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Estado de Minas MÚSICA

Família Barros promove encontro de Villa-Lobos com Marc Chagall, nesta 4ª

Brasileiro e pintor russo valorizaram a cultura popular; este legado inspira o concerto de hoje (23/11) à noite, no CCBB, com entrada franca


23/11/2022 04:00 - atualizado 23/11/2022 00:25

Sentados no sofá, Lucas Barros), Ariádna Fernandes, Eliseu Barros (violino) e Sara Oliveira Barros olham para a câmera
Lucas Barros (violoncelo), Ariádna Fernandes (soprano), Eliseu Barros (violino) e Sara Oliveira Barros (violino) vão se apresentar no CCBB (foto: Joyce Sanae Hayabusa Barros/divulgação)

O pintor russo Marc Chagall (1887-1985) e o músico brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959) vão se “encontrar” nesta quarta-feira (23/11) à noite, durante concerto da Família Barros no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH).


Russo e brasileiro têm em comum o apreço pela cultura popular, característica marcante das obras de um e do outro.


“O projeto do CCBB é muito criativo e inovador. Tanto o Villa-Lobos quanto o Chagall tinham viés extremamente nacionalista. O primeiro com a valorização da Rússia, sua terra natal, e o segundo com o protagonismo na música popular brasileira, deixando legado monumental”, explica Eliseu Barros.


Professor de viola de orquestra na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Eliseu, também violinista, lidera o quarteto integrado pelos sobrinhos Thiago (violino), Sara (violino) e Lucas (violoncelo).


Com participação da soprano Ariádna Fernandes, o concerto está associado à exposição “Marc Chagall: sonho de amor”, em cartaz no CCBB até 16 de janeiro.


Tradições russas estão presentes nos quadros do artista plástico, enquanto a Família Barros destaca no programa de hoje “O trenzinho do caipira”, “Bachianas brasileiras nº 5” e “Viola quebrada”, entre outras peças de Villa-Lobos.


“Adaptamos as obras para uma formação pouco tradicional de quarteto de cordas, com dois violinos e dois violoncelos, em vez do usual violino, viola e dois violoncelos. Estarão na apresentação a essência e a alma do Villa-Lobos”, afirma Eliseu.


Ariádna Fernandes, graduada em canto pela UFMG e integrante do Coral Lírico do Palácio das Artes, terá um desafio pela frente. “Se já é difícil tocar Villa-Lobos, cantar então é muito complicado”, observa Barros.

 

Foto mostra sala do CCBB-BH onde estão expostos quadros de Marc Chagall
Obras de Marc Chagall ficarão expostas no CCBB-BH até janeiro (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
 

Clã musical

No palco estará parte clã que se destaca no cenário erudito de BH. “Quando a família está completa, conseguimos atuar com até 13 pessoas. Estamos na quarta geração de músicos desde que meu avô começou sua carreira profissional”, revela o professor da UFMG.


O patriarca Joaquim Inácio Franco, multi-instrumentista, educador, maestro, compositor e arranjador, era referência musical na cidade de Congonhal, no Sul de Minas. Dos 13 filhos, apenas Joaquim Inácio, pai de Eliseu, se tornou músico profissional, assim como filhos e netos dele.


Ao comentar a possibilidade de o clã completo subir ao palco, Eliseu explica que todos se profissionalizaram muito cedo e têm agendas cheias.


“Acabamos não priorizando as apresentações da família. Ultimamente, temos tentado nos organizar para realizar cada vez mais trabalhos como grupo”, afirma Barros.

FAMÍLIA BARROS INTERPRETA HEITOR VILLA-LOBOS

Nesta quarta-feira (23/11), às 20h. Teatro 1 do Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade, 450, Funcionários. Entrada franca, com retirada de ingressos em bb.com.br/cultura ou na bilheteria física do CCBB. Informações: (31) 3431-9400.

* Estagiário sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria


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