Jornal Estado de Minas

ANIMAÇÃO

Sexta temporada da série 'Big Mouth' não inova, mas continua divertindo



Entre a última temporada de “Big Mouth” e a que acaba de estrear, já se passaram quase dois anos. De lá para cá, um spin-off com os monstros dos hormônios e companhia limitada foi lançado pela Netflix. A sexta rodada da série original já começa com o convite ao espectador para assistir a “Recursos humanos”, derivada também criada pela equipe formada por Andrew Goldberg, Nick Kroll, Mark Levin e Jennifer Flackett.




 
Não que seja obrigatório, mas há alguns crossovers entre personagens das duas atrações ao longo da nova temporada. Presos por conta da neve, os adolescentes lidam com o caldeirão de hormônios que os leva a apelar para medidas drásticas e piadinhas escatológicas, como é usual no desenho.
 
Nick Birch, Andrew Glouberman e Jessi Glaser estão de volta, acompanhados de seus amigos da Bridgerton Middle School.

Missy, Jay, Lola e Matthew vão além do papel de coadjuvantes. Servem tanto como alívio cômico quando os protagonistas estão atribulados com as próprias questões, quanto de porta-vozes de mensagens importantes sobre aceitação.
 
Assim como nos anos anteriores, acompanhamos o cotidiano da turma, obrigada a lidar com as mudanças impostas pela puberdade representadas pelos monstros Connie, Maury, Mona e Rick. Todos assombrados por Lionel, o Mago da Vergonha.




 
A nova temporada traz do spin-off o besouro do amor Flanny, quando Andrew finalmente se vê apaixonado pela versão satírica do senador americano Bernie Sanders, a estudante Bernadette Sanders.
 
Horrorizado com as perversões do adolescente, Flanny tem de aprender a lidar com Andrew e vice-versa.

Fantasma de Duke Ellington

Além de Flanny, outros personagens clássicos que estão de volta são o fantasma do jazzista Duke Ellington, que vive no sótão da família Birch; objetos inanimados que se antropomorfizam para passar mensagens importantes de conscientização; e Rita St. Swithens, a maga da vergonha e mãe de Lionel, que humilha o próprio filho.

Até Jesus faz participação especial na série. O destaque, porém, vai para o nascimento do bebê de Connie e Maury.
 
Quem viu “Os padrinhos mágicos” deve se lembrar da gravidez de Wanda. A fadinha verde deu à luz Poof, filho do casal.




 
Quando vimos Maury e Connie pela última vez, em “Recursos humanos”, o monstro dos hormônios anuncia seu “estado interessante” à parceira. Ele está grávido até metade da sexta temporada da série principal.
 
A cena do parto é uma das mais engraçadas dos novos episódios. E a frase de Maury antes de batizar o bebê é uma boa referência aos mais aficionados às discussões no Twitter.
 
Os musicais também estão de volta. Tudo sob clima de bom humor e leveza para abordar não só o amadurecimento físico, mas também psíquico dos personagens.
 
Depressão, ansiedade e insegurança são temas recorrentes desde a primeira temporada, mas higiene íntima, machismo e abandono parental ganham destaque nesta nova leva de episódios.
Recomendada para maiores de 16 anos devido ao excesso de piadinhas e conteúdo erótico, a série é uma boa opção para adultos – afinal de contas, muita gente vai se lembrar de que não recebeu a educação sexual adequada.




 
Volta e meia, as cenas trazem experiências pelas quais todos passaram não apenas na adolescência, mas já na vida adulta.
 
Com seu trio de protagonistas, além dos coadjuvantes que roubam a cena, a Netflix demonstra acreditar que não se mexe em time que está ganhando. A sexta temporada de “Big Mouth” não traz qualquer novidade. E esse é justamente o seu forte.

 “BIG MOUTH”

Sexta temporada, com 10 episódios. Disponível na Netflix 

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria