O escritor e crítico literário mineiro Silviano Santiago, de 86 anos, é o vencedor do prêmio Camões deste ano, considerada a mais alta distinção da língua portuguesa.
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Romancear autores do cânone brasileiro é algo como uma especialidade de Santiago, que teve seu "Em Liberdade", também vencedor do Jabuti e protagonizado por Graciliano Ramos, reeditado há pouco pela Companhia das Letras.
Também fazem parte do corpo literário produzido pelo autor livros como "Stella Manhattan" e "Mil Rosas Roubadas", obras ao estilo romance de formação que tocam no tema da homossexualidade.
A mesma editora lançou há pouco "Menino sem Passado", primeira parte de um relato autobiográfico de fôlego planejado pelo escritor mineiro. Mas Santiago, prolífico, também tem publicado obras relevantes de crítica literária pela Cepe Editora, a mais recente sendo "Fisiologia da Composição".
Além de escritor premiado, Santiago fez carreira em universidades de ponta, hoje ostentando título de professor emérito da Universidade Federal Fluminense.
Após obter doutorado em letras na Universidade Sorbonne, em 1968, o intelectual deu aulas em instituições como as americanas Stanford e Yale e a Pontifícia Universidade Católica no Rio de Janeiro.
O Camões, conferido a escritores e intelectuais desde 1988, costuma revezar entre autores brasileiros, portugueses e de outros países lusófonos. No ano passado, a vencedora foi a moçambicana Paulina Chiziane, primeira mulher africana premiada.
O último brasileiro a receber a distinção antes de Santiago foi o compositor e romancista Chico Buarque, em 2019.