Liderada pelo cantor, compositor e pianista Fred Mercury (1946-1991), a banda britânica Queen será homenageada neste sábado (29/10) em BH. Orquestra sinfônica regida pelo maestro J. Vilar mostrará releituras de 16 canções do grupo no Cine Theatro Brasil Vallourec. A renda será destinada ao Instituto Adotar, que atende 14 comunidades carentes da capital.
Serão 60 pessoas no palco do “Queen in concert”, entre cantores, instrumentistas e dançarinos. “Antes desse espetáculo, apresentamos um concerto com a obra de Michael Jackson”, conta Vilar. “Como os órfãos que ajudamos estão sempre precisando de ajuda, escolhemos outro artista que tivesse boa aceitação, e o Queen é quase indiscutível hoje em dia.”
Vilar montou o repertório levando em conta a duração do concerto. “É mais agradável para as pessoas o espetáculo com uma hora e 20 minutos, uma hora e meia, no máximo. Escolhi canções mais populares, não fui pela beleza das melodias. Selecionei aquelas mais tocadas nas rádios e nas plataformas digitais”, explica.
"Não é concerto cover"
O maestro dividiu as 16 canções entre cinco solistas. “Não é concerto cover, mas a leitura sinfônica do Queen. Os solistas cantam na noite de Belo Horizonte, todos grandes cantores. São artistas de grupos que se apresentam em bares: Wille Muriel, Pedro Renato Oliveira, Georges Versieux Júnior e as professoras de canto Jordaine de Araújo Inácio e Ayla Afonso Manso.”
“Ninguém vai vestido de Fred Mercury”, reitera Vilar. “É todo mundo fazendo uma leitura, respeitando a música deles, pois não é só Fred Mercury o compositor do Queen. Eles são inimitáveis, o que a gente tenta fazer é uma homenagem.”
Alguns instrumentistas tocam em orquestras de Belo Horizonte. “Conto também com alunos da escola dirigida pelo músico Eliseu Barros. Grande violinista, talvez o maior de Belo Horizonte, foi spalla da Sinfônica de Minas e toca com a Filarmônica. Eliseu nos deu grande apoio cedendo alguns de seus alunos, que são de excelente nível, todos meninos com menos de 18 anos.”
A orquestra tem 38 integrantes, a banda quatro. Também estarão no palco cinco solistas, oito backing vocals e seis grupos de dança.
“É um espetáculo grande, muito bonito. Não bonito pelo meu trabalho, mas porque o Queen o é, e tem muitos clássicos. A orquestra não tem nome, é formada por voluntários. Geralmente, a gente fala que é a orquestra do Adotar. Ela toca para o instituto poder ajudar crianças de várias comunidades carentes da capital”, explica o regente.
"A orquestra não tem nome, é formada por voluntários. Geralmente, a gente fala que é a orquestra do Adotar. Ela toca para o instituto poder ajudar crianças de várias comunidades carentes da capital"
J. Vilar, maestro
De BH a Cingapura
O belo-horizontino J. Vilar divide seu tempo entre Japão, Cingapura, Coreia, Tailândia, Itália, Noruega, Finlândia e Estados Unidos.
“Só fiquei parado dois anos, por causa da pandemia. Vim a BH reger esse concerto, mas em dezembro volto para Cingapura. Estou fixado em BH, mas fico pra lá e pra cá, porque aqui está minha família”, conta. “Quando tenho alguns meses de folga no Brasil, faço esse trabalho para ajudar o Instituto Adotar e as crianças.”
Fundado por Mônica Rodrigues, o Adotar trabalha com bebês, crianças e adolescentes de casas de acolhimento e comunidades carentes.
“Antes da pandemia, quem participava dos espetáculos com os profissionais eram adolescentes de 12 a 18 anos de abrigos e comunidades. Veio a COVID e eles tiveram que ficar em total isolamento, não puderam mais participar. Então, fiz a parceria com o maestro J. Vilar”, conta Mônica.
“Antes, a gente doava ingressos, convidando as pessoas para assistir os espetáculos. Os teatros, felizmente, ficavam cheios. Na verdade, queríamos transformar os meninos durante os nossos ensaios. Então, conversávamos nos abrigos e com os pais, perguntando do que os filhos precisavam. Fazíamos rodas de conversa, levávamos profissionais para conversar com os meninos durante os ensaios. Os espetáculos eram maravilhosos.”
Quando a pandemia paralisou o projeto com os garotos, Mônica e o maestro Vilar decidiram mudar a proposta, criando o espetáculo beneficente com orquestra, banda, solistas, backing vocals e dançarinos.
“Em outubro de 2021, fizemos na Sala Minas Gerais o 'Michael in concert', que também foi apresentado em novembro no Palácio das Artes”, relembra Mônica.
“QUEEN IN CONCERT”
Espetáculo beneficente. Neste sábado (29/10), às 18h e 20h30, no Cine Theatro Brasil Vallourec (Praça Sete, Centro). Ingressos a R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia), à venda no site Eventim. Informações: (31) 3201-5211.