A música mineira foi um grande destaque do cenário nacional em 2022, tanto para artistas já veteranos na indústria, como Djonga, quanto por "revelações" que estão entre a nova geração. Por isso, o Estado de Minas reuniu cinco álbuns - ou EP - de cantores que foram lançados este ano. Confira!
Djonga
Um novo ciclo. Assim o rapper Djonga define a atual fase de sua vida e o álbum “O dono do lugar”, que chegou em novembro às plataformas Spotify, Apple Music, Tidal e Deezer. Em coletiva de imprensa, Djonga explicou que “O dono do lugar” é uma espécie de jornada quixotesca diante de um mundo complexo em que sua música mobiliza, neste Brasil partido, tanto fãs bolsonaristas quanto lulistas.
O novo álbum surge mais melódico e fala com ironia do mecanismo que move o mercado da música. Ele tem ressaltado a importância da autonomia do autor, do fato de o artista ser dono de sua própria obra. No fundo, artistas podem ganhar fortunas, mas não passam de empregados dos donos dos “meios de produção”, ou seja, das empresas que comandam o mercado musical – sobretudo no complexo mundo da internet.
Segundo ele, moleques que vêm se destacando na cena têm a ilusão de estar bombando, mas podem ser descartados rapidamente pelo sistema que os colocou no topo. Daí a importância de ser dono “dos meios de produção”, ressalta o ex-estudante de história da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
O disco tem 11 faixas inéditas, com participações de Oruam, Tasha e Tracie, Sarah Guedes, Vulgo FK e Doug Now. Ele chega depois de 'Heresia' (2017), 'O menino que queria ser Deus' (2018), 'Ladrão' (2019), 'Histórias da minha área!' (2020) e 'Nu' (2021) – todos lançados no dia 13 de março.
Clara x Sofia
Clara Câmpara e Sofia Lopes, ambas na faixa dos 20 anos, se conheceram em 2016, numa happy hour. Naquele dia, cantaram juntas a convite de um amigo. O duo Clara x Sofia surgiu em 2017 e logo chamou a atenção na cena pop nacional.
Cantando juntas após alguns anos, elas decidiram que era hora de priorizar a música autoral e deram início à produção do primeiro álbum de estúdio, agora chamado de “Nada disso é pra você”. Foram mais de dois anos de produção e o disco chegou às plataformas digitais em agosto.
A dupla conta a história de uma personagem que vive intensamente o luto após o fim de uma relação amorosa. Algumas canções foram trabalhadas como singles – com isso, o público já conhecia parte da narrativa por meio de “Fico mais leve”, “Fala (tô te querendo)”, feat com Clara Valverde, e “Sem maldade”.
Entre as outras faixas está a parceria com a cantora paranaense Giana Althaus, “Vontade de quebrar o celular”, além de “Nada disso é pra você”, “Eu juro”, “Falsa”, “Quem me dera” e “Fevereiro”. Cada canção ganhou o seu “visualizer” – registro visual que pode ou não ter um arco narrativo.
Elas ainda lançaram um EP, gravado com Moons, que conta com quatro faixas, incluindo novas versões de "Seu Fim em Mim" e "fala (tô te querendo)".
Anna Pêgo
Após fazer sucesso com covers no YouTube com canções de artistas pop, como Ariana Grande, Olivia Rodrigo, Billie Eilish, Gloria Groove e outros, Anna Pêgo estreou este ano seu primeiro álbum, intitulado de “Frágil”. O disco possui nove faixas, com uma participação especial de Marco Baptista em “Eu Mudo”.
Nascida em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, esta música ainda veio com um videoclipe gravado em cenários típicos que todo mineiro reconhece, como o Cine Theatro Brasil Vallourec, na Praça Sete.
Nas redes sociais, a artista comemorou seu primeiro álbum e explicou que foi um desafio: “Eu acredito que tudo tem um começo, e Frágil nasceu exatamente disso, ‘como vamos começar?’. Inicialmente, a ideia de criar um álbum foi bem louca, sempre tive as minhas inseguranças e uma delas era a composição. Criar esse projeto foi um desafio e principalmente uma descoberta de quem eu sou e do que eu conseguia fazer.”
Gabriel Froede
Natural de Teófilo Otoni, no Norte de Minas Gerais, Gabriel Froede também integra esta geração de novos artistas no cenário do pop brasileiro. Ele fechou o ano com o lançamento de seu primeiro EP, autointitulado, com cinco faixas, incluindo o sucesso das redes sociais, “Enquanto Durou” - que conta com um videoclipe e mais de um milhão de visualizações somente no Spotify.
O artista compartilhou um desabafo no Instagram após o lançamento: “GABRIEL é o resultado da bagunça que foi o meu 2022. Uma confusão de sentimentos com todas as dúvidas, inseguranças, descobertas, mudanças, amores, erros e acertos. Foram histórias que eu vivi nesse tempo, e admito que algumas delas só na minha cabeça. Lá na frente, isso tudo vai fazer sentido, pelo menos eu espero.”
Lamparina
O grupo Lamparina não ficou de fora e lançou também o EP "Ilumina Sonastério", com versões ao vivo das próprias canções. "Zam Zam", "Deixa Tocar" e "No Stress", do último álbum.