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Estado de Minas MÚSICA

Adriana Calcanhotto faz show no formato voz e violão hoje em BH

Cantora propõe "recuperar o tempo perdido" em apresentação na qual canta suas composições mais recentes e os sucessos do início da carreira, nesta sexta (14/10)


14/10/2022 04:00 - atualizado 13/10/2022 23:57

De calça, camisa e paletó vermelhos, Adriana Calcanhotto posa para foto, de pé, com fundo neutro
A cantora e compositora gaúcha hoje atua também como professora convidada na Universidade de Coimbra, em Portugal (foto: Leo Aversa/divulgação)
Mariana Peixoto

O momento é de catarse, de encontro do artista com seu público. Tanto por isso, Adriana Calcanhotto está relendo, no palco, sua trajetória de mais de 30 anos em disco, em seu mais recente show. É para cantar junto, “recuperar o tempo perdido”, diz a cantora e compositora gaúcha, que se apresenta nesta sexta-feira (14/10), às 21h, no Sesc Palladium.

Sozinha com seu violão, Adriana desfia canções recentes, algumas do álbum “Só” (2020), e outras bem antigas, que voltaram com tudo durante a pandemia, como “Esquadros” (1992). “Pela janela do carro, pela tela, pela janela/quem é ela, quem é ela/eu vejo tudo enquadrado/remoto controle.” 

“Tenho visto algumas canções que o público tem gostado. ‘Senhas’ (outra da safra de 1992) ficou quieta durante um tempo, e as pessoas têm pedido muito. Parece que a letra diz coisas de novo”, afirma Adriana, que completou no início deste mês 57 anos. O formato enxuto vem sendo apresentado por ela desde as lives realizadas durante a crise sanitária.

“Costumo intercalar os dois formatos (solo e banda). Mas quando estou eu e meu violão, me apresento do jeito que componho, gosto muito. E neste momento de voltar a cantar as músicas conhecidas, o formato se adapta muito bem. Consigo ter mais liberdade”, comenta.
 
As canções, diz ela, nascem geralmente juntas, letra e música. “Cada uma pede uma coisa, mas é no violão onde começo a trabalhar”, conta. Não há uma regularidade – neste momento, em turnê, ela não tem escrito músicas –, mas, na pandemia, Adriana buscou manter um método. “Eu acordava, eu dizia: ‘Vou fazer uma canção’”.

Residência artística na sala de aula

Sua produção poética virou a cadeira Como escrever canções na Universidade de Coimbra, em Portugal, instituição em que ela atua desde 2015. “É uma experiência válida e rica, pois amadureceu a minha relação com a composição musical.” Como professora convidada, ela vem atuando em outros setores da universidade, como os centros de estudos sociais e de arqueologia. 

“Estas temporadas são um tipo de residência artística”, diz Adriana, que voltou recentemente de uma turnê pela Europa e Estados Unidos. Nos shows, aqui e fora, não tem faltado um dos singles mais recentes dela, “2 de junho”, que traduziu a indignação do país frente à morte do menino Miguel. 

Em 2 de junho de 2020, o garoto pernambucano de 5 anos morreu ao cair do 9º andar do edifício onde sua mãe trabalhava como doméstica. A morte foi resultado da negligência da patroa da mãe do menino. 

“Eu nunca tinha feito uma canção sobre um determinado evento, ainda que tenha algumas sobre mazelas sociais, mas com letras mais distanciadas e plurais. Como pessoa, não consegui assimilar esse episódio. Na hora em que canto, espero que o público tenha a mesma sensação.”

Ainda que a canção, de forte teor social, denuncie o racismo e o descaso das classes dominantes, Adriana tem se furtado a se manifestar politicamente nas apresentações. “Acho que o momento do show é dele. Mas sempre me posicionei na minha vida. E fico esperando, feliz, manifestações da plateia”, diz.

ADRIANA CALCANHOTTO

Show nesta sexta (14/10), às 21h, no Sesc Palladium – Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. Ingressos: Plateia 1 – R$ 150 e R$ 75 (meia); Plateia 2 – R$ 130 e R$ 65 (meia); Plateia 3 – R$ 100 e R$ 50 (meia). À venda na bilheteria e no sympla.com.br


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