"Foi um encontro bastante importante. A partir dele, Bach criou a 'Oferenda musical', uma de suas obras mais famosas e interessantes"
André Salles-Coelho, diretor da Orquestra 415
Ocorrido no século 18, o encontro entre o compositor alemão J.S. Bach e Frederico II, rei da Prússia, volta a acontecer no espetáculo cênico-musical da Orquestra 415 que será apresentado em Belo Horizonte, desta quarta (2/11) à próxima sexta-feira (4/11).
Na noite de 17 de maio de 1747, o músico e o soberano conversaram no Palácio Sanssouci, residência preferida do monarca, nas proximidades de Berlim. Já famoso, Bach foi levado à presença do rei. Seu filho, Carl Philipp Emanuel, era músico da corte. Ao saber da presença do renomado artista em seu palácio, Frederico quis conhecê-lo.
“Foi um encontro bastante importante. A partir dele, Bach criou a 'Oferenda musical', uma de suas obras mais famosas e interessantes”, afirma André Salles-Coelho, responsável pela adaptação dramatúrgica do evento histórico, sobre o qual existem poucos registros.
“Gosto muito de escrever a partir de um fato curioso. A parte mais gostosa foi fazer a pesquisa e ter ideias do que poderia ter sido aquele encontro”, diz.
Maestro convidado
Especializada em executar música barroca com instrumentos de época, a Orquestra 415 será regida pelo maestro Sérgio Canedo, convidado especialmente para o espetáculo que estreia em BH.
Flautista e diretor da orquestra, Salles-Coelho comenta que é interessante para o corpo sinfônico e músicos serem regidos por maestros diferentes, assim como é estimulante para o regente ter contato com um grupo barroco e instrumentos de época.
O maestro Sérgio Canedo afirma que a dinâmica do espetáculo é diferente daquela de outros recitais e concertos. Ele destaca o intercâmbio de significados entre música e drama, o que ajuda o público a compreender o que vê e ouve no palco.
Os atores Marco Túlio Zerlotini e Luciano Luppi dão vida, respectivamente, a Frederico II e a Bach. A admiração mútua entre os dois se reflete na sintonia no palco, diz André. Luppi também é responsável pela direção cênica da montagem.
A pré-estreia ocorreu na semana passada, no Teatro Feluma, na capital mineira. André Salles-Coelho comenta que a diferença entre os espaços é um grande desafio, mas a experiência foi válida porque lhe permitiu observar como o espetáculo funciona no palco.
“O público saiu de lá bastante inteirado da história, além de ouvir toda a beleza da música de Bach”, finaliza o diretor da Orquestra 415.
“BACH E FREDERICO”
Com Orquestra 415. Direção artística e dramaturgia: André Salles-Coelho. Regência: Sérgio Canedo. Direção cênica: Luciano Luppi. Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. De quarta (2/11) a sexta-feira (4/11), às 20h. Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada), à venda na bilheteria da casa e no site Eventim.
* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria