Jornal Estado de Minas

MÚSICA

Roberta Sá presta tributo ao samba em show neste sábado (8/10), em BH


Luigy Bitencourt*

“Vou a BH praticamente todos os anos, desde que comecei a cantar. Tenho a impressão de que os mineiros gostam muito de samba”, diz Roberta Sá. A cantora vai poder confirmar sua tese no palco da casa de shows A Autêntica, neste sábado (8/10), onde apresenta o repertório do disco “Sambasá”, cujo lançamento está previsto para o final do ano.





“O samba transformou minha vida completamente, me educou e continua a me acalmar e acolher. As pessoas do mundo do samba são uma família que sempre me tratou com muito carinho e amor. Ele não é meu lugar de origem, mas é o meu lugar de escolha”, revela Roberta, cuja discografia também tem MPB e bossa nova, entre outros gêneros musicais.
 
Idealizado como EP antes de evoluir para álbum completo, “Sambasá” já tem dois singles lançados: “Luz da minha vida”, que saiu em 19 de agosto, e o pagode “Nossos planos”, em 9 de setembro, ambos disponíveis nas plataformas musicais. O registro audiovisual do projeto foi realizado no Circo Voador, no Rio de Janeiro, em 24 de setembro.

“O show que a Autêntica vai ver é idêntico ao do Circo Voador. É o trabalho que elaboro há um ano. Gostaria que 2022, na minha carreira, ficasse marcado por este show”, comenta.

À espera de Lina

Depois de se apresentar em BH, a artista levará o show para o festival Rock the Mountain, em Petrópolis (RJ), antes de entrar em licença-maternidade. Ela será mãe de Lina, de seu casamento com o produtor cultural Pedro Seiler.





“Sambasá” é o sétimo álbum da carreira de Roberta Sá, que estreou em 2005 com “Braseiro”, marcado por elogios da crítica especializada. “Tive muita sorte de poder fazer diversas colaborações importantes”, afirma a cantora, que desenvolveu diversos trabalhos com destaques da MPB.

Seu último disco, “Giro” (2019), é inteiramente dedicado à obra de Gilberto Gil. O repertório traz 11 canções inéditas do mestre baiano. Entre os destaques está a faixa “Ela diz que me ama”, que marca a reunião de Gil com Jorge Benjor – há 40 anos eles não cantavam juntos.
 

 

Roberta se orgulha de ter dividido shows e gravado com António Zambujo, Chico Buarque, João Bosco, Joyce Moreno, Zeca Pagodinho, Alcione e Martinho da Vila. Com 17 anos de carreira, ela afirma que está feliz com a forma como administra seu trabalho.





“Não separo minha carreira da minha vida. Estou atualmente em um lugar muito confortável. Consigo lançar meus discos e fazer o meu trabalho do jeito que quero e com quem eu quero. Com muita dedicação, mas também com muita recompensa e satisfação”, afirma a cantora e compositora.

 
Roberta é considerada uma das marcantes vozes femininas do samba contemporâneo. A cantora reverencia a força da mulher na música, citando Dona Ivone Lara, Alcione, Jovelina Pérola Negra e Beth Carvalho como referências em sua carreira.

“Nossa sociedade está muito dividida. No campo mais conservador, vemos que as mulheres não são vistas, mas objetificadas. Elas têm função única e exclusiva de parir e dar suporte aos maridos. No mundo que almejo para minha filha, as mulheres são cada vez mais independentes, donas de si e estão na luta por suas próprias vozes”, defende.

“SAMBASÁ”

Show da cantora Roberta Sá. Neste sábado (8/10), às 22h, na Autêntica. Rua Álvares Maciel, 312, Santa Efigênia. Ingressos: R$120 (inteira) e R$ 70 (meia-entrada). Informações: www.aautentica.com.br

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria