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Estado de Minas CINEMA

Filme sobre Mário de Andrade é lançado no dia do aniversário de Drummond

Nesta segunda (31/10), estreia 'Uma carta para Mário', documentário de Armando Mend que aborda a influência do modernista sobre a cultura mineira e do Brasil


31/10/2022 04:00 - atualizado 29/10/2022 23:45

Retrato de Mário de Andrade pintado por Lasar Segall
Viagens de Mário de Andrade por Minas Gerais foram fundamentais para as reflexões do modernista sobre o Brasil (foto: Retrato de Lasar Segall/reprodução)
 

“Sua opinião me interessa mais do que a de qualquer outro, e você sabe que já estou acostumado à sua franqueza rude.” Corria o ano de 1930 e Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), há pouco com seu primeiro livro publicado, queria saber o que Mário de Andrade (1893-1945) tinha achado de “Alguma poesia” – obra que o mineiro havia dedicado ao paulista, vale dizer.
 
Muito amigos, quase sempre a distância, trocaram 161 cartas ao longo de 21 anos. Conheceram-se pessoalmente em 1924, quando Mário capitaneou a chamada “Viagem de descobrimento do Brasil”, incursão que os modernistas participantes da Semana de 1922 – Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral, entre eles – fizeram por Minas Gerais. O encontro foi definitivo – para Drummond, para os paulistas e para o próprio Modernismo.
 
“Uma carta para Mário”, documentário dirigido por Armando Mendz, que será lançado nesta segunda-feira (31/10), dia dos 120 anos de nascimento de Drummond, fala tanto dessa história quanto de sua influência na cultura e na vida brasileira.
 
Filme produzido para o programa “O Modernismo em Minas Gerais”, iniciativa da Fundação Clóvis Salgado, do Ministério Público e da Appa Arte e Cultura, será exibido no Cine Humberto Mauro. A sala apresenta também os documentários “Poeta de sete faces”, de Paulo Thiago, e “Uma divina geometria”, de Lívia Raponi.
 
Professora Vera Casa Nova está sentada em cadeira rodeada por integrantes da equipe de filmagem do documentário Uma carta para Mário
Professora Vera Casa Nova grava entrevista para o documentário "Uma carta para Mário" (foto: Armando Mendz/divulgação)
 
 
Rodado neste ano, “Uma carta para Mário” parte de uma provocação. O escritor Luiz Ruffato foi convidado pela produção do filme para escrever uma missiva para Mário de Andrade. “Na carta, ele fala dos desdobramentos em Minas, abrindo o diálogo (para uma série de depoimentos). A carta é como um guia do filme”, comenta Mendz.
 
O documentário ainda conta com a participação do poeta Ricardo Aleixo, que interpreta “Noturno de Belo Horizonte”, escrito por Mário sob o impacto da viagem de 1924.
 
Para falar sobre o Modernismo em Minas, o filme reúne entrevistas com intelectuais de várias áreas – Daniel Mundukuru, Vera Casa Nova, João Antônio de Paula, Isabelle Anchieta, Rodrigo Vivas, Leonardo Castriota e Denise Bahia.
 
As locações exploram a arquitetura modernista de BH, como o Palácio das Artes, o Palácio das Mangabeiras, a Escola de Arquitetura da UFMG e a Biblioteca Pública Estadual.
 
Antes da incursão de 1924, Mário veio a Minas, em 1919, quando foi a Mariana visitar Alphonsus de Guimaraens (1870-1921). O filme traz imagens da residência onde ele vivia, hoje Museu Casa que leva o nome do poeta. Há também passagens por Ouro Preto e imagens de Cataguases, na Zona da Mata, que tem uma série de edificações modernistas.

ESPECIAL 120 ANOS CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE

Nesta segunda (31/10), no Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes – Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Exibição dos filmes “Poeta de sete faces”, de Paulo Thiago (16h); “Uma divina geometria”, de Lívia Raponi (18h); e “Uma carta para Mário”, de Armando Mendz (19h30). Entrada franca. Ingressos devem ser retirados na bilheteria uma hora antes de cada sessão.
 
Maria Julieta e o pai, Carlos Drummond de Andrade, estão sentados no sofá e sorriem para a câmera ela com a cabeça no ombro dele
Drummond, na foto com a filha Julieta, faria 120 anos hoje, 31 de outubro (foto: Acervo CDA/reprodução)
 

Celebração no Flitabira 

Oficialmente, a segunda edição do Festival Literário Internacional de Itabira – Flitabira começa quinta (3/11). Até domingo (6/11), o evento vai refletir sobre a trajetória de Drummond por meio de intensa programação, presencial e digital. Mas hoje, dia de seu nascimento, a vida e a obra do poeta itabirano já começam a ser celebrados.
 
Até a meia-noite desta segunda (31/10) será realizada a “Maratona 24 Horas de Leitura – 120 anos de Drummond”, com transmissão pelas redes do evento (@flitabira) e do CPF Sesc (@cpfsesc), em São Paulo, parceiro do festival. Durante todo o dia vão acontecer leituras ao vivo e pré-gravadas de poemas de Drummond.

Estudantes, escritores, artistas e voluntários vão se alternar em dois palcos, com a presença do público no Teatro da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, em Itabira, e no auditório do CPF Sesc.
 
Interessados das duas cidades em fazer a leitura presencial devem se inscrever pelo e-mail flitabira@flitabira.com.br (em Itabira) ou pelo link https://bit.ly/3TsOMn9 (em São Paulo). 


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