Jornal Estado de Minas

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Série 'Andor' oferece novidades aos fãs da franquia 'Star Wars'


Quando a Lucasfilm foi comprada pela Disney, em outubro de 2012, a promessa foi de expandir “Star Wars” para além do cinema, com investimentos em conteúdo para TV, streaming, videogames e parques temáticos.

De lá para cá, fomos bombardeados com toneladas de filmes e séries da “galáxia muito, muito distante”. A última novidade é a primeira temporada de “Andor”, que estreou na plataforma de streaming Disney+ em 21 de setembro. Dos 12 episódios, quatro já estão no ar. O quinto episódio será disponibilizado nesta quarta-feira (5/10).




 
“Andor” é spin-off (subproduto) do filme “Rogue One” (2016), outro desdobramento de “Star Wars” pós-Disney. O longa original se baseia na icônica sequência de abertura de “Star Wars: uma nova esperança” (1977), sucesso de crítica e de vendas na época em que foi lançado.

“Partindo de uma base secreta, naves rebeldes atacam e conquistam sua primeira vitória contra o perverso Império Galáctico. Durante a batalha, espiões rebeldes conseguem roubar os planos secretos da arma decisiva do Império, a Estrela da Morte”, anuncia a abertura.
 

 

Andor se depara com o passado

“Rogue One” conta a história do grupo de rebeldes que sacrificam a vida para que a Estrela da Morte e o Império sejam destruídos. O espião Cassian Andor faz parte dele, desempenhando papel extremamente importante na missão.





Com o sucesso do filme e o carisma do ator Diego Luna, que interpreta Andor, a Disney encomendou uma série de TV, baseada no personagem, ao serviço de streaming. A premissa seria narrar o passado e as origens do futuro espião e líder rebelde.

“Andor” é a quarta série em live-action desenvolvida pela Lucasfilm, depois de “The mandalorian” (2019), “O livro de Boba Fett” (2021) e “Obi-Wan Kenobi” (2022), todas disponíveis no catálogo da Disney .

O excessivo número de atrações relacionadas a “Star Wars” e o foco em referências e aparições de personagens conhecidos foram desaprovados tanto por fãs quanto pela crítica especializada, que também criticaram a forma como o estúdio vem lidando com a franquia.





Dito isso, “Andor” é o respiro de que o fã angustiado com os desdobramentos de “Star Wars” precisava. Não espere ver sabres de luz Jedi nem Darth Vader. Toda a mitologia desenvolvida ao longo dos nove filmes serve apenas como pano de fundo para a história do jovem espião.

Nos três primeiros episódios, a série mal menciona o Império e o grupo de rebeldes que, eventualmente, travará intenso combate intergaláctico. O enfoque é situar o protagonista e os personagens próximos a ele.

Sabemos onde a série vai chegar: Andor será o principal líder da missão conduzida pelos rebeldes para roubar os planos secretos da Estrela da Morte. Com o decorrer dos episódios, seremos direcionados ao clássico conflito introduzido em 1977 por “Star Wars: uma nova esperança”.




Filho adotivo

Cada vez mais, rostos conhecidos e situações familiares se tornarão comuns. Até o momento, é revigorante assistir a conteúdo de “Star Wars” distante do “grande esquema das coisas”.

No primeiro episódio, descobrimos que Cassian Andor (Diego Luna) nasceu em uma tribo indígena no remoto planeta de Kenari, onde era conhecido como Kassa. Após a invasão imperial de suas terras, o jovem se perde dos companheiros, a contrabandista Maarva Andor (Fiona Shaw) o resgata e o cria como filho adotivo.

Adulto, Andor se mete em problemas ao assassinar dois oficiais da polícia e recorre a Luthen Rael (Stellan Skarsgard) para fugir do planeta. Rael, membro da icônica Aliança Rebelde, vê no rapaz potencial para também lutar contra o Império.





Como se trata de série – portanto, com mais tempo para a narrativa –, “Andor” apresenta várias nuances de seus personagens. O vilão da vez é o inspetor Syril Karn (Kyle Soller). Oficial burocrata e tirano, ele tem problemas de autoconfiança e dificuldade para liderar as tropas imperialistas.

Mon Mothma ganha destaque

No quarto episódio, Genevieve O'Reilly volta como a senadora Mon Mothma. Apesar de desempenhar papel importante no cânone da franquia – tornando-se Chanceler Suprema após a derrota do Império –, o papel dela em filmes e séries se reduzia a poucas cenas e quase nenhuma profundidade.
 
Em “Andor”, temos o vislumbre da vida pessoal de Mon, o que provavelmente será desenvolvido nos próximos episódios.
 
Mon Mothma (Genevieve O'Reilly) deixa de ser coadjuvante de luxo (foto: Disney+/divulgação)
 
 
A franquia “Star Wars” parece ter obsessão pela tradicional jornada de autodescoberta do herói.



Luke Skywalker, Anakin, Rey e até o coitado do Han Solo – que nada tem a ver com o arquétipo – apresentam os mesmos traços básicos: jovens que sobrevivem, isoladamente, à dura realidade da vida, até que um velho mestre os convoca para fazer parte de algo maior e lutar por justiça. Cassian Andor segue a mesma trilha.

No final das contas, “Andor” surge como ótima surpresa para o fã desesperançoso de “Star Wars”. Pelo menos nos quatro primeiros episódios, consegue mostrar novidades, ao contrário dos últimos conteúdos midiáticos relacionados à franquia. Com mais oito capítulos pelo caminho, resta esperar a armadilha.

“ANDOR”

• Estados Unidos, 2022. Criador: Tony Gilroy. Com Diego Luna, Kyle Soller, Genevieve O'Reilly e Stellan Skarsgard. Cinco dos 12 episódios da série estão disponíveis no catálogo da plataforma Disney .

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria