frank "Sujo" Dahmer é um cozinheiro gourmet, yeah/ Eu tenho uma receita para uma sopa anglo saxã/ Ela só queria entrar, então relaxou/ Agora a pequena groupie está sendo fatiada nos fundos), começa a música.
Já o rapper Eminem cita Dahmer em cinco músicas: “Bagpipes from Baghdad”, “Brainless”, “Must Be The Ganja”, “Psycopath Killer” e “Things Get Worse”. Nas redes sociais, internautas questionam porque somente Ke$ha e Katy Perry estão sendo canceladas por fazerem referência ao serial killer.
O Eminem cita o Jeffrey Dahmer em pelo menos 5 músicas e óbvio que todo mundo só vai falar da Katy Perry e da Kesha
%u2014 megan%uD83C%uDF7F Cinema enthusiastic (@femmefatalitys) September 27, 2022
O Soulfly do Max Cavalera literalmente escreveu uma musica inteira entitulada Jeffrey Dahmer + trocentas bandas de metal sobre o assunto. O Eminem vive citando ele de referencia nas letras psicopatas, esse povo pop é engraçado demais https://t.co/UiG7DTyI9s
%u2014 Ray Charles Terceiro (@DouglasDalien) September 25, 2022
Tatuagem
A internet também resgatou a história da australiana Britnee Chamberlain, que gastou R$ 11 mil para tatuar o rosto de Dahmer e de Ted Bundy, outro serial killer e predador sexual. Ao lado do rosto do canibal, está a frase “se não pode vencê-los, coma-os”; já do Bundy, a frase “eu não sinto culpa por nada. Sinto pena das pessoas que sentem culpadas”.
A jovem de 28 anos foi notícia no final de 2021 ao divulgar os desenhos e voltou a ser criticada após o lançamento da série. Britnee se pronunciou e disse que não concorda com os crimes, mas que as tatuagens são uma forma de liberdade de expressão. “Isso não quer dizer que eu imagino as coisas da maneira que ele faz. Mas, metaforicamente falando, é sobre não se sentir perseguida e derrotada pelos outros, não importa o quão difícil sejam as coisas para você”, disse, em entrevista ao jornal Daily Star.
‘Dahmer: o canibal americano’
A série apresenta, em 10 episódios, os crimes do serial killer e explora questões como racismo, homofobia, prostituição e discriminação. Assinada por Ryan Morphy, famoso por dirigir séries como ‘American horror story’, ‘The Ratched’ e ‘Glee’, a produção conta com Evan Peters, Richard Jenkins e Molly Ringwald no elenco.
A classificação indicativa é 18 anos e está disponível na Netflix.
True crime
As obras baseadas em crimes reais têm ganhado público dentro e fora do país. Em artigo publicado no Jornal USP, da Universidade de São Paulo, o pesquisador André Komatsu apontou o que desperta interesse por esse tipo de produção.
“Tem gente que está ali para ver estratégias de sobrevivência que possam ser úteis em uma situação extremamente improvável de acontecer na vida pessoal da maior parte das pessoas”, afirma.
Ainda segundo o especialista em psicologia, o fenômenos está ligada no interesse por entender as características da personalidade do criminoso, a busca por justiça social e o envolvimento com a morte, algo que pode ser intrínseco ao ser humano.
No mesmo artigo, o pesquisador Marcelo Nery, doutor em psicologia, apontou que o gênero pode apresentar alguns problemas, como a espetacularização da vida alheia e a confusão entre dramatização e realidade. Ele também chama a atenção para como a produção pode fazer com que o público sinta empatia e até identificação com o criminoso.