Jornal Estado de Minas

TRIÂNGULO EM FAMÍLIA

'O amor dá voltas', com Cleo e Juliana Didone, chega aos cinemas de BH


Dani é apaixonada por André, que acha que ama Beta, que se casou com Sérgio, que não tem lá muita importância nessa história, entrou apenas para complicá-la um pouco. “O amor dá voltas”, comédia romântica que chega nesta quinta-feira (22/12) aos cinemas, trata de um triângulo bem familiar.





Dani e Beta são irmãs que sempre se deram bem. André namorou a segunda por muito tempo, até se mudar para a África para atuar na organização Médicos sem Fronteiras. Quando ele retorna para o Brasil, a coisa fica confusa.

Terceiro longa-metragem de Marcos Bernstein, o filme é estrelado por Cleo, que vive a intempestiva Dani; Igor Angelkorte, que interpreta o médico André; e Juliana Didone, a doce Beta. Klebber Toledo faz participação como Sérgio, o marido dela e pai de sua filha.

“É um filme sobre tomadas de decisões. Para você chegar aos caminhos possíveis para a felicidade, por vezes eles não serão necessariamente os mais esperados. A Dani quer abraçar o mundo, mas não sabe como, e a Beta, que começa a história toda certinha, em busca de segurança, vai descobrir que o melhor caminho para ela talvez seja a incerteza”, comenta Bernstein, também coautor do roteiro.




 

 

Detox digital

Em sua volta ao Rio de Janeiro, André esperava encontrar Beta, a antiga namorada, para retomar o relacionamento. Ele se considera um “homem antigo”, é avesso a redes sociais e passou por detox digital no período em que morou no continente africano. Comunicou-se com ela exclusivamente por cartas – escritas, na verdade, por Dani.

Essa situação é apresentada logo no início da narrativa, que vai acompanhar os personagens entre o Rio e uma casa de praia (em Arraial do Cabo, litoral fluminense), onde o trio se reúne para um acerto de contas. Em dado momento, a comédia romântica assume o tom de road movie, com muitas sequências rodadas na estrada e em praias desertas.

“Hoje, o tempo é muito corrido, quase atabalhoado por causa do digital. Você se comunica rápido, mas, às vezes, o entendimento vai embora. A carta, mesmo que no filme também provoque confusão, permite o tempo de você elaborar e tentar achar uma solução. É ainda uma forma de permitir que os personagens possam refletir sobre a vida deles”, continua o diretor.





Para Cleo, Dani tem “muitas camadas”. “Ela começa o filme passando a ideia de ser meio enrolada, mas sabe o que quer. Só não tem como fazer para conseguir.”

Juliana Didone diz que Beta vive o conflito entre razão e emoção. “Os personagens são muito humanos, então o público vai poder se identificar com cada um, com o lugar de vulnerabilidade que eles têm.”

“O amor dá voltas” trata do tema quarentena, mas de forma diferente da que conhecemos em decorrência da pandemia. O personagem André fica em isolamento logo que chega à África. O longa, na verdade, foi rodado em 2018.

“No período (até o lançamento), a gente se encontrava e ficava se perguntando onde estava nosso filme. Esperávamos estrear logo antes da pandemia. Foi um alívio ver projetos que precisaram ir para a geladeira (em decorrência da crise sanitária) serem desengavetados”, comenta Angelkorte.




Velhice e infância

O diretor estreou em 2004 com “O outro lado da rua”, que tratou da velhice em Copacabana a partir de personagens interpretados por Fernanda Montenegro e Raul Cortez. Em 2012, ele lançou “Meu pé de laranja-lima”, adaptação do clássico da literatura infantojuvenil escrito por José Mauro de Vasconcelos.

“Não foi uma coisa consciente, mas curiosamente os três filmes tratam de gerações diferentes. Neste, quis mostrar como a geração de quem está hoje com 30 anos lida com o amor e as escolhas da profissão. É uma geração abaixo da minha, que se permite decisões mais individuais”, finaliza Bernstein.

“O AMOR DÁ VOLTAS”

(Brasil, 2021, 99min, de Marcos Bernstein, com Cleo, Igor Angelkorte e Juliana Didone) – Estreia nesta quinta-feira (22/12) nos cines BH 6, às 13h20 (sab), 15h15 e 17h50; Boulevard 5, às 13h (exceto dom) e 18h45 (exceto sab); Cidade 1, às 14h35 (exceto dom), 16h40, 18h35 (exceto sab) e 20h50 (exceto sab, ter e qua); Contagem 7, às 14h20 (exceto dom), 16h25, 18h30 (exceto sab) e 20h35 (exceto sab, ter e qua); Del Rey 7, às 16h40 (somente ter e qua), 18h50 (exceto sab) e 20h55 (exceto sab, ter e qua); e Monte Carmo 5, às 14h20, 16h25, 18h30 (exceto sab) e 20h35 (exceto sab, ter e qua; no domingo o cinema estará fechado)