Folhapress
Djalma Corrêa, um dos percussionistas mais respeitados do Brasil, morreu na quinta-feira (8/12) aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Ele lutava contra um câncer de pâncreas.
Nascido em Ouro Preto, Djalma iniciou sua trajetória nos anos 1960, tocando nos palcos de Belo Horizonte. Em 1964, participou do espetáculo "Nós, por exemplo" no Teatro Vila Velha, em Salvador. Participaram desta apresentação Gilberto Gil, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, Tom Zé e Perna.
Nos anos 1970, trabalhou em trilhas sonoras de filmes, peças de teatro, criou o grupo musical Baiafro e trabalhou, tanto em gravações como em apresentações ao vivo, com Jorge Ben, Gilberto Gil, Maria Bethânia e Caetano Veloso.
Em 1976, participou do show "Doces Bárbaros" com Gil, Caetano, Bethânia e Gal Costa, que morreu aos 77 anos no início de novembro.
Corrêa fez shows de destaque no cenário internacional, como a de Gilberto Gil no Festival de Jazz de Montreux, na Suíça, e de Maria Bethânia em Roma, na Itália, na reabertura do Teatro Sistina.
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Entre 1973 e 1978, Djalma Corrêa viajou pelo país como responsável pelo Projeto Phonogram de Pesquisa e Documentação do Folclore do Brasil. Nessas viagens, registrou diversos aspectos do folclore brasileiro por meio de gravações fotos e filmes, o que chegou lhe rendeu uma prisão, acusado de documentar aspectos negativos do país. Em 1979, foi lançada uma série de 25 discos organizada pela Phonogram, fruto dessa pesquisa.
Entre os discos importantes em que tocou, estão Ogum/Xangô", de Gilberto Gil e Jorge Ben, "Jóia" e "Qualquer coisa", de Caetano Veloso, "Refavela", de Gil, "Almanaque", de Chico Buarque, "Nós", de Luiz Melodia, e "Mancha de dendê não sai", de Moraes Moreira, além de "Quarteto Negro", com Paulo Moura, Zezé Motta e Jorge Degas.
O percussionista mineiro lançou os álbuns autorais "Djalma Corrêa" e "Candomblé".