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Estado de Minas CINEMA

"Adão Negro", que estreia hoje, desperdiça o personagem do anti-herói

Com The Rock no piloto automático e um roteiro fraco, filme que chega às salas nesta quinta (20/10) só se salva pela qualidade dos efeitos especiais


20/10/2022 04:00 - atualizado 19/10/2022 22:19

Em solo de areia, o ator Dwayne Johnson, agachado, segura garoto em cena de Adão Negro
Candidato a blockbuster, longa adaptado de HQ da DC Comics é a estreia que ocupa mais salas de cinema no país nesta semana (foto: Warner/Divulgação)
Guilherme Luís - Folhapress
É com a testa franzida que Dwayne Johnson, o The Rock, interpreta o protagonista de "Adão Negro", filme que será lançado nesta quinta-feira (20/10). O ator dá vida ao superpoderoso fortão e malvado dos gibis da DC Comics, que nos cinemas vira uma espécie de anti-herói agressivo.
 
Na história, um escravo do país Kahndaq ganha poderes especiais. Milhares de anos depois, enquanto busca um artefato em forma de coroa, uma humana chamada Adrianna invoca o Adão Negro e o convence a salvar seu povo da ameaça de vilões. Enquanto isso, um grupo de super-heróis é enviado para controlar os métodos violentos do todo-poderoso.
 
The Rock é um daqueles atores que parece interpretar sempre o mesmo personagem. Nos últimos anos, ele foi escalado para viver machos musculosos que esbanjam testosterona em filmes como "Jungle cruise", "Jumanji", "Um espião e meio" e todos os "Velozes e furiosos". Seu visual é quase sempre o mesmo, o que reforça a impressão.
 
 

Só músculos

A repetição é um problema porque esvazia sua interpretação de profundidade. Em "Adão Negro", The Rock atua no automático, só faz cara de mau e combina seus músculos com a voz grave para tentar parecer imponente. A performance é tão unidimensional que fica entediante.
 
A história também não empolga. O longa se arrasta com uma trama genérica preenchida por porradaria e explosões barulhentas. Até a direção do espanhol Jaume Collet-Serra nas cenas de ação é duvidosa – ele abusa tanto da câmera lenta que o artifício perde o impacto e empobrece a produção.
 
Se há algo de bom no filme são os efeitos especiais. É difícil criar cenas com pessoas voando que pareçam realistas, mas isso não é um problema aqui. Todas as exibições de superpoderes são bem-feitas, do gigantismo do Esmaga Átomo às mágicas feitas pelo Senhor Destino – que parece uma versão fajuta do Doutor Estranho da Marvel, vale dizer.
 
Aliás, nenhum dos personagens secundários salva o enredo. Os super-heróis que tentam controlar o Adão Negro com seus princípios moralistas estragam o potencial do protagonista e dão um subtexto cafona e infantil ao roteiro.
 
Nos quadrinhos, o Adão Negro costuma dar as caras como um antagonista de Shazam, herói que ganhou um filme divertido e carismático em 2019. Na adaptação para o cinema, porém, Adão só é malvado com os vilões.
 
Falta coragem ao filme, que até funcionaria se fosse violento de verdade e tivesse cenas de luta cheias de sangue. A Warner desperdiçou o personagem num longa de ação genérico, desses que se veem aos montes nas salas de cinema semanalmente. Dona de figuras icônicas como Batman, Superman e a Mulher-Maravilha, a DC Comics tem um futuro cada vez menos promissor nas telas.
 

“ADÃO NEGRO”

(EUA, 2019, 124min) Direção: Jaume Collet-Serra. Com Dwayne Johnson, Sarah Shahi e Viola Davis. Estreia nesta quinta (20/10), em salas das redes Cineart, Cinemark, Cinépolis e Cinesercla   


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