A menos de um mês do anúncio dos 15 longas pré-selecionados para a disputa para o Oscar de melhor filme internacional, uma novidade na votação poderá trazer mudanças. Os membros da Academia de Ciências Cinematográficas que optaram por votar na categoria classificarão seus favoritos de 1 a 15.
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O método de votação preferencial não necessariamente escolhe o melhor título. Ele pode optar não pelo campeão de votos, mas por aqueles que aparecem mais vezes com segundos ou terceiros lugares nas listas. Tal método pode refletir em filmes que foram mais vistos, mas que não são, necessariamente, os melhores da safra.
A lista dos pré-indicados será anunciada em 21 de dezembro. Os cinco finalistas, aqueles que realmente concorrerão ao Oscar, serão conhecidos apenas em 24 de janeiro. A 95ª cerimônia de premiação está marcada para 12 de março, em Los Angeles.
O grande número de votantes, decorrente da diversificação e do aumento da quantidade de membros da Academia, vem deixando a categoria de produção internacional cada vez mais competitiva. Na atual safra, não há títulos despontando como francos favoritos, muitos especialistas já apontaram.
Sem favoritos
Mesmo que o resultado seja mais difícil de prever, alguns filmes vêm surgindo com frequência em diferentes listas e bolsas de apostas. Entre os já disponíveis no Brasil, destaca-se o alemão “Nada de novo no front”, lançado pela Netflix.
A trama, baseada em fatos, acompanha a experiência perturbadora de um jovem soldado alemão na Segunda Guerra Mundial. O diretor, Edward Berger, é o mesmo de “Jack” (2014), selecionado para o Urso de Ouro em Berlim.
Outro bom título, “Argentina, 1985”, de Santiago Mitre, está no catálogo do Prime Video. Com Ricardo Darín como protagonista, o que dá muita visibilidade ao filme, o drama histórico recebeu um prêmio importante do Festival de Veneza (o Fipresci, da Federação Internacional de Críticos de Cinema).
A narrativa acompanha a dupla de promotores públicos que processou os militares pelo desaparecimento e morte de milhares de argentinos durante a ditadura.
Em cartaz nos cinemas do país, o mexicano “Bardo – falsa crônica de algumas verdades” vem sendo considerado o filme mais pessoal de Alejandro G. Iñárritu (que tem duas estatuetas de direção, por “O regresso” e “Birdman”). O drama acompanha um jornalista que tenta se reconciliar com o passado e sua identidade mexicana.
Ainda inéditos no circuito nacional, mas já exibidos em festivais e mostras no país, outros títulos que vêm sendo destacados como prováveis candidatos são o sul-coreano “Decisão de partir”, de Park Chan-wook, consagrado internacionalmente por “A criada e “Oldboy”, e o dinamarquês “Holy spider”, de Ali Abbasi. Esse longa, que saiu de Cannes com o troféu de melhor atriz para Zar Amir-Ebrahimi, acompanha uma jornalista que investiga serial killer de profissionais do sexo na cidade sagrada de Mashhad, no Irã.
O filme dinamarquês deve ser lançado pelo Mubi em março. A plataforma promete para abril outro título quente para o Oscar de filme internacional. O belga “Close”, de Lukas Dhont, venceu o Grande Prêmio do Festival de Cannes – no drama, a amizade entre dois adolescentes é abruptamente interrompida.
'Marte Um' na lista do Next Best Picture
A produção mineira “Marte Um”, de Gabriel Martins, não aparece entre os primeiros colocados dos rankings da revista “Variety” e do Gold Derby, site americano especializado em previsões.
Porém, figura em décima colocação entre os mais votados do site Next Best Picture, outra boa referência entre os cinéfilos. Ainda em cartaz no UNA Cine Belas Artes, na capital mineira, o longa também está disponível para aluguel nas plataformas de video on demand.